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São Nektários nasceu em [[1 de outubro]] de 1846, em Silíbria, na região da Trácia. Seus pais, Demos e Maria Kephalas, deram a ele o nome de Anastásios. Desde criança, era conhecido pela sua piedade e devoção à Igreja - interessava-se por leituras espirituais e tinha enorme reverência por elas.
 
São Nektários nasceu em [[1 de outubro]] de 1846, em Silíbria, na região da Trácia. Seus pais, Demos e Maria Kephalas, deram a ele o nome de Anastásios. Desde criança, era conhecido pela sua piedade e devoção à Igreja - interessava-se por leituras espirituais e tinha enorme reverência por elas.
  

Revisão das 03h20min de 23 de outubro de 2022

São Nektários de Egina

São Nektários de Egina (em grego: Άγιος Νεκτάριος Αιγίνης, 1846-1920) foi Metropolita de Pentápolis, taumaturgo, teólogo e hinógrafo. De notável discernimento, paciência e humildade, São Nektários operou ainda em vida inúmeros milagres. Conhecido também pela composição do hino Agni Parthene (Αγνή Παρθένε), além de autor de diversas obras teológicas. Repousou em 8 de novembro de 1920, no dia da Sináxis dos Arcanjos, assim, sua festa é comemorada em 9 de novembro.

Vida

Família e Infância

São Nektários nasceu em 1 de outubro de 1846, em Silíbria, na região da Trácia. Seus pais, Demos e Maria Kephalas, deram a ele o nome de Anastásios. Desde criança, era conhecido pela sua piedade e devoção à Igreja - interessava-se por leituras espirituais e tinha enorme reverência por elas.

Aos catorze anos, São Nektários precisou ir à Constantinopla em busca de trabalho e também para que pudesse estudar. No entanto, o jovem não tinha dinheiro nem mesmo para realizar a viagem. Assim, explicou a sua situação ao capitão do navio e pediu permissão para embarcar. Porém, o capitão se irritou e o mandou embora. Anastásios compreendeu, e se retirou decepcionado. Quando o capitão ordenou que o barco partisse, nada aconteceu. Após inúmeras tentativas falhas, o capitão se afastou e percebeu ao longe o olhar entristecido do jovem Anastásios, que havia permanecido na doca. Apiedando-se dele, permitiu enfim que o garoto embarcasse com eles. Para sua surpresa, imediatamente os motores funcionaram.

Em Constantinopla

Em Constantinopla, Anastásios conseguiu emprego como vendedor de tabaco, que não pagava muito, mas era suficiente para que pudesse se manter. A fim de ajudar as pessoas ao seu redor, o garoto incluía bilhetes nas embalagens da loja com mensagens espirituais, retiradas dos livros que lia.

Como não tinha dinheiro suficiente para comprar roupas, Anastásios andava descalço e vestia farrapos. Certa vez, decidiu escrever uma carta para Deus: "Meu doce Cristo, Não tenho sapatos nem mesmo um avental. Envia-os para mim, Senhor. O Senhor sabe o quanto te amo". Anastásios colocou um selo na carta e escreveu no verso do envelope "para o Senhor Jesus Cristo que está no Céu". No caminho para enviá-la, encontrou o dono da loja que ficava em frente à tabacaria. O homem perguntou aonde ia, e Anastásios respondeu qualquer coisa em resposta. Vendo a carta em suas mãos, o homem se ofereceu para enviá-la, já que também estava a caminho dos correios. Assim, o vendedor colocou a carta em seu bolso e garantiu que iria enviá-la junto às suas próprias correspondências. O jovem voltou à loja com alegria e continuou seu trabalho.

Quando o vendedor pegou a carta de Anastásios, ficou surpreso com o destinatário dela. Perplexo e curioso, não resistiu em abrir o envelope. O homem foi profundamente tocado pela simplicidade da fé do jovem Anastásios, e decidiu colocar algum dinheiro no envelope e anonimamente enviar para ele. Quando Anastásios recebeu o presente, ficou repleto de alegria e deu graças a Deus.

Alguns dias mais tarde, vendo Anastásios com roupas novas, seu chefe pensou que tinha sido roubado pelo garoto, e o agrediu. Anastásios gritava que nunca tinha roubado coisa alguma, mas que seu doce Cristo havia enviado para ele. Ouvindo a confusão, o vendedor da outra loja foi até à tabacaria e explicou o que houve.

