Diferenças entre edições de "Jorge, o Vitorioso"

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: Esse mesmo servo foi quem encarregou-se de registrar sua vida para que todas as gerações futuras pudessem contemplar a Glória de Deus realizada por intermédio de São Jorge. Nesse registro, o nome de Diocleciano está grafado como ''Dadiano'', e algumas tradições ocidentais acabaram identificando-o como o mesmo Daciano responsável pelo martírio de São Vicente de Saragoça e outros. Isso, porém não seria possível, pois Daciano era prefeito da Gália, e não de alguma outra área no Oriente.
 
: Esse mesmo servo foi quem encarregou-se de registrar sua vida para que todas as gerações futuras pudessem contemplar a Glória de Deus realizada por intermédio de São Jorge. Nesse registro, o nome de Diocleciano está grafado como ''Dadiano'', e algumas tradições ocidentais acabaram identificando-o como o mesmo Daciano responsável pelo martírio de São Vicente de Saragoça e outros. Isso, porém não seria possível, pois Daciano era prefeito da Gália, e não de alguma outra área no Oriente.
  
: No mesmo registro, há um ''Magnêncio'' que governava ao lado de ''Dadiano''. É impossível que esse seja o Imperador Magnêncio de Roma (350–353), pois este usurpou do poder e governou sozinho, além de que a Igreja de São Jorge já havia sido construída décadas atrás. Logo, esse só pode ter sido o Imperador Maximiano, significando que os feitos de São Jorge já haviam chegado até o Ocidente.
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: No mesmo registro, há um ''Magnêncio'' que governava ao lado de ''Dadiano''. É impossível que esse seja o Imperador Magnêncio de Roma (350–353), pois este usurpou do poder e governou sozinho, além de que a Igreja de São Jorge já havia sido construída décadas atrás, e Santa Nina já havia pregado na Geórgia. Logo, esse só pode ter sido o Imperador Maximiano, significando que os feitos de São Jorge já haviam chegado até o Ocidente.
 
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Revisão das 18h10min de 30 de abril de 2020

O Santo Megalomártir Jorge, o Vitorioso (séc. IV), é um dos mais venerados santos taumaturgos da Igreja, responsável pela conversão da esposa do imperador mais tirânico da história do Império Romano. São Jorge é comemorado juntamente com as centenas de testemunhas de sua gloriosa vida, entre as quais conhecemos Policrônia, Gerôncio, Atanásio, Anatólio, Protoleão e Glicério, no dia 23 de abril (se a Grande Páscoa ainda não tiver ocorrido, a comemoração é postergada para a Segunda-Feira Luminosa). Além dessa data, a Igreja honra o santo nos dias 3 de novembro pela transladação de suas relíquias e em 10 de novembro pelo início de suas torturas. São Jorge também é padroeiro de toda a Geórgia e da Montanha Santa (atrás da Mãe de Deus).

A Mais Ortodoxa Santa Imperatriz e Mártir Alexandra de Roma é comemorada em 21 de abril, quando foi martirizada juntamente com os santos mártires Isaque, Apolo e Quadrado. Além disso, o calendário eclesiástico também celebra a consagração da Igreja de São Jorge em Quieve no dia 26 de novembro.

Vida

Jorge nasceu no século terceiro na província da Capadócia, vindo de uma próspera família cristã pertencente à nobreza romana. Em sua juventude, durante o reinado de Diocleciano (284–305), teve de fugir para Lida na Síria com sua mãe Policrônia após seu pai Gerôncio ter sido martirizado por confessar a Jesus Cristo, porém não tardou a ficar órfão também de mãe.

Partiu então para Nicomédia na Bitínia, onde ingressou na Guarda Pretoriana, e lá permaneceu até ser promovido à posição de tribuno, liderando diversas centúrias. Sua luta contra o mal — tanto material como espiritual — permitiu que ele fosse representado na iconografia como vencendo o dragão. Em um de seus feitos, havia uma grande e invencível serpente que comia todo ser vivo que visse pela frente, e passou a habitar a única fonte de água de um vilarejo. Sozinho e sem ter recebido ordens, o cavaleiro foi até a serpente e partiu-a no meio assim que ela pulou para engoli-lo. Aos 22 anos de idade, cheio de honras e medalhas, Jorge foi feito conde.

