Diferenças entre edições de "Silouan do Monte Athos"
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Nascido em [[17 de janeiro]] de 1866, sob o nome de Simeão, São Silouan foi um de sete filhos de uma família humilde que habitava as terras de Sovskin, da província russa de Tambov. Como de costume em uma área rural, desde muito cedo São Silouan ajudava os pais com o trabalho no campo e praticamente não recebeu educação formal. Apesar disso, o jovem Simeão era esperto e aprendia as coisas com facilidade. | Nascido em [[17 de janeiro]] de 1866, sob o nome de Simeão, São Silouan foi um de sete filhos de uma família humilde que habitava as terras de Sovskin, da província russa de Tambov. Como de costume em uma área rural, desde muito cedo São Silouan ajudava os pais com o trabalho no campo e praticamente não recebeu educação formal. Apesar disso, o jovem Simeão era esperto e aprendia as coisas com facilidade. | ||
− | Aos quatro anos, o pequeno Simeão ouviu um vendedor ambulante dizendo ao seu pai que Deus não existia. Ao ouvi-lo questionar "quem é esse seu Deus?", a fé então inabalável do pequeno ficou profundamente abalada. Apesar de seu pai insistir que aquele homem não sabia o que dizia, São Silouan levou quinze anos para que seu coração aceitasse plenamente a existência de Deus. Assim, aos dezenove anos, então trabalhando como carpinteiro, São Silouan ouviu uma peregrina contando a alguns trabalhadores sobre São João (Sezenov) de Tambov ([[28 de julho]]). Ela venerava o santo e contava a quem quisesse ouvir sobre os seus milagres. | + | Aos quatro anos, o pequeno Simeão ouviu um vendedor ambulante dizendo ao seu pai que Deus não existia. Ao ouvi-lo questionar "quem é esse seu Deus?", a fé então inabalável do pequeno ficou profundamente abalada. Apesar de seu pai insistir que aquele homem não sabia o que dizia, São Silouan levou quinze anos para que seu coração aceitasse plenamente a existência de Deus. Assim, aos dezenove anos, então trabalhando como carpinteiro, São Silouan ouviu uma peregrina contando a alguns trabalhadores sobre São João (Sezenov) de Tambov ([[28 de julho]]). Ela venerava o santo, que vivera entre 1791 e 1839 naquela mesma vizinhança, e contava a quem quisesse ouvir sobre os seus milagres. São João de Tambov tinha sido servo de um senhor cruel e impiedoso, de quem fugira e passou a viver como um peregrino, visitando lugares sagrados a pé, e sendo até aceito como noviço na Lavra de Kiev. Porém, o senhor conseguiu encontrá-lo, tirou-o dali à força e o acorrentou para que vivesse entre os porcos. Depois de alguns meses, Deus milagrosamente o livrou das correntes e São João passou a viver em Sezenov, de maneira reclusa. Posteriormente, ali fundou um mosteiro. |
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+ | São Silouan ficou fascinado ao ouvir a história de São João Sezenov. "Se ele era um homem santo, isso significa que Deus está conosco, e não há sentido em sair em busca dele". Durante todos aqueles anos, São Silouan sofrera em busca do lugar onde Deus se encontrava, mas Deus estava com ele o tempo todo. Naquele dia, Simeão sentiu sua fé foi renovada e intensificou suas orações, começava a crescer nele o interesse por uma vida completamente voltada a Deus. | ||
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==Pós-vida== | ==Pós-vida== |
Revisão das 17h23min de 13 de setembro de 2022
São Silouan do Monte Athos (em russo: Силуан Афонский; 1866–1938) foi um monge do Mosteiro de São Panteleimon no Monte Athos. Sua festa é comemorada pela Igreja em 24 de setembro. Foi também pai espiritual de São Sofrônio de Essex, a quem confiou seus escritos e, posteriormente, o responsável por escrever e publicar sua biografia, espalhando seus ensinamentos pelo mundo.
Vida
Infância e uma crise de fé
Nascido em 17 de janeiro de 1866, sob o nome de Simeão, São Silouan foi um de sete filhos de uma família humilde que habitava as terras de Sovskin, da província russa de Tambov. Como de costume em uma área rural, desde muito cedo São Silouan ajudava os pais com o trabalho no campo e praticamente não recebeu educação formal. Apesar disso, o jovem Simeão era esperto e aprendia as coisas com facilidade.
Aos quatro anos, o pequeno Simeão ouviu um vendedor ambulante dizendo ao seu pai que Deus não existia. Ao ouvi-lo questionar "quem é esse seu Deus?", a fé então inabalável do pequeno ficou profundamente abalada. Apesar de seu pai insistir que aquele homem não sabia o que dizia, São Silouan levou quinze anos para que seu coração aceitasse plenamente a existência de Deus. Assim, aos dezenove anos, então trabalhando como carpinteiro, São Silouan ouviu uma peregrina contando a alguns trabalhadores sobre São João (Sezenov) de Tambov (28 de julho). Ela venerava o santo, que vivera entre 1791 e 1839 naquela mesma vizinhança, e contava a quem quisesse ouvir sobre os seus milagres. São João de Tambov tinha sido servo de um senhor cruel e impiedoso, de quem fugira e passou a viver como um peregrino, visitando lugares sagrados a pé, e sendo até aceito como noviço na Lavra de Kiev. Porém, o senhor conseguiu encontrá-lo, tirou-o dali à força e o acorrentou para que vivesse entre os porcos. Depois de alguns meses, Deus milagrosamente o livrou das correntes e São João passou a viver em Sezenov, de maneira reclusa. Posteriormente, ali fundou um mosteiro.
São Silouan ficou fascinado ao ouvir a história de São João Sezenov. "Se ele era um homem santo, isso significa que Deus está conosco, e não há sentido em sair em busca dele". Durante todos aqueles anos, São Silouan sofrera em busca do lugar onde Deus se encontrava, mas Deus estava com ele o tempo todo. Naquele dia, Simeão sentiu sua fé foi renovada e intensificou suas orações, começava a crescer nele o interesse por uma vida completamente voltada a Deus.
No entanto, três meses após aquele acontecimento, seu divino zelo pela Fé declinou. Simeão se voltou à vida de um típico jovem envaidecido pela popularidade, sendo admirado pelas garotas do vilarejo, e então cedeu à fornicação. Além disso, brigava com outros rapazes, chegando a quase cometer homicídio.
Pós-vida
São Silouan repousou no Senhor em 24 de setembro de 1938, e foi glorificado em 1987. Seus escritos foram confiados a um de seus filhos espirituais, São Sofrônio de Essex, que além de editar e publicar suas memórias, escreveu também sua biografia.