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São Jacó iniciou sua vida ascética no Mosteiro da Dormição da Mãe de Deus em Hamatoura. Quando os mamelucos destruíram o local, São Jacó não perdeu as esperanças. Ao contrário: primeiro, reestabeleceu o monasticismo na região em torno de suas ruínas; mais tarde, conseguiu finalmente reconstruir o mosteiro, e revigorar a vida monástica aquele local. Graças a isso, sua vivacidade espiritual se tornou conhecida, chamando a atenção também dos mamelucos - que desejavam convertê-lo ao islã.  
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Muito pouco se sabe sobre a vida de São Jacó. Sabe-se que viveu por volta de 1350, no Líbano, e iniciou sua vida ascética no Mosteiro da Dormição da Mãe de Deus em Hamatoura. Quando os mamelucos destruíram o local, São Jacó não perdeu as esperanças. Ao contrário, reestabeleceu o monasticismo na região em torno de suas ruínas e, mais tarde, conseguiu reconstruir o mosteiro, revigorando a vida monástica daquele local. Graças a isso, sua vivacidade espiritual se tornou conhecida, chamando a atenção também dos mamelucos - que queriam forçá-lo a se converter ao islamismo.  
  
São Jacó permaneceu firme na Fé, e não cedeu às pressões. Percebendo a determinação do santo, forçaram-no a ir para a cidade de Tripoli, entregue ao governante local, que era muçulmano. Além de São Jacó, outros monges e leigos foram levados.
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São Jacó permaneceu firme na Fé, e não cedeu às pressões. Percebendo a determinação do santo, forçaram-no a ir para a cidade de Tripoli, entregue ao governante local, que era muçulmano. Além de São Jacó, foram levados também outros monges e leigos, os quais viriam a ser martirizados com ele.
  
São Jacó suportou terríveis torturas por quase um ano, e em momento algum renunciou à Fé Verdadeira - a despeito de todas as ameaças e das promessas que lhe fizeram. Percebendo que São Jacó não cederia, em 13 de outubro daquele ano, decidiram decapitá-lo. Além disso, os mamelucos queimaram seu corpo e atiraram seus restos mortais ao mar, para garantir que São Jacó não fosse sepultado nem venerado como mártir.
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Por quase um ano, São Jacó suportou terríveis torturas. A despeito de todas as ameaças e das promessas que lhe fizeram, em momento algum renunciou à Fé Verdadeira. Percebendo que São Jacó não cederia, em 13 de outubro daquele ano, decidiram decapitá-lo. Além disso, queimaram seu corpo para garantir que São Jacó não fosse dignamente enterrado como um cristão nem venerado como mártir pela Fé.
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As perseguições aos cristãos não cessaram, e o mosteiro foi abandonado diversas vezes durante a ocupação otomana na região. Por essa razão, a vida e o martírio de São Jacó de Hamatoura caíram no esquecimento por muitos anos.  
  
 
==Pós-vida==
 
==Pós-vida==
As perseguições não cessaram, e o mosteiro foi abandonado diversas vezes durante a ocupação otomana na região. Por essa razão, a vida e o martírio de São Jacó de Hamatoura caíram no esquecimento por muitos anos.
 
 
 
Ao longo do tempo, muitos contaram histórias de um santo milagroso perto de Hamatoura, que curava aqueles com enfermidades físicas e espirituais.
 
Ao longo do tempo, muitos contaram histórias de um santo milagroso perto de Hamatoura, que curava aqueles com enfermidades físicas e espirituais.
  
 
===Visita ao Ancião Panteleimon===
 
===Visita ao Ancião Panteleimon===
Enterrado nas cavernas do Monte Hamatoura existe o Mosteiro da Dormição da Mãe de Deus, com vista para uma terra que floresceu em fervor monástico. Até o final dos anos 1990, este mosteiro estava em ruínas, desabitado e esquecido desde os tempos de perseguição e da incansável espada da devastação mameluca. O Ancião Panteleimon, que viveu em obediência ao Bem-aventurado Isaac (Attalah) e a [[Paísios do Monte Athos|São Paísios]], recebeu uma visita de um mártir esquecido que o orientou a reconstruir seu mosteiro no Líbano, a terra natal de Geronda Panteleimon. Este mártir é São Jacó de Hamatoura.
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Até o final dos anos 1990, este Mosteiro da Dormição da Mãe de Deus em Hamatoura estava em ruínas, desabitado e esquecido desde os tempos de perseguição e da incansável espada da devastação mameluca. Até que o Arquimandrita Panteleimon (Farah), que viveu em obediência ao Bem-aventurado Isaac (Attalah) e a [[Paísios do Monte Athos|São Paísios]], recebeu a visita de um mártir esquecido que o orientou a reconstruir seu mosteiro no Líbano, a terra natal do ancião Panteleimon. Este mártir, como se descobriu posteriormente, é São Jacó de Hamatoura.
  
 
===Descoberta de suas relíquias===
 
===Descoberta de suas relíquias===
 
São Jacó de Hamatoura só teve seu nome conhecido quando um Gerontikon <ref>Um volume de hagiografias, compilação de biografias de santos.</ref> foi desenterrado no Mosteiro de Balaamand, mostrando seu nome, a data de seu repouso, e as maravilhas por ele realizadas.  
 
São Jacó de Hamatoura só teve seu nome conhecido quando um Gerontikon <ref>Um volume de hagiografias, compilação de biografias de santos.</ref> foi desenterrado no Mosteiro de Balaamand, mostrando seu nome, a data de seu repouso, e as maravilhas por ele realizadas.  
  
Suas relíquias foram descobertas em [[3 de julho]] de 2008, quando o mosteiro passou por reformas. Na capela do mosteiro, foi encontrada uma sepultura com dois esqueletos humanos - ambos contendo marcas de tortura, espancamento, sangue coagulado, um crânio com gotas de sangue. Foram encontrados também os ossos e parte do crânio de uma criança de 3 anos, e dois outros esqueletos datando 650 anos. Entre esses últimos, um apresenta marcas de decapitação - a segunda vértebra de seu pescoço foi perdida -, e além disso fora queimado. Conforme o manuscrito de Balamand, essas são as relíquias de São Jacó, que morreu com cerca de 50 anos. Seus companheiros morreram por volta dos 40 anos. O restante das relíquias datam cerca de 450 anos atrás.
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Suas santas relíquias foram descobertas em [[3 de julho]] de 2008, quando o mosteiro passou por reformas. Na capela do mosteiro, encontraram ossadas contendo marcas de tortura, espancamento, sangue coagulado, e um crânio com gotas de sangue. Foram encontrados também os ossos e parte do crânio de uma criança de 3 anos sob o Altar, e outros dois esqueletos datando 650 anos. Entre esses últimos, um apresenta marcas de decapitação - a segunda vértebra de seu pescoço foi perdida -, e além disso há indícios de que fora queimado. Conforme o manuscrito de Balamand, essas são as relíquias de São Jacó, que morreu com cerca de 50 anos. Os outros mártires companheiros de São Jacó morreram por volta dos 40 anos. O restante das relíquias datam cerca de 450 anos atrás.
  
As relíquias não foram enterradas em túmulos comuns, mas ao centro da igreja, de uma maneira apressada, como um sinal de que havia perseguições - além de indicar também que as relíquias já eram consideradas sagradas por quem as enterrou, tanto por não terem sido consumidas pelo fogo, quanto pelo modo como foram enterradas. Essa igreja fora reconsagrada em 16 de outubro de 1894, já que tinha sido vandalizada.
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Suas santas relíquias não foram enterradas em túmulos comuns, mas ao centro da igreja, de uma maneira apressada - indicando que havia perseguições naquele período, além de que já eram consideradas sagradas por quem as enterrou. Essa igreja fora reconsagrada em 16 de outubro de 1894, já que tinha sido vandalizada.
  
 
Em [[13 de outubro]] de 2002, a memória de São Jacó de Hamatoura foi comemorada pela primeira vez, em uma vigília noturna.
 
Em [[13 de outubro]] de 2002, a memória de São Jacó de Hamatoura foi comemorada pela primeira vez, em uma vigília noturna.

Revisão das 02h43min de 11 de outubro de 2022

São Jacó de Hamatoura

O Venerável Hieromártir Jacó de Hamatoura (séc. XIV) foi um monge do Mosteiro da Dormição da Mãe de Deus em Hamatoura, no Líbano. São Jacó foi perseguido e martirizado em defesa da Fé. Sua festa é comemorada em 13 de outubro.

Vida

Ícone da vida de São Jacó e da Mãe de Deus de Hamatoura

Muito pouco se sabe sobre a vida de São Jacó. Sabe-se que viveu por volta de 1350, no Líbano, e iniciou sua vida ascética no Mosteiro da Dormição da Mãe de Deus em Hamatoura. Quando os mamelucos destruíram o local, São Jacó não perdeu as esperanças. Ao contrário, reestabeleceu o monasticismo na região em torno de suas ruínas e, mais tarde, conseguiu reconstruir o mosteiro, revigorando a vida monástica daquele local. Graças a isso, sua vivacidade espiritual se tornou conhecida, chamando a atenção também dos mamelucos - que queriam forçá-lo a se converter ao islamismo.

São Jacó permaneceu firme na Fé, e não cedeu às pressões. Percebendo a determinação do santo, forçaram-no a ir para a cidade de Tripoli, entregue ao governante local, que era muçulmano. Além de São Jacó, foram levados também outros monges e leigos, os quais viriam a ser martirizados com ele.

Por quase um ano, São Jacó suportou terríveis torturas. A despeito de todas as ameaças e das promessas que lhe fizeram, em momento algum renunciou à Fé Verdadeira. Percebendo que São Jacó não cederia, em 13 de outubro daquele ano, decidiram decapitá-lo. Além disso, queimaram seu corpo para garantir que São Jacó não fosse dignamente enterrado como um cristão nem venerado como mártir pela Fé.

As perseguições aos cristãos não cessaram, e o mosteiro foi abandonado diversas vezes durante a ocupação otomana na região. Por essa razão, a vida e o martírio de São Jacó de Hamatoura caíram no esquecimento por muitos anos.

Pós-vida

Ao longo do tempo, muitos contaram histórias de um santo milagroso perto de Hamatoura, que curava aqueles com enfermidades físicas e espirituais.

Visita ao Ancião Panteleimon

Até o final dos anos 1990, este Mosteiro da Dormição da Mãe de Deus em Hamatoura estava em ruínas, desabitado e esquecido desde os tempos de perseguição e da incansável espada da devastação mameluca. Até que o Arquimandrita Panteleimon (Farah), que viveu em obediência ao Bem-aventurado Isaac (Attalah) e a São Paísios, recebeu a visita de um mártir esquecido que o orientou a reconstruir seu mosteiro no Líbano, a terra natal do ancião Panteleimon. Este mártir, como se descobriu posteriormente, é São Jacó de Hamatoura.

Descoberta de suas relíquias

São Jacó de Hamatoura só teve seu nome conhecido quando um Gerontikon [1] foi desenterrado no Mosteiro de Balaamand, mostrando seu nome, a data de seu repouso, e as maravilhas por ele realizadas.

Suas santas relíquias foram descobertas em 3 de julho de 2008, quando o mosteiro passou por reformas. Na capela do mosteiro, encontraram ossadas contendo marcas de tortura, espancamento, sangue coagulado, e um crânio com gotas de sangue. Foram encontrados também os ossos e parte do crânio de uma criança de 3 anos sob o Altar, e outros dois esqueletos datando 650 anos. Entre esses últimos, um apresenta marcas de decapitação - a segunda vértebra de seu pescoço foi perdida -, e além disso há indícios de que fora queimado. Conforme o manuscrito de Balamand, essas são as relíquias de São Jacó, que morreu com cerca de 50 anos. Os outros mártires companheiros de São Jacó morreram por volta dos 40 anos. O restante das relíquias datam cerca de 450 anos atrás.

Suas santas relíquias não foram enterradas em túmulos comuns, mas ao centro da igreja, de uma maneira apressada - indicando que havia perseguições naquele período, além de que já eram consideradas sagradas por quem as enterrou. Essa igreja fora reconsagrada em 16 de outubro de 1894, já que tinha sido vandalizada.

Em 13 de outubro de 2002, a memória de São Jacó de Hamatoura foi comemorada pela primeira vez, em uma vigília noturna.

Ligações Externas

Referências

  1. Um volume de hagiografias, compilação de biografias de santos.