Leonila da Capadócia

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Santa Leonila
e seus netos
miniatura
da Capadócia

Ὁδοὶ δύο εἰσί·
μία τῆς ζωῆς,
ϗ μία τοῦ θανάτου.


Esse artigo faz parte de uma série sobre os
Santos dos Primeiros Séculos
Século I
AbílioDionísioHieroteuLeuco, Calínico e Ciríaco
LídiaNicandroPancrácioProcesso e Martiniano
Torpes e EvélioZenaide e Filonila
Século II
BucólioEleuthériosFelicidadeGlicériaHegésipo
InácioJacintoLeonilaParaskeví
PolicarpoProclo e Hilário
Século III
Dez de CretaÁgataAglaida e BonifácioAlexandre
BabylasCipriano e JustinaEspiridiãoNicéforo
PansófioPerpétua e FelicidadePolieuto e Nearco
TatianaTemístocles
Século IV
Jorge, o Vitorioso
Quarenta de SebasteBárbaraCatarinaCiro e João
ClementeDimitriosElianEufêmiaEugênio
Eulália e JúliaLucianoPanteleimonProcópioTeodoro
Trófimo e Teófilo

Os Santos Mártires Leonila, Espêusipo, Elêusipo, Melásipo, Jonila, Neão e Turbo da Capadócia (c. 175) foram recém-convertidos martirizados sob Marco Aurélio. Sua memória é comemorada pela Igreja no dia 16 de janeiro.

Vida

Leonila era avó de Espêusipo, Elêusipo e Melásipo, os quais eram trigêmeos e hábeis cavaleiros e domadores de cavalos. Assim como a avó, eram pagãos. Leonila foi batizada já em idade avançada por um dos discípulos de São Policarpo, Bispo de Esmirna (?–c. 166). Certo dia, quando uma festa a Zeus estava sendo realizada na Capadócia (atual Turquia oriental), convidaram sua avó. Ela, com sua sabedoria, os ensinou sobre o Deus cristão e zombou dos ídolos pagãos. Imediatamente os três gêmeos se recordaram de um sonho que tiveram, no qual viam ao mesmo Deus que a avó estava descrevendo.

Em seu zelo pelo Senhor, os três irmãos destruíram os ídolos e censuraram os pagãos por sua insensatez. Após serem capturados, o jurista da região convocou Leonila, para que os dissesse para renunciar a Cristo e adorar os deuses pagãos. Em vez disso, Leonila, ao chegar na prisão, louvou-os por sua coragem e sua firme confissão de Fé.

Como resultado, os três acabaram sendo suspensos num galho e açoitados pelos torturadores. Em seguida, lançaram-nos numa fogueira, onde entregaram suas almas ao Senhor, que os concedeu a coroa do martírio. Quando o fogo cessou, milagrosamente viram que seus corpos estavam sem nenhuma marca de queimadura. Após eles, o jurista ordenou que Santa Leonila fosse decapitada.

Entre as testemunhas do martírio estavam Jonila e Neão. Jonila, convencida pela fé inabalável dos mártires, com seu próprio bebê nos braços, confessou-se cristã e também foi condenada. Os carrascos suspenderam-na pelos cabelos e rasgaram todo o seu corpo. Seu esposo, horrificado, implorou que Santa Jonila salvasse sua vida por amor ao seu filho, e ela o respondeu: “É verdade que dei a vida ao meu querido, mas também é verdade que devo minha vida a Deus, e não posso pô-Lo atrás de meu filho.” Tendo resistido às torturas, decapitaram-na.

São Neão foi responsável por registrar o martírio deles, e após entregar o relato a Turbo, destruiu ídolos, confessou-se cristão e foi espancado até a morte. São Turbo, também cristão, copiou e divulgou a façanha dos santos, e também terminou a vida como um mártir.

Pós-vida

Igreja dos Trigêmeos ao sul de Língones.

No final do século V, o Imperador Zenão (474–475, 476–491) entregou as relíquias dos santos a um fidalgo francês. Este, por sua vez, levou-as à cidade de Língones (atual Langres, no leste da França) e as depositou numa igreja três quilômetros ao sul da cidade. Daí, se formou a cidade de Santos Gêmeos (Saints-Geosmes). Devido a um erro em uma das cópias de suas vidas, alguns calendários latinos passaram a relatar que os santos foram martirizados em Língones.

Entre os séculos VIII e XII, algumas de suas relíquias foram levadas para igrejas na Suábia, ao sul da Alemanha, como a Basílica de São Vito. Talvez tenham sido levadas para outras igrejas dedicadas a eles, já que sua veneração era bem conhecida por toda a Gália.

Na década de 1990, análises mostraram que os ossos da cripta da Igreja dos Trigêmeos (a há três quilômetros de Língones) pertenciam a trigêmeos e datavam do século II, confirmando que suas santas relíquias ainda se encontravam naquela igreja após quase dois milênios.

Hinos

Tropário

(Tom IV)

Tua mártir Leonila e seus companheiros, em sua luta por Ti, ó Senhor, de Ti receberam a coroa eterna. Recebendo o poder de Ti, ó nosso Deus, derrotaram os tiranos, e destruíram a pretensão impotente dos demônios. Por suas intercessões, ó Cristo Deus, salva as nossas almas.

Louvor

(Por São Nicolau, Bispo de Ócrida, em tradução livre)

Neonila, avó envelhecida, /
pelo espírito, poderosa como uma leoa. /
Quando a Deus seus netos preparou, /
tornou uma mártir a si mesma. /
A Neonila a tribuna gritava, /
e com uma amargurosa raiva silvava: /
“Adentra, ó avó, na masmorra, /
“E ensina aos teus netos a negarem /
“o assim chamado Senhor Jesus Cristo. /
“Ou é a Cristo que hão de renunciar /
“ou suas próprias vidas.” /
Na masmorra, Neonila, /
aos seus netos, proclama: /
“Das potências mundanas não temais, /
“mesmo que elas vos queimem vivos. /
“Aderi ao glorioso Cristo /
“e às Suas Boas Novas. /
“A vós, Ele preparou /
“a eternidade com resplendor e alegria. /
“Dos cruéis ferimentos não temais, /
“e nem da morte, pois são todos transitórios. /
“Aos fiéis em Cristo, /
“a morte não oculta e nem reprime.” /
Os três netos, no meio das chamas, /
a Deus ofereceram louvores, /
enquanto que o maligno, Neonila, /
sua querida avó, decapitou.

Referências

  • São Nicodemos, o Hagiorita (1819). Sinaxário dos doze meses do ano. Tomo segundo.

Ligações externas