Bóris e Glebe de Kiev

Da wiki OrthodoxWiki
Revisão em 23h20min de 29 de junho de 2020 por EGobi (Discussão | contribs)
Ir para: navegação, pesquisa
Santos Bóris e Glebe.

Os Mais Ortodoxos Santos Príncipes Bóris de Rostóvia e Glebe de Murom (séc. XI) foram dois príncipes irmãos martirizados na Rus' Quievana. Por não terem respondido o mal com o mal, os santos ficaram conhecidos como Portadores da Paixão. A Igreja os comemora nos dias 24 de julho e 2 de maio pela transladação de suas relíquias.

Vida

Bóris, Glebe, Esvetopolco e Jaroslau eram filhos do Grão-Príncipe São Vladimir I de Quieve (978–1015). Quando Esvetopolco, o Maldito, então Príncipe de Turóvia (988–1019), conspira contra seu pai, este planeja matar seus irmãos Bóris, Glebe e Jaroslau a fim de tomar o poder.

Bóris, Príncipe de Rostóvia (1010–1015), o qual havia se batizado junto com seu santo pai sob o nome de Romano, recebeu uma mensagem de Esvetopolco na qual esse fingia desejar viver pacificamente com Bóris e aumentar as terras herdadas de seu pai. Os conselheiros de São Vladimir o aconselham a convocar o exército e tomar Quieve, mas Bóris nega, alegando que jamais levantaria a mão contra seu próprio irmão. Esvetopolco, entretanto, não portava tantos escrúpulos como seu irmão. O Maldito chega à Visgárdia e convence seus governantes a se aliarem a ele.

Bóris, já sabendo que seu irmão planeja matá-lo, estava nas proximidades do rio Alta. Quando os mercenários encontraram-no, o santo príncipe estava cantando o Salmódio e orando perante um ícone de Jesus Cristo, pedindo forças. São Bóris também orou por Esvetopolco, para que Deus não o culpasse pelo assassinato. Então, quando deitou-se em seu canapé, foi esfaqueado pelas lanças dos assassinos, que também mataram alguns de seus servos. Coberto por um pano, São Bóris foi jogado numa carroça e levado até Esvetopolco. Quando Esvetopolco viu que ele ainda estava respirando, ordenou que seus homens matassem-no com a espada.

Após assassinar seu irmão, Esvetopolco enviou uma mensagem a Glebe, Príncipe de Murom (1013–1015), o qual também havia se batizado com seu pai, sob o nome de Davi. Nela, lia-se que seu santo pai estava enfermo e queria vê-lo. A caminho de Quieve, Glebe foi parado por outra mensagem, mas de Jaroslau, que também se revoltara contra seu pai. Essa dizia que seu pai havia morrido, e Esvetopolco tinha assassinado seu irmão. Enquanto São Glebe se lamentava, os mercenários cercaram seu barco, e seu próprio cozinheiro foi obrigado a esfaqueá-lo até a morte. O corpo do mártir foi jogado na ribanceira, entre duas árvores. Mais tarde, ambos os corpos de São Bóris e São Glebe foram enterrados numa igreja dedicada a São Basílio.

Hinos

Tropário

(Tradução livre)

Ó justos portadores da paixão, casto Bóris e inocente Glebe, /
verdadeiramente observando o Evangelho de Cristo, /
vós não combatestes os ataques de vosso irmão, /
que matou vossos corpos mas não pôde tocar vossas almas. /
Deixai, então, os amantes dos poderes lamentarem-se /
enquanto vos regozijais com os anjos diante da Trindade. /
Orai por todos os que honram vossa memória, /
para que nossa salvação seja agradável a Deus.

Condáquio

(Tradução livre)

Hoje resplandece vossa mais gloriosa memória, /
ó nobres partícipes da paixão de Cristo, Bóris e Glebe, /
pois vós nos chamais a cantar louvores a Cristo nosso Deus. /
Orando a Ele através de vossos sagrados ícones, ó santos, /
recebemos o prodígio da cura por vossas intercessões, /
pois vós sois verdadeiramente os médicos de Deus.

Referências

  • São Demétrio, Arcebispo de Rostóvia (1906). A vida dos santos. Livros IX e XI.
  • São Nicolau, Bispo de Ócrida (2002). O prólogo de Ócrida. Volume I.

Ligações externas