Diferenças entre edições de "Máximo, o Confessor"
(Criou nova página com 'right|frame|São Máximo, o ConfessorSão '''Máximo, o Confessor''' (ca. 580-662) foi um monge cristão ortodoxo e escri...') |
|||
(Há 10 revisões intermédias de 2 utilizadores que não estão a ser apresentadas) | |||
Linha 1: | Linha 1: | ||
− | [[Image:Maximus.jpg|right|frame|São Máximo, o Confessor]] | + | {{esboço}} |
+ | [[Image:Maximus.jpg|right|frame|São Máximo, o Confessor]] | ||
+ | São '''Máximo, o Confessor''' (580-662) foi monge e escritor ascético conhecido especialmente por sua luta corajosa contra a heresia do monotelismo. A igreja comemora sua memória em [[21 de janeiro]] e a translação de suas relíquias em [[13 de agosto]]. | ||
==Vida== | ==Vida== | ||
− | Nascido em | + | Nascido em Constantinopla por volta de 580 e criado por uma família piedosa que deu uma sofisticada educação, Máximo entrou para a burocracia civil e se tornou primeiro secretário do Imperador Heráclio (611-41). Envergonhado com a vida da corte, largou o mundo e foi tonsurado no Mosteiro de Chrisopoleia. Anos depois foi feito hegúmeno da comunidade. Durante a invasão persa do Império, refugiou-se na África. |
− | A partir de 640, tornou-se oponente determinado do | + | A partir de 640, tornou-se oponente determinado do Monotelismo, o ensinamento herético de que Jesus Cristo possuiu apenas uma vontade. Assim, Máximo seguiu o exemplo de São Sofrônio de Jerusalém, o primeiro a combater essa heresia já em 634. |
− | Máximo apoiou a Ortodoxia | + | Máximo apoiou a Ortodoxia de Roma em tal controvérsia e teria exclamado: "Eu tenho a fé dos latinos, mas a língua dos gregos". O santo defendeu o diotelismo, o ensinamento Ortodoxo de que Jesus Cristo possuiu duas vontades (uma divina e uma humana), em vez da única vontade postulada pelo monotelismo. |
− | Depois de | + | Depois de Pirro I de Constantinopla, o Patriarca de Constantinopla monotelita temporariamente deposto, ter declarado derrota numa disputa cristológica em Cartago (645), Máximo obteve a condenação da heresia em vários sínodos locais da África, e também trabalhou para tê-la condenada no Concílio de Latrão de 649. Foi sequestrado e levado à Constantinopla em 653, pressionado a aderir ao ''Tipo'' do Imperador Constante II, um édito monotelita. Recusando, foi exilado em Trácia. (O Papa São Martinho I|Martinho de Roma foi julgado na mesma época em Constantinpla, e então deposto e exilado na Crimeia.) |
− | Em 661 Máximo foi novamente levado à capital imperial e questionado; lá, teve sua língua e mão direita cortadas (para | + | Em 661 Máximo foi novamente levado à capital imperial e questionado; lá, teve sua língua e mão direita cortadas (para preveni-lo de ensinar ou escrever sobre a verdadeira fé), e então foi novamente exilado no Cáucaso, mas morreu pouco tempo depois. |
− | Por fim, Máximo foi exonerado pelo | + | Por fim, Máximo foi exonerado pelo Sexto Concílio Ecumênico e reconhecido como um Pais da Igreja|Pai da Igreja. |
− | == | + | ==Obras== |
− | São Máximo deixou muitos escritos (alguns deles reunidos na | + | São Máximo deixou muitos escritos (alguns deles reunidos na Filocalia) que ainda são muito lidos hoje; alguns são doutrinais, mas muitos outros descrevem a vida contemplativa e oferecem conselho espiritual. Ele também escreveu extensivamente sobre assuntos litúrgicos e exegéticos. Seu trabalho teológico foi continuado por São [[Simeão, o Novo Teólogo]] e por [[Gregório, o Palamas|São Gregório, o Palamas]]. |
Seus escritos incluem: | Seus escritos incluem: | ||
− | *''Quaestiones ad Thalassium''—65 perguntas e respostas sobre passagens difíceis das | + | *''Quaestiones ad Thalassium''—65 perguntas e respostas sobre passagens difíceis das Sagradas Escrituras |
*''Ambigua''—um trabalho exegético sobre São [[Gregório, o Teólogo]] | *''Ambigua''—um trabalho exegético sobre São [[Gregório, o Teólogo]] | ||
− | *Paráfrases das obras de | + | *Paráfrases das obras de [[Dionísio, o Areopagita|São Dionísio, o Areopagita]] (apesar de muitas obras divulgadas com o nome de Máximo são hoje consideradas como de autoria de João de Citópolis, que escreveu na primeira metade do século VI, talvez 100 anos antes de Máximo) |
*Vários tratados dogmáticos contra os monotelitas | *Vários tratados dogmáticos contra os monotelitas | ||
