Eparquia da Argentina
Eparquia da | |
Argentina e América do Sul | |
Аргентинская и Южно-Американская епархия | |
Fundação | 12 de dezembro de 1943 |
Bispo | Leônidas II da Argentina (2020–) |
Sínodo | Santo Sínodo da Igreja da Rússia ⤵ Santo Sínodo do Exterior |
A Eparquia da Argentina e América do Sul é uma eparquia da Igreja da Rússia com sede em Buenos Aires, Argentina, administrando atualmente as paróquias russas da América Latina (exceto o México).
História
A Eparquia da Argentina foi fundada em 12 de dezembro de 1943 durante o período sergianista da Igreja da Rússia, quando da eleição do Arquimandrita Theodoro (Tekuchyov), então secretário do Metropolita Benjamim (Fedchenkov) dos Aleútes. Naquele tempo, devido à Segunda Guerra Mundial, todas as eparquias da Igreja Russa fora da União Soviética estavam vacantes, exceto a Eparquia dos Aleútes nos Estados Unidos, primazia das eparquias fora da União Soviética.
Como a comunicação com as comunidades russas fora da América do Norte era dificílima e a Argentina possuía um alto número de imigrantes russos, Benjamim ordenou Theodoro para servir como seu bispo. A ordenação foi concelebrada pelos bispos Gerásimos (Elias) da Igreja de Constantinopla e Dionísio (Milivojević) da Igreja da Sérvia.
Entretanto, Vladyka Theodoro só pôde aterrissar na Argentina três anos depois, em abril de 1947, e lá permaneceu durante seis anos. O governo peronista da Argentina, sob pressão da igreja católica romana, recusou-se a estender a validade de seu visto, e Theodoro foi expulso do país, tendo que retornar aos Estados Unidos.
Em julho de 1952, o Santo Sínodo do Exterior, agora presidido pelo Metropolita Macários (Ilyinsky) de Nova York e contando com nove bispos, diante da carta de abdicação do Bispo Antônio (Vasilyev) de São Francisco, elegeu Theodoro para ser seu sucessor, tornando a Eparquia da Argentina de fato vacante. Devido às circunstâncias, nenhum outro hierarca pôde assumir a administração da eparquia.
Durante dez anos, nenhum bispo foi eleito para administrar o continente latino-americano. Como resultado, muitas paróquias acabaram sendo transferidas para a Eparquia de Buenos Aires da ROCOR, que havia cortado relações com a Rússia.
Finalmente, em 1964, o Metropolita João (Wendland) de Nova York, primaz do Exterior, conseguiu peticionar ao Patriarca Aléxios I (Simansky) de Moscou por um bispo. Em 21 de abril, o bispo ucraniano Nicodemos (Rusnak) de Kostroma foi eleito Bispo da Argentina. Na sua posse, a eparquia foi renomeada para Eparquia da Argentina e América do Sul.
Em fevereiro de 1968, o Metropolita Antônio (Bloom) de Sourozh, primaz do Exterior, concedeu o título de Arcebispo a Nicodemos. Em abril de 1970, Nicodemos ganhou o título de Exarca das Américas do Sul e Central, mas não foi possível iniciar um exarcado durante seu episcopado. Em 2 de julho, abdicou da eparquia, retornando à Ucrânia, onde foi eleito Arcebispo de Kharkiv.
No mesmo mês (18 de julho), o Arquimandrita Platão (Lobankov) foi eleito Bispo da Argentina. Porém, governou por menos de um ano, sendo retrocedido a bispo auxiliar em fevereiro de 1971 e enviado para a Eparquia de Tashkent, no Uzbequistão. O Arcebispo Nicodemos conseguiu administrar a eparquia durante sua vacância, sem sair da Ucrânia.
Em 26 de março de 1972, o Arquimandrita Máximos (Krokha) da Eparquia de Moscou foi eleito Bispo da Argentina e, de maneira semelhante ao seu antecessor, ficou apenas um ano no comando da eparquia, submentendo sua resignação em 15 de dezembro de 1973 e retornando à União Soviética.
No dia seguinte, o Patriarca Pímen (Izvekov) de Moscou elegeu ao episcopado o Arquimandrita Platão (Udovenko), secretário da eparquia, tornando-o Bispo da Argentina. Em 1977, Vladyka Platão II foi promovido a Arcebispo, ganhando o título de Exarca das Américas do Sul e Central, assim como o fora outrora Nicodemos. Novamente, não foi possível estabelecer um exarcado no continente, e em março de 1980, Platão submeteu sua abdicação e retornou à Rússia, onde seria eleito Arcebispo de Sverdlovsk. Desde então, a ideia de transformar a eparquia numa província da Igreja da Rússia não foi mais posta em prática.
Em 18 de abril de 1980, o arquimandrita ucraniano Lázaro (Shvets), secretário da eparquia, foi eleito Bispo da Argentina. Recebeu a imposição de mãos pelo então Metropolita Filareto (Denisenko) de Kiev. Em 20 de junho de 1985, Vladyka Lázaro foi promovido a Arcebispo, porém eleito Arcebispo de Ivano-Frankivs'k seis dias mais tarde pelo Santo Sínodo da Ucrânia.
Em troca, o então Arcebispo de Ivano-Frankivs'k, Macários (Svistun), foi eleito Arcebispo da Argentina no mesmo dia. Entretanto, por algum motivo, a decisão foi revertida, e ambos os hierarcas retornaram às suas eparquias anteriores.
Lázaro governou por mais quatro anos, até que o mesmo fenômeno aconteceu: o Santo Sínodo da Ucrânia elegeu-o Arcebispo de Ternopil' em 10 de abril de 1989, ao passo que seu então bispo Marcos (Petrovtsy) foi eleito Bispo da Argentina.
Em 1 de novembro de 1993, Marcos tornou-se bispo auxiliar (Bispo de Kashira) e foi designado para as paróquias russas do Canadá. Como sucessor, retornou o Arcebispo Platão II, que à época era Arcebispo de Yaroslavl'. O segundo mandato do Vladyka Platão duraria dezenove anos e, pela primeira vez, as paróquias russas da América do Sul foram governadas por um metropolita: Platão foi promovido a Metropolita em 29 de fevereiro de 2004.
Em 17 de maio de 2007, o Patriarca Aléxios II (Ridiger) de Moscou e o Metropolita Lauro (Shkurla) da América Oriental (primaz da ROCOR) assinaram a histórica ata de reunião do Patriarcado da Rússia com a ROCOR. Como efeito, a Eparquia de Buenos Aires da ROCOR foi extinta, tornando-se uma só com a Eparquia da Argentina da Igreja da Rússia. Todas as paróquias da ROCOR na América do Sul canônicas passaram para o omofórion do Metropolita Platão, com exceção das paróquias formadas por velhos crentes canônicos, as quais foram transferidas para a Eparquia de Caracas.
Em 26 de julho de 2012, o Metropolita Platão submeteu sua resignação e retornou à Ucrânia, onde ajudou o Metropolita Vladimir (Slobodan) de Kiev (primaz da Ucrânia) na fundação da Eparquia de Feodosiia-Kerch na Crimeia, da qual tornou-se metropolita em dezembro. Durante sua vacância, a Eparquia da Argentina foi governada temporariamente pelo Arcebispo Justiniano (Ovchinnikov) de Naro-Fominsk, bispo auxiliar dos Estados Unidos.
Em 17 de junho de 2013, o Hieromonge Leônidas (Gorbachyov), então representante do Patriarcado de Moscou em Alexandria, foi eleito e consagrado Bispo da Argentina pelo Patriarca Cirilo (Gundyayev) de Moscou.
Em 3 de junho de 2016, o Bispo Leônidas foi eleito Bispo de Vladikavkaz no Cáucaso Norte após a resignação de seu então Arcebispo Zósimo (Ostapenko), enquanto que o Metropolita Inácio (Pologrudov) de Khabarovsk foi eleito Metropolita da Argentina.
Em 11 de março de 2020, o Santo Sínodo da Rússia substituiu o Metropolita Inácio pelo Bispo Leônidas (Soldatov), então Bispo de Alapayevsk.
Lista de hierarcas
(fundada como Eparquia da Argentina)
- Theodoro (Tekuchyov): 1943–1952
(renomeada para Eparquia da Argentina e América do Sul)
- Nicodemos (Rusnak): 1964–1970
- Platão I (Lobankov): 1970–1971
- Máximos (Кrоkhа): 1972–1973
- Platão II (Udovenko): 1973–1980
- Lázaro (Shvets): 1980–1985
- Macários (Svistun): 1985
- Lázaro (Shvets): 1985–1989
- Marcos (Petrovtsy): 1989–1993
- Platão II (Udovenko): 1993–2012
- Leônidas I (Gorbachyov): 2013–2016
- Inácio (Pologrudov): 2016–2020
- Leônidas II (Soldatov): 2020–