Certa vez, quando voltava de uma campanha, chegou a Nicomédia e ficou sabendo de antemão sobre a eclosão iminente da Grande Perseguição (303–313). Jorge, que sempre teve por objetivo final servir ao seu Senhor Jesus Cristo, entendeu a missão a qual agora teria de cumprir. Distribuindo aos pobres todos os espólios que suas centúrias haviam obtido naquela campanha, prontamente apresentou-se ao Senado em 10 de novembro de 302, jogando seu cinturão ao chão, proclamando sua Fé em Cristo, repreendendo a ilusão dos ídolos e negando-se a conduzir a perseguição de seus próprios irmãos.

Diocleciano amava Jorge como se fosse um irmão, e considerava que não havia nenhum soldado tão bravo e essencial como o tribuno. Mesmo sendo tentado pelas lisonjas e promessas do tirano imperador, o santo tribuno não se deixou levar pelas persuasões e rejeitou-as, preferindo as ameaças que o foram dirigidas caso negasse oferecer sacrifícios. O imperador, então, ordenou que Jorge fosse torturado. Os carrascos chicotearam-no até suas entranhas estarem visíveis, e aspergiram sal sobre elas. Escoriaram ainda o seu corpo com pelos ásperos até que seu sangue começasse a jorrar como água. Em todos esses sofrimentos, o confessor suportou-os pacientemente. Naquela noite, o Senhor apareceu perante Jorge no cárcere e disse:

“Sê forte e anima-te, Meu amado Jorge, pois eis que fortalecer-te-ei para suportar a todos esses sofrimentos. Juro, por Mim mesmo e por todos os Meus anjos, que dentre os nascidos das mulheres ninguém se manifestou maior que João, o Batista, e que depois de ti ninguém se manifestará semelhante a ti. Porque eis que te constituí senhor sobre os setenta homens que consentiram em iniciar a perseguição do Meu povo, e tudo o que lhes disseres lhes acontecerá. Três vezes morrerás e te ressuscitarei, mas, após a quarta, Eu mesmo virei sobre uma nuvem e te levarei ao lugar seguro que preparei para a tua santa morada. Sê forte e não temas, porque Eu estou contigo.”

Na manhã seguinte, São Jorge foi novamente trazido perante o tribunal. Durante todo o tempo, as pessoas ouviam-no cantar o salmo: “Apressa-Te em meu auxílio, Senhor, minha salvação!” Diocleciano, vendo que o santo ainda não havia abandonado a Cristo, ordenou que fosse novamente chicoteado nas costas e na frente, e enviou-lhe novamente à prisão. Em seguida, anunciou que estava em busca de um feiticeiro para que desse um fim ao “feitiço” do tribuno. Em pouco tempo, apareceu-lhe um mago de nome Atanásio, que não só jurou poder derrotar qualquer cristão como demonstrou seus poderes, fazendo com que um boi fosse partido ao meio sem intervenção humana alguma.

Acreditando que Atanásio era o homem certo para resgatar Jorge para si, Diocleciano tornou a trazê-lo perante o tribunal, dizendo: “Ó Jorge, é por tua causa que invoquei este homem. Tu deves vencer sua magia, ou ele vencerá a tua; tu deves matá-lo, ou ele te matará.” São Jorge olhou para o mago e pediu: “Apressa-te, meu irmão, faze-me depressa o que queres fazer, pois vejo a graça aproximar-se de ti.”

Então, Atanásio tomou um cálice com água, invocou os nomes dos demônios sobre ele e deu-lho a beber. Tendo bebido, nenhum mal aconteceu ao santo. O mago, atônito, disse: “Meu senhor, deixa-me dar-te somente mais uma vez, e se nenhum mal te suceder, acreditarei n’Aquele a quem crucificaram.” Tendo repetido o feitiço, São Jorge tornou a beber do cálice e nada lhe aconteceu. Atanásio não pode conter-se: “Ó Jorge, tu tens a Cruz de Jesus Cristo, Filho de Deus, que veio ao mundo para salvar os pecadores! Tem misericórdia da minha alma e dá-me o Selo de Cristo!”

