Diferenças entre edições de "Igreja Antioquina de São Jorge (São José do Rio Preto)"

Da wiki OrthodoxWiki
Ir para: navegação, pesquisa
(História)
Linha 2: Linha 2:
  
 
== História ==
 
== História ==
O cristianismo ortodoxo no noroeste paulista surgiu na década de 1930, quando imigrantes sírios passaram a se assentar no centro comercial de São José do Rio Preto. Naquela época, o território brasileiro estava sob jurisdição da Metrópole do Rio de Janeiro (1921–1965), e as igrejas nos estados de São Paulo e Minas Gerais eram apenas três: a [[Igreja da Anunciação da Mãe de Deus]], na cidade de São Paulo, outra dedicada à mesma festa em Ituverava, na região de Ribeirão Preto (norte paulista), e uma última consagrada ao [[Profeta Elias|Santo Profeta Elias]] em Guaxupé, no sudoeste de Minas Gerais. Ao mesmo tempo, uma igreja dedicada a [[Jorge, o Vitorioso|São Jorge, o Vitorioso]], era construída em Bariri, na região de Jaú.
+
O cristianismo ortodoxo no noroeste paulista surgiu na década de 1930, quando imigrantes sírio-libaneses passaram a se assentar no centro comercial de São José do Rio Preto. Naquela época, o território brasileiro estava sob jurisdição da Metrópole do Rio de Janeiro (1921–1965), e as igrejas nos estados de São Paulo e Minas Gerais eram apenas três: a [[Igreja da Anunciação da Mãe de Deus]], na cidade de São Paulo, outra dedicada à mesma festa em Ituverava, na região de Ribeirão Preto (norte paulista), e uma última consagrada ao [[Profeta Elias|Santo Profeta Elias]] em Guaxupé, no sudoeste de Minas Gerais. Ao mesmo tempo, uma igreja dedicada a [[Jorge, o Vitorioso|São Jorge, o Vitorioso]], era construída em Bariri, na região de Jaú.
  
 
As três paróquias e suas comunidades eram relacionadas à malha ferroviária paulista: Guaxupé era a parada final da Estrada de Ferro Mogiana, a qual partia de Campinas com direção a Guaxupé, passando por Ituverava. Em Guaxupé, a Mogiana dividia-se em três ramais que adentravam o estado de Minas Gerais. Já Bariri possuía a estação final do ramal homônimo da Estrada de Ferro Douradense, a qual iniciava-se em Ribeirão Bonito.
 
As três paróquias e suas comunidades eram relacionadas à malha ferroviária paulista: Guaxupé era a parada final da Estrada de Ferro Mogiana, a qual partia de Campinas com direção a Guaxupé, passando por Ituverava. Em Guaxupé, a Mogiana dividia-se em três ramais que adentravam o estado de Minas Gerais. Já Bariri possuía a estação final do ramal homônimo da Estrada de Ferro Douradense, a qual iniciava-se em Ribeirão Bonito.
  
Para chegar em São José do Rio Preto a partir da capital São Paulo, era necessário utilizar a São Paulo Railway na estação da Luz, pouco mais de um quilômetro ao norte da Igreja da Anunciação da Mãe de Deus. Desembarcando em Jundiaí, tomava-se um segundo trem, dessa vez da Estrada de Ferro Paulista. Esse trem passava por São Carlos (onde o ramal em direção a Bariri iniciava-se) e tinha como destino final a estação de Araraquara. Desembarcando nessa estação, um trem da Estrada de Ferro de Araraquara, inaugurada na década de 1910, tinha como destino final São José do Rio Preto. Com a chegada da estrada de ferro, a cidade rapidamente tornou-se um polo comercial de café, e recebeu seus primeiros imigrantes sírios nos anos seguintes.
+
Para chegar em São José do Rio Preto a partir da capital São Paulo, era necessário utilizar a São Paulo Railway na estação da Luz, pouco mais de um quilômetro ao norte da Igreja da Anunciação da Mãe de Deus. Desembarcando em Jundiaí, tomava-se um segundo trem, dessa vez da Estrada de Ferro Paulista. Esse trem passava por São Carlos (onde o ramal em direção a Bariri iniciava-se) e tinha como destino final a estação de Araraquara. Desembarcando nessa estação, um trem da Estrada de Ferro de Araraquara, inaugurada na década de 1910, tinha como destino final São José do Rio Preto. Com a chegada da estrada de ferro, a cidade rapidamente tornou-se um polo comercial de café, e recebeu seus primeiros imigrantes sírio-libanes nos anos seguintes.
 +
 