Ainda jovem, São Nektários peregrinou pela Terra Santa. Durante a viagem, houve uma tempestade enorme e o navio ameaçava afundar. São Nektários olhou para as águas enfurecidas do mar, e foi até o capitão. Permaneceu atrás dele, pedindo a Deus que os salvasse. Retirou um cordão com uma crucifixo que recebera de sua avó, contendo uma relíquia da Santa Cruz, e amarrou em seu cinto. Inclinou-se três vezes para o lado, mergulhando a cruz na água, ordenando ao mar "Silêncio! Acalme-se". Imediatamente, o vento cessou e o mar se acalmou. A cruz, porém, caiu ao mar e se perdeu.

Ao longo da viagem, ouvia-se sons de batida no casco. Quando o naviou atracou, São Nektários desembarcou e já se afastava quando ouviu o capitão gritar seu nome: "Kephalas, Kephalas, volte!". O capitão ordenou que alguns homens fossem examinar o casco em um barco pequeno e descobrir as origens daquela batida. Eis que encontraram seu crucifixo preso ao casco. São Nektários ficou exultante, e nunca mais deixou de usá-lo.

Vida monástica e ordenação

Em 7 de novembro de 1875, São Nektários foi tonsurado monge no Mosteiro de Nea Moni em Chios, sob o nome de Lázaro. Dois anos mais tarde, foi feito diácono. Naquela ocasião, recebeu o nome de Nektários. Posteriormente, foi ordenado ao sacerdócio, e foi para o Egito.

São Nektários foi feito Metropolita de Pentápolis. Diante de suas virtudes, outros metropolitas e bispos do Patriarcado de Alexandria se encheram de ciúme e cederam às sugestões diabólicas de conspirar contra o santo. Decidiram caluniá-lo, contando sucessivas mentiras ao Patriarca Sofrônio.

Repouso

São Nektários repousou no Senhor em 8 de novembro de 1920, aos setenta e quatro anos.

Pós-vida

No quarto de hospital onde repousara, havia também outra cama, onde estava um homem que sofria de paralisia. Assim que São Nektários deu seu último suspiro, a enfermeira e a monja iniciaram os preparativos para seu enterro em Egina. Vestiram-no com roupas limpas e, por alguns minutos, deixaram suas antigas vestes sobre a cama do homem paralítico. Imediatamente, o homem foi levantou da cama, dando graças ao Senhor, pois havia sido curado de sua doença.

São Nektários foi enterrado no Mosteiro da Santíssima Trindade em Egina. Muitos anos mais tarde, como de costume na Grécia, seu túmulo foi aberto para transladação de suas relíquias. Estas, porém, foram encontradas incorruptas - como se tivesse sido enterrado naquele mesmo dia.

Ao receber essa notícia, o arcebispo Crisóstomo de Atenas foi pessoalmente ver as relíquias de São Nektários. O arcebispo ordenou que as deixassem sob o sol por alguns dias, e depois as enterrasse novamente. Assim, o corpo naturalmente iria se deteriorar. Um ou dois meses depois disso, abriram o túmulo novamente e mais uma vez encontraram as relíquias do santo incorruptas. Depois disso, depositaram-na em um sarcófago de mármore.

São Nektários foi glorificado por Deus, e sua vida foi uma contínua doxologia ao Senhor. Durante sua vida e após seu repouso, São Nektários realizou inúmeros milagres. Em 1918, São Savvas de Kalymnos, monge que havia passado alguns anos em Patmos, na Grécia, soube que São Nektários procurava por ele. Surpreso, foi à Egina encontrar o santo. São Savvas permaneceu em Egina até o dia do repouso de São Nektários, servindo-o e o auxiliando em tudo o que era necessário. São Savvas presenciou o primeiro milagre após o repouso do santo, bem como foi quem grafou seu primeiro ícone.

Foi glorificado em 20 de abril de 1961.

