Apóstolo Timóteo

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O Santo Apóstolo Timóteo

O santo Apóstolo Timóteo (17–97[?]) era natural da cidade de Listra, na Ásia Menor. São Timóteo se converteu ao cristianismo no ano 52 pelo santo Apóstolo Paulo. A Igreja honra o santo como um dos Apóstolos dos Setenta. O apóstolo é comemorado em dois dias: em 4 de janeiro na Sinaxe dos Setenta Apóstolos e em 22 de janeiro, dia de seu martírio.

Vida

Quando os apóstolos Paulo e Barnabé visitaram as cidades da Licaônia, São Paulo curou um aleijado de nascença, e vários habitantes de Listra passaram a crer em Cristo.[1] Entre eles estava o futuro santo Timóteo, sua mãe Eunice e sua vó Loide, cuja Fé era muito elogiada pelo apóstolo.[2]

A semente de fé, plantada na alma de São Timóteo pelo Apóstolo Paulo logo gerou o abundante fruto. Tendo perdido o pai pagão ainda na juventude e sido criado em piedade e fé por mãe e avó, Timóteo tornou-se discípulo de São Paulo, e mais tarde seu companheiro constante na pregação do Evangelho. Em suas epístolas, o Apóstolo Paulo o chamava de seu filho amado, lembrando-se de sua devoção pelo estudo das Sagradas Escrituras e fidelidade com gratidão. Ele também escreveu a Timóteo: “Tu te aplicaste a seguir-me de perto na minha doutrina, no meu modo de vida, nos meus planos, na minha fé, na minha paciência, na minha caridade, na minha constância, nas minhas perseguições e nas provações que me sobrevieram”.[3]

Timóteo acompanhou São Paulo em sua viagem à Macedônia. Lá, quando os judeus enfurecidos começaram a perseguir Paulo, os dois tiveram que se separar — Timóteo permaneceu na cidade para cuidar dos neófitos, enquanto Paulo partiu para Atenas. Em Atenas, Paulo mandou buscá-lo, mas tomando conhecimento da perseguição aos cristãos de Tessalônica, enviou Timóteo para animá-los. Sua Carta aos Tessalonicenses foi escrita em virtude do seu posterior encontro com Timóteo, que o informou sobre seus feitos lá.

Em 58, São Paulo planejava retornar à Grécia, e enviou Timóteo para anunciar sua vinda e recolher esmolas que seriam enviadas aos cristãos de Jerusalém. Depois, Timóteo foi a Corinto para reavivar os cristãos nos ensinamentos de São Paulo. Este, entretanto, acabou sendo preso a voltar para Jerusalém. Timóteo esteve com ele durante todo o cárcere em Cesareia e depois em Roma, prisões essas nas quais o apóstolo escreveu suas Cartas a São Filêmon e aos Filipenses e fez questão de citá-lo no cabeçalho delas.

Liberto da prisão, Paulo nomeou o “homem de Deus” como Bispo de Éfeso, sob a tutela do santo Apóstolo João. Quando João foi exilado à ilha de Patmos, Timóteo perseverou como bispo, posição pela qual exerceu por quinze anos. Finalmente, quando São Paulo estava na prisão à espera do martírio, ele convocou seu fiel amigo Timóteo para um último adeus.[4]

Naquele tempo, os pagãos de Éfeso celebravam um festival em honra aos seus ídolos, e os carregavam por toda a cidade, acompanhados de ímpias cerimônias e cânticos. O Bispo Timóteo, zeloso pela glória de Deus, tentou interromper a procissão e pregar a verdadeira fé em Cristo aos cegos de espírito. Os pagãos caíram com raiva sobre o santo apóstolo: espancaram-no, arrastaram-no pelo chão e, finalmente, o apedrejaram. São Timóteo entregou sua alma ao senhor em 24 de janeiro de 93 (ou 97).

Pós-vida

A Igreja dos Santos Apóstolos foi reduzida a ruínas durante as cruzadas e depois reconstruída como uma mesquita.
A Catedral de Termoli foi construída durante o século VI.

Seu corpo foi enterrado pelos cristãos. No século IV, as santas relíquias de São Timóteo foram transferidas a Constantinopla e postas na Igreja dos Santos Apóstolos, próximo aos sepulcros de Santo André, São Lucas e São Gregório, o Teólogo. A igreja também abrigou as relíquias de São João, o Crisóstomo e de São Nicéforo I, Patriarca de Constantinopla (806–815).

No século XIII, durante o Saque de Constantinopla (1204), os cruzados espoliaram a Igreja dos Santos Apóstolos. Do que se tem registro, até o túmulo de seu próprio reconstrutor, o santo Imperador Justiniano, o Grande (527–565), foi arrombado e saqueado. A coroa do Imperador Heraclião ainda com os seus cabelos e os corpos de São Gregório e São Timóteo foram todos levados à Itália. Em 1239, as santas relíquias de São Timóteo foram escondidas no chão da Catedral de Termoli, na Itália central, e lá caíram no esquecimento por sete séculos. Em 1945, com o fim da Segunda Guerra Mundial e o início da restauração da catedral, as relíquias foram reencontradas.

Na Igreja Russa, a parte traseira da cruz de um padre geralmente possui as palavras de Paulo a Timóteo: “Torna-te mode­lo para os fiéis, no modo de falar e de viver, na caridade, na fé, na castidade”.[5]

Hinos

Tropário

(Tradução livre)

Tendo adquirido a bondade e mantido a vigilância em tudo, /
foste revestido com a boa confiança digna de um santo. /
Do Vaso escolhido tu extraístes inefáveis mistérios, /
mantivestes a Fé e concluístes um curso igual ao Seu. /
Ó bispo e mártir Timóteo, intercede ante o Verbo, /
Cristo nosso Deus, para que salve nossas almas.

Condáquio

(Tradução livre, celebrado juntamente com Santo Anastácio da Pérsia)

Nós, fiéis, louvemos o santo Apóstolo Timóteo, /
companheiro de Paulo em suas viagens e, com ele, /
honremos o sábio Anastácio, vindo como uma estrela da Pérsia, /
para a cura das paixões espirituais e das doenças corporais.

Ligações externas

Referências

  1. Atos 14:6–12
  2. II Timóteo 1:5
  3. II Timóteo 3:10–11
  4. II Timóteo 4:9
  5. I Timóteo 4:12