 +
Em [[15 de novembro]] de 1936, no dia dos Santos Gurio, Samonas e Abibos, a comunidade iniciou a construção de uma igreja dedicada a São Jorge a menos de um quilômetro ao oeste da estação ferroviária. Entretanto, desde 1931, com o repouso do Metropolita Miguel do Rio de Janeiro (1921–1931), a Igreja Antioquina passava por um período de vacância de um hierarca para o Brasil, o que só se resolveu em 1958, com a ordenação do Metropolita Inácio de São Paulo (1958–1997). Durante esse tempo, a construção da igreja era acompanhada pelas bênçãos do Metropolita Inácio de Epifânia (1925–1969), o qual havia sido enviado de Hama, na Síria, para São Paulo com a missão de desenvolver o cristianismo ortodoxo no estado e dar início à construção da [[Catedral Antioquina de São Paulo|Catedral de São Paulo]], iniciada por ele em 1939.
 +
 
 +
Após dez anos de obras, a Igreja de São Jorge foi consagrada em [[5 de julho]] de 1947, no dia de [[Atanásio do Monte Athos|Santo Atanásio do Monte Athos]]. A Divina Liturgia foi oficializada pelo Metropolita Inácio, e contou com a presença do então Governador Ademar de Barros.
  
 
{{Igrejas ortodoxas no Brasil}}
 
{{Igrejas ortodoxas no Brasil}}

Revisão das 08h10min de 27 de dezembro de 2022

A Igreja de São Jorge é uma paróquia antioquina pertencente à Metrópole de São Paulo, localizada em São José do Rio Preto.

História

O cristianismo ortodoxo no noroeste paulista surgiu na década de 1930, quando imigrantes sírio-libaneses passaram a se assentar no centro comercial de São José do Rio Preto. Naquela época, o território brasileiro estava sob jurisdição da Metrópole do Rio de Janeiro (1921–1965), e as igrejas nos estados de São Paulo e Minas Gerais eram apenas três: a Igreja da Anunciação da Mãe de Deus, na cidade de São Paulo, outra dedicada à mesma festa em Ituverava, na região de Ribeirão Preto (norte paulista), e uma última consagrada ao Santo Profeta Elias em Guaxupé, no sudoeste de Minas Gerais. Ao mesmo tempo, uma igreja dedicada a São Jorge, o Vitorioso, era construída em Bariri, na região de Jaú.

As três paróquias e suas comunidades eram relacionadas à malha ferroviária paulista: Guaxupé era a parada final da Estrada de Ferro Mogiana, a qual partia de Campinas com direção a Guaxupé, passando por Ituverava. Em Guaxupé, a Mogiana dividia-se em três ramais que adentravam o estado de Minas Gerais. Já Bariri possuía a estação final do ramal homônimo da Estrada de Ferro Douradense, a qual iniciava-se em Ribeirão Bonito.

Para chegar em São José do Rio Preto a partir da capital São Paulo, era necessário utilizar a São Paulo Railway na estação da Luz, pouco mais de um quilômetro ao norte da Igreja da Anunciação da Mãe de Deus. Desembarcando em Jundiaí, tomava-se um segundo trem, dessa vez da Estrada de Ferro Paulista. Esse trem passava por São Carlos (onde o ramal em direção a Bariri iniciava-se) e tinha como destino final a estação de Araraquara. Desembarcando nessa estação, um trem da Estrada de Ferro de Araraquara, inaugurada na década de 1910, tinha como destino final São José do Rio Preto. Com a chegada da estrada de ferro, a cidade rapidamente tornou-se um polo comercial de café, e recebeu seus primeiros imigrantes sírio-libanes nos anos seguintes.

Em 15 de novembro de 1936, no dia dos Santos Gurio, Samonas e Abibos, a comunidade iniciou a construção de uma igreja dedicada a São Jorge a menos de um quilômetro ao oeste da estação ferroviária. Entretanto, desde 1931, com o repouso do Metropolita Miguel do Rio de Janeiro (1921–1931), a Igreja Antioquina passava por um período de vacância de um hierarca para o Brasil, o que só se resolveu em 1958, com a ordenação do Metropolita Inácio de São Paulo (1958–1997). Durante esse tempo, a construção da igreja era acompanhada pelas bênçãos do Metropolita Inácio de Epifânia (1925–1969), o qual havia sido enviado de Hama, na Síria, para São Paulo com a missão de desenvolver o cristianismo ortodoxo no estado e dar início à construção da Catedral de São Paulo, iniciada por ele em 1939.

Após dez anos de obras, a Igreja de São Jorge foi consagrada em 5 de julho de 1947, no dia de Santo Atanásio do Monte Athos. A Divina Liturgia foi oficializada pelo Metropolita Inácio, e contou com a presença do então Governador Ademar de Barros.