Vendo tudo aquilo, Diocleciano enfureceu-se, e ordenou que aquele homem fosse morto pela espada fora da cidade. Foi em seu próprio sangue que Santo Atanásio foi batizado, e foi o primeiro a ser martirizado através dos milagres de São Jorge. O confessor voltou para a prisão, onde ficou até que seus ferimentos fossem sarados.

Depois de um tempo, Diocleciano ordenou que o confessor fosse amarrado a uma roda, cuja base possuía facas e outras pontas cortantes. Os profundos cortes abriram seu estômago, e sua carne banhou o piso de sangue. Mesmo com o seu intestino para fora, São Jorge resistiu quieto à tortura, e um anjo veio em seu auxílio para curá-lo.

Depois de um tempo, São Jorge apareceu perante o imperador e outros romanos completamente ileso. Alguns desses romanos, que estavam reunidos para oferecer sacrifício aos ídolos e o haviam visto ferido anteriormente, imediatamente passaram a crer em Cristo, e acabaram sendo martirizados por ordens de Diocleciano. Dentre as centenas de presos à espera da morte, estava sua própria esposa, a Santa Imperatriz Alexandra de Roma (284–303), que estava presente nas torturas de São Jorge e confessou-se cristã ao seu ímpio esposo logo após ver o milagre. De fato, tal era sua cólera que Diocleciano foi o único dentre eles que não acreditou no milagre.

O imperador implorou para que seu mais precioso soldado adorasse os ídolos, e chegou prometê-lo o cargo de Maximiano (286–305) caso o fizesse, mas o santo permaneceu firme em sua confissão. Diocleciano, então, ordenou que ele fosse jogado numa vala de cal ardente e coberto com ela, mas isso não adiantou de nada ao tirano, pois ainda mais pagãos foram testemunhas da perseverança de São Jorge, que aparentava não estar sofrendo dor alguma, e proclamaram Cristo como Deus. O imperador insistiu mais ainda, e ordenou que o confessor corresse calçado de botinas com pregos de ferro no interior, até que seus pés estivessem completamente furados com eles. Os soldados também corriam atrás de seu antigo líder, atacando-o sem piedade com tendões de boi.

Novamente ileso, o santo voltou a ser interrogado. Havia ali perto alguns túmulos de centenas de anos, e o interrogador exigiu que São Jorge ressuscitasse um morto. De pé ao lado do sepulcro, o tribuno começou a orar. Tamanha era sua experiência na oração, que não tardou até que um milagre ainda maior acontecesse: assim que notaram algo acontecendo dentro da tumba, as pessoas que lá estavam abriram sua tampa, e eis que um homem saiu de dentro dela, caindo aos pés do santo.

Os presentes perguntaram a ele quem ele era, e o ressuscitado, venerando São Jorge, os respondeu que havia vivido antes da vinda de Cristo, e sua ilusão que o levou a adorar os ídolos havia o feito queimar no inferno por todos esses anos, até seu espírito ter sido reunido ao corpo através das orações de São Jorge. Todos eles, então, renunciaram o paganismo e aderiram a Cristo. Para Jorge, todas essas conversões ainda não eram o suficiente para manifestar a Glória de Deus, e então foi até uma fazenda próxima, onde o touro do fazendeiro, que tinha por nome Glicério, acabara de morrer. Por suas orações, o sopro da vida adentrou o animal, e ele levantou-se perante o fazendeiro e toda a multidão que lá estava.

Por fim, os leais a Diocleciano levaram-no a um templo pagão, onde vários ídolos estavam possuídos por demônios, a fim de testar a Fé do tribuno e obrigá-lo a oferecer sacrifícios. São Jorge dirigiu-se à estátua principal daquele templo, e pressionou-a a dizer se Cristo era Deus e digno de toda adoração. O demônio, dominado pela santidade do operador de milagres, não conseguiu mais se conter, e respondeu em alta voz que Jesus Cristo era o único Deus. Todos os ídolos do templo começaram a estremecer, e caíram ao chão em cacos. Com isso, ainda mais pagãos declamaram Cristo como Deus.

Entretanto, alguns pagãos foram tomados pela ira e o cercaram. São Jorge então foi novamente trazido perante Diocleciano que, ao saber o que havia acontecido, decretou a sentença de decapitação para o santo, juntamente com todas as centenas de neófitos que o testemunharam. Assim, em 23 de abril de 303, Jorge, o grande e vitorioso mártir por Cristo, entrou para a vida perpétua junto a seu Criador e Salvador, intercedendo incansavelmente a Deus pela segurança das nações ortodoxas e pela salvação de toda a humanidade, até o fim do mundo.

Pós-vida

Ícone de São Jorge escrito no século XI no Mosteiro de São Jorge em Novogárdia.

Pasícrates, um de seus fiéis servos, encarregou-se de levar as relíquias de São Jorge de Nicomédia a Lida. Lá elas ficaram enterradas até o triunfo da Ortodoxia no reino do santo Imperador Constantino, o Grande (306–337), quando a Igreja de São Jorge foi construída, também em Lida. A conclusão dessa igreja deu-se num 3 de novembro, e até hoje esse dia é comemorado pela transladação de suas relíquias. (ver panorâmica) Santa Nina da Geórgia era parenta de São Jorge, e trouxe sua veneração à Geórgia ainda no século IV. Por conta disso, a maior parte das igrejas georgianas são dedicadas ao santo, que também é considerado como o protetor da nação.

No tempo do Imperador Anastásio I de Roma (491–518), um santuário foi construído para abrigar suas relíquias em Zorava, no sul da Síria. Essa catedral existe até a atualidade, e é uma das mais antigas da Síria. (ver panorâmica)

Já no outro lado do império, São Gregório, Bispo de Turono (573–594), já relatava a presença das relíquias do santo na Gália e a operação de milagres nos enfermos que as veneravam. Atualmente, é possível que elas estejam espalhadas por toda a França, especialmente em Cenomano, onde elas ficavam nos tempos de São Gregório.

Em 614, durante o Cerco de Jerusalém, uma força divina impediu que os soldados sassânidas pudessem adentrar a Igreja de São Jorge, e o próprio cavalo do comandante recusou-se dar um passo adiante. O comandante entendeu que, como havia conseguido invadir toda a fortificada cidade de Lida menos uma igreja centenária, Deus o havia permitido aquela invasão. O persa fez uma promessa caso Deus o permitisse retornar da guerra vivo e, na vitória persa, ordenou que a igreja fosse ornamentada da melhor maneira possível.

Certa vez, Santo Adomnano, Abade de Iona (679–704), recebeu um peregrino que havia visitado a Terra Santa, e registrou sobre a existência da coluna milagrosa na qual São Jorge havia sido flagelado na igreja em Lida, pela qual operavam-se milagres. Outro manuscrito, escrito por um monge desconhecido de nome Epifânio no século VIII, atestou novamente a existência dessa coluna, que jorrava sangue durante três horas todo 23 de abril. Não somente a coluna, mas também a roda com lanças afiadas na base que feriu o santo também parece ter sido levada de Nicomédia a Lida, de acordo com o manuscrito.

Na era de São Zacarias, Papa de Roma (741–752), o mesmo misteriosamente encontrou o venerável crânio de São Jorge guardado a salvo numa urna (provavelmente no Oriente), com uma inscrição em grego sobre sua autenticidade. Tamanha foi sua felicidade, que o papa convocou toda a cidade de Roma numa procissão com hinos e cânticos até depositá-lo na milenar Igreja de São Jorge em Velabro, próxima ao Arco de Jano. Desde sua transladação à igreja, inúmeros milagres foram registrados por aqueles que veneravam o grande mártir. (ver panorâmica)

No Chipre, durante o período otomano que perdurou dos séculos XVI a XIX, as autoridades, por algum motivo, não barravam a construção de templos em honra a São Jorge. Por conta disso, mais de trezentas igrejas, mosteiros e capelas foram construídas em honra ao santo, além de nove vilas e duas ilhas. Muitos cipriotas são nomeados Jorge ao nascer, e o grande mártir está intrínseco à cultura nacional. Nesse lugar, São Jorge é considerado o padroeiro dos que sofrem de epilepsia e doenças na visão, das crianças que tardam a dar seus primeiros passos e das garotas que buscam por um companheiro.

Igreja de São Jorge em Quieve

Igreja de São Jorge em Quieve antes de sua destruição.

A veneração de São Jorge nas terras russas iniciou-se graças a São Jaroslau, o Sábio, Grão-Príncipe de Quieve (1019–1054), filho de São Vladimir. Em 1030, São Jaroslau, que tinha por onomástico São Jorge, concluiu a construção do Mosteiro de São Jorge em Novogárdia, atual Patrimônio da Humanidade. (ver vídeo) Em 1032, São Jaroslau consagrou a grande cidade que havia construído como Iurieve (cidade de Iuri, cujo nome é uma adaptação de Jorge). Depois da invasão lituana do século XIV, a cidade passou a ser conhecida como “Igreja Branca”, e na atualidade é uma das maiores cidades do entorno de Quieve. (ver colagem)

Duas décadas depois, em 26 de novembro de 1051, São Jaroslau consagrou a Igreja de São Jorge em Quieve, uma das maiores de todas as terras russas até então. O acontecimento foi tamanho que o santo Metropolita Hilarião de Quieve adicionou esse dia ao calendário de festas da Igreja como o Dia de São Jorge no Outono, o qual é celebrado ainda hoje na Rússia (o dia 23 de abril é considerado como Dia de São Jorge na Primavera). Era nela em que se consagravam novos hierarcas para as terras russas, e também serviu de túmulo para a família real russa.

No século seguinte, o Grão-Príncipe Iuri I de Quieve (1149–1151, 1155–1157), que tinha por onomástico São Jorge, fundou a grande cidade de Moscou, além de igrejas dedicadas ao santo. Até hoje, a bandeira de Moscou representa São Jorge vencendo o mal, representado pelo dragão. (ver brasão) A cidade de Iurieve-Polsco, também construída pelo grão-príncipe, abrigou a Catedral de São Jorge em Vladimir, existente até hoje. (ver panorâmica) Diferente dela, a Igreja de São Jorge em Quieve não resistiu à invasão mongol na era do Metropolita José I (1237–1240) e foi destruída.

Em 1674, quando Quieve estava sob o jugo lituano, o Metropolita José V de Quieve (1663–1675) construiu uma pequena igreja de madeira sobre as ruínas, a qual foi reconstruída como um grande templo de pedra em estilo barroco pela Imperatriz Isabel da Rússia (1741–1762) em 1752, quando Quieve já fazia parte da Rússia. Antes de sua transferência para a Lavra das Cavernas, a igreja abrigou o túmulo do Príncipe Constantino da Valáquia (1802–1807), o qual lutou pela Independência da Grécia até ser derrotado pelos otomanos. Entre os reinados de Alexandre III (1881–1894) e São Nicolau II (1894–1917), algumas partes da igreja foram reformuladas no estilo neobizantino. Em 1934, a Igreja de São Jorge foi destruída pelos militantes ateístas.

Hinos

Tropário

(Cantado pela Catedral Ortodoxa Antioquina de São Paulo; em tom 4)

Tu que és o libertador dos cativos, /
auxílio e protetor dos necessitados, /
médico dos enfermos e defensor dos fiéis, /
ó grande mártir São Jorge, /
intercede a Cristo Deus pela salvação de nossas almas.

Condáquio

(Tradução livre)

Cultivado por Deus, tu te manifestaste como um digno lavrador, /
colhendo para ti mesmo os feixes da virtude. /
Pois semeaste com lágrimas mas colheste com alegria, /
tu competiste com o teu sangue, e da disputa recebeste o Cristo. /
Por tuas intercessões, ó Grande Mártir Jorge, /
a todos é concedida a remissão dos pecados.

Notas

Esse mesmo servo foi quem encarregou-se de registrar sua vida para que todas as gerações futuras pudessem contemplar a Glória de Deus realizada por intermédio de São Jorge. Nesse registro, o nome de Diocleciano está grafado como Dadiano, e algumas tradições ocidentais acabaram identificando-o como o mesmo Daciano responsável pelo martírio de São Vicente de Saragoça e outros. Isso, porém não seria possível, pois Daciano era prefeito da Gália, e não de alguma outra área no Oriente.
No mesmo registro, há um Magnêncio que governava ao lado de Dadiano. É impossível que esse seja o Imperador Magnêncio de Roma (350–353), pois este usurpou do poder e governou sozinho, além de que a Igreja de São Jorge já havia sido construída décadas atrás, e Santa Nina já havia pregado na Geórgia. Logo, esse só pode ter sido o Imperador Maximiano, significando que os feitos de São Jorge já haviam chegado até o Ocidente.

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