Obras

Publicações

  • Λόγος Ἐκκλησιαστικός. Atenas, 1884.
  • Δέκα λόγοι ἐκκλησιαστικοὶ διὰ τὴν Μεγάλη Τεσσαρακοστή (trad. Dez homilias para a Grande Quaresma). Alexandria, 1885.
  • Περὶ τῶν Ἱερῶν Συνόδων, καὶ περὶ τῶν δύο πρώτων Οἰκουμενικῶν Συνόδων. (trad. Os Santos Sínodos e os Dois Primeiros Concílios Ecumênicos) Alexandria, 1888.
  • Λόγος ἐκφωνηθεὶς ἐν τῷ Ἀχιλλοπουλείῳ Παρθεναγωγείῳ τὴν Ἑορτὴ τῶν Τριῶν Ἱεραρχῶν. (trad. Homilia proferida na Festa dos Três Grandes Hierarcas) Alexandria, 1889.
  • Αἱ Οἰκουμενικαὶ Σύνοδοι τῆς τοῦ Χριστοῦ Ἐκκλησίας. (trad. Os Concílios Ecumênicos da Igreja de Cristo) Atenas, 1892.
  • Τὰ παρ᾿ ἡμῖν τελούμενα ἱερὰ μνημόσυνα. Atenas, 1892.
  • Περὶ τῆς ἐν τῷ κόσμῳ ἀποκαλύψεως τοῦ Θεοῦ. Atenas, 1892.
  • Ἀποτύπωσις περὶ ἀνθρώπου. Atenas, 1893.
  • Περὶ τῶν ἀποτελεσμάτων ἀληθοῦς καὶ ψευδοῦς μορφώσεως. Atenas, 1894.
  • Περὶ ἐπιμελείας ψυχῆς. Atenas, 1894.
  • Ἱερῶν καὶ φιλοσοφικῶν λογίων θησαύρισμα, dois volumes. Atenas, 1896.
  • Ἐπικαὶ καὶ ἐλεγειακαὶ γνῶμαι μικρῶν Ἑλλήνων ποιητῶν. Atenas, 1896.
  • Μάθημα Χριστιανικῆς Ἠθικῆς. Atenas, 1897.
  • Μάθημα Ποιμαντικῆς. Atenas, 1898.
  • Ὀρθόδοξος Χριστιανικὴ Κατήχησις. Atenas, 1899.
  • Χριστολογία. Atenas, 1900.
  • Μελέτη περὶ τῆς ἀθανασίας τῆς ψυχῆς καὶ περὶ τῶν ἱερῶν μνημοσύνων. Atenas, 1901.
  • Ευαγγελική ἱστορία δι᾿ ἁρμονίας τῶν ἱερῶν Εὐαγγελιστῶν. . Atenas, 1903.
  • Περί τῆς Μητρὸς τοῦ Κυρίου, τῆς Ὑπεραγίας, Θεοτόκου καὶ Ἀειπαρθένου Μαρίας. Atenas, 1904.
  • Περί τῶν Ἁγίων τοῦ Θεοῦ. Atenas, 1904.
  • Κατανυκτικόν προσευχητάριον (1904), 2ª edição. Atenas, 1914.
  • Γνῶθι σαυτόν, ἤτοι μελέται Θρησκευτικαὶ καὶ ἠθικαί. Atenas, 1904.
  • Μελέτη περὶ μετανοίας καὶ ἐξομολογήσεως. Atenas, 1904.
  • Μελέτη περὶ τοῦ Μυστηρίου τῆς Θείας Εὐχαριστίας. Atenas, 1904.
  • Θεοτοκάριον ἤτοι ᾠδαὶ καὶ ὕμνοι πρὸς τὴν Ὑπεραγίαν Θεοτόκον καὶ Ἀειπάρθενον Μαρίαν (1905) 2ª edição. Atenas, 1907.
  • Ἱερατικόν Ἐγκόλπιον. Atenas, 1907.
  • Ψαλτήριον τοῦ Προφητάνακτος Δαβίδ. (trad. Salmos do Santo Profeta Davi). Atenas, 1908.
  • Τριαδικόν, ἤτοι ᾠδαὶ καὶ ὕμνοι πρὸς τὸν ἐν Τριάδι Θεόν (trad. Triadikon: salmos e hinos ao Deus Triúno). Atenas, 1909.
  • Μελέτη ἱστορικὴ περὶ τῶν αἰτίων τοῦ Σχίσματος (trad. Uma história do Cisma e suas causas). dois volumes. Atenas, 1912.
  • Περὶ τῆς Μίας, Ἁγίας, Καθολικῆς καὶ Ἀποστολικῆς Ἐκκλησίας καