Ina, Pina e Rima da Cítia

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Santos Leuco,
Calínico e Ciríaco
miniatura
da Cítia

Ὁδοὶ δύο εἰσί·
μία τῆς ζωῆς,
ϗ μία τοῦ θανάτου.


Esse artigo faz parte de uma série sobre os
Santos do Cristianismo Primitivo
Século I
AbílioDionísioHieroteuLeuco, Calínico e Ciríaco
LídiaNicandroPancrácioProcesso e Martiniano
Torpes e EvélioZenaide e Filonila
Século II
BucólioEleuthériosFelicidadeGlicériaHegésipo
InácioJacintoLeonilaParaskeví
PolicarpoProclo e Hilário
Século III
Dez de CretaÁgataAglaida e BonifácioAlexandre
Cipriano e JustinaEspiridiãoNicéforoPansófio
Perpétua e FelicidadePolieuto e Nearco
TatianaTemístocles
Século IV
Jorge, o Vitorioso
Quarenta de SebasteBárbaraCatarinaCiro e João
ClementeDimitriosElianEufêmiaEugênio
Eulália e JúliaLucianoPanteleimonProcópioTeodoro
Trófimo e Teófilo

Os Santos Mártires Ina, Pina e Rima da Cítia (séc. I) foram evangelizadores e discípulos de Santo André. Concluíram suas vidas sendo os protomártires das terras eslavas. A Igreja os comemora nos dias 20 de janeiro e 20 de junho pela transladação de suas santas relíquias.

Vida

Ina, Pina e Rima eram pagãos que habitavam a região do Rio Danúbio na Mésia Inferior (depois Cítia; atual norte da Bulgária), a qual foi visitada pelo santo Apóstolo André em meados do século I. Essa região possuía a presença dos povos citas, nômades que descendiam da Pérsia mas que há séculos possuíam uma cultura própria. Os três foram batizados pelo apóstolo e, tendo este inflamado em seus corações o amor por Jesus Cristo, tornaram-se seus discípulos. Sua zelosa pregação do Evangelho de Cristo converteu muitos pagãos, os quais aceitaram o santo Batismo.

Os santos ficaram conhecidos na região, e acabaram sendo capturados pelas autoridades pagãs em uma viagem. Como a Mésia havia sido recentemente conquistada pelos romanos (em 46), talvez tenham sido julgados pelos mesmos. Após firmemente confessarem a Cristo e negarem-se a oferecer sacrifícios aos ídolos, os três foram condenados à morte por hipotermia. Era um inverno rigoroso e a superfície do Danúbio estava totalmente congelada em Novioduno (atual fronteira entre a Romênia e a Ucrânia), onde haviam sido condenados. Após os amarrarem a três estacas, suspenderam-nas, e como o gelo não suportava a massa, as toras muito lentamente afundaram. Quando já estavam submersos até o pescoço, entregaram suas almas ao Senhor, e receberam a coroa do martírio.

Pós-vida

Após seu martírio, os cristãos conseguiram recuperar seus corpos e enterrá-los. Sete anos após o ocorrido, os santos apareceram em um sonho a um certo bispo e pediram que seus corpos fossem levados para um porto (o qual não pôde ser identificado a partir do nome registrado, Alisco). Acredita-se que esse porto tenha existido em Alusta, na Crimeia.

Hinos

Tropário

(Tom IV)

Teus mártires Ina, Pina e Rima, em sua luta por Ti, ó Senhor, de Ti receberam a coroa eterna. Recebendo o poder de Ti, ó nosso Deus, derrotaram os tiranos, e destruíram a pretensão impotente dos demônios. Por suas intercessões, ó Cristo Deus, salva as nossas almas.

Notas

  1. Embora os santos sejam considerados por alguns como os primeiros mártires eslavos, parece fazer mais sentido afirmar que foram os protomártires das terras eslavas. Isso porque, além de seus nomes serem femininos nas línguas eslávicas, a localização a qual a Tradição os situou (Cítia e não Mésia) dá a entender que eles faziam parte da cultura cita.
  2. O registro completo de suas vidas foi perdido a nós, sendo o mais antigo datado do século XI (a saber, Paris. gr. 1488). Isso talvez explicaria o porquê do Martirológio Romano e outros calendários ocidentais jamais terem incluído seus nomes. Entretanto, São Filareto, Arcebispo da Chernigóvia (1859–1866), identificou-os no Martirológio Jeronimiano sob os nomes gregos Leuco, Calínico e Ciríaco, que talvez tenham sido os seus nomes de batismo, dos quais pouco se sabe. Na tradição oriental, até mesmo o Menológio de Basílio II contém um ícone do martírio dos santos.
  3. Quanto à data da festa, originalmente era celebrada em 20 de junho, dia em que suas relíquias foram transferidas à Crimeia. Entretanto, como certamente adentraram os Céus no inverno, uma data adicional foi acrescentada em janeiro para representar o dia de seu martírio.

Referências

  • São Nicodemos, o Hagiorita (1819). Sinaxário dos doze meses do ano. Tomo segundo.

Ligações externas