*''Liber Asceticus'' | *''Liber Asceticus'' | ||
*''Capita de Caritate'' | *''Capita de Caritate'' | ||
− | *''Mystagogia''—uma interpretação mística da | + | *''Mystagogia''—uma interpretação mística da Divina Liturgia |
− | |||
− | |||
− | |||
− | |||
− | |||
− | |||
− | |||
− | |||
− | |||
− | |||
− | |||
− | |||
− | |||
− | |||
− | |||
− | |||
− | |||
− | |||
− | |||
− | |||
− | |||
− | |||
− | |||
− | |||
− | |||
− | |||
− | |||
− | |||
− | |||
− | |||
− | |||
− | |||
− | |||
[[ar:مكسيموس المعترف]] | [[ar:مكسيموس المعترف]] | ||
+ | [[el:Μάξιμος ο Ομολογητής]] | ||
+ | [[en:Maximus the Confessor]] | ||
[[fr:Maxime le Confesseur]] | [[fr:Maxime le Confesseur]] | ||
[[mk:Преподобен Максим Исповедник]] | [[mk:Преподобен Максим Исповедник]] | ||
[[ro:Maxim Mărturisitorul]] | [[ro:Maxim Mărturisitorul]] | ||
− | [[ | + | |
+ | {{DEFAULTSORT:Maximo Confessor}} | ||
+ | [[Categoria:Pais da Igreja]] | ||
+ | [[Categoria:Santos]] | ||
+ | [[Categoria:Santos do século VII]] | ||
+ | [[Categoria:Santos gregos]] | ||
+ | [[Categoria:Monásticos]] |
Edição atual desde as 02h46min de 10 de agosto de 2023
São Máximo, o Confessor (580-662) foi monge e escritor ascético conhecido especialmente por sua luta corajosa contra a heresia do monotelismo. A igreja comemora sua memória em 21 de janeiro e a translação de suas relíquias em 13 de agosto.
Vida
Nascido em Constantinopla por volta de 580 e criado por uma família piedosa que deu uma sofisticada educação, Máximo entrou para a burocracia civil e se tornou primeiro secretário do Imperador Heráclio (611-41). Envergonhado com a vida da corte, largou o mundo e foi tonsurado no Mosteiro de Chrisopoleia. Anos depois foi feito hegúmeno da comunidade. Durante a invasão persa do Império, refugiou-se na África.
A partir de 640, tornou-se oponente determinado do Monotelismo, o ensinamento herético de que Jesus Cristo possuiu apenas uma vontade. Assim, Máximo seguiu o exemplo de São Sofrônio de Jerusalém, o primeiro a combater essa heresia já em 634.
Máximo apoiou a Ortodoxia de Roma em tal controvérsia e teria exclamado: "Eu tenho a fé dos latinos, mas a língua dos gregos". O santo defendeu o diotelismo, o ensinamento Ortodoxo de que Jesus Cristo possuiu duas vontades (uma divina e uma humana), em vez da única vontade postulada pelo monotelismo.
Depois de Pirro I de Constantinopla, o Patriarca de Constantinopla monotelita temporariamente deposto, ter declarado derrota numa disputa cristológica em Cartago (645), Máximo obteve a condenação da heresia em vários sínodos locais da África, e também trabalhou para tê-la condenada no Concílio de Latrão de 649. Foi sequestrado e levado à Constantinopla em 653, pressionado a aderir ao Tipo do Imperador Constante II, um édito monotelita. Recusando, foi exilado em Trácia. (O Papa São Martinho I|Martinho de Roma foi julgado na mesma época em Constantinpla, e então deposto e exilado na Crimeia.)
Em 661 Máximo foi novamente levado à capital imperial e questionado; lá, teve sua língua e mão direita cortadas (para preveni-lo de ensinar ou escrever sobre a verdadeira fé), e então foi novamente exilado no Cáucaso, mas morreu pouco tempo depois.
Por fim, Máximo foi exonerado pelo Sexto Concílio Ecumênico e reconhecido como um Pais da Igreja|Pai da Igreja.
Obras
São Máximo deixou muitos escritos (alguns deles reunidos na Filocalia) que ainda são muito lidos hoje; alguns são doutrinais, mas muitos outros descrevem a vida contemplativa e oferecem conselho espiritual. Ele também escreveu extensivamente sobre assuntos litúrgicos e exegéticos. Seu trabalho teológico foi continuado por São Simeão, o Novo Teólogo e por São Gregório, o Palamas.
Seus escritos incluem:
- Quaestiones ad Thalassium—65 perguntas e respostas sobre passagens difíceis das Sagradas Escrituras
- Ambigua—um trabalho exegético sobre São Gregório, o Teólogo
- Paráfrases das obras de São Dionísio, o Areopagita (apesar de muitas obras divulgadas com o nome de Máximo são hoje consideradas como de autoria de João de Citópolis, que escreveu na primeira metade do século VI, talvez 100 anos antes de Máximo)
- Vários tratados dogmáticos contra os monotelitas
- Liber Asceticus
- Capita de Caritate
- Mystagogia—uma interpretação mística da Divina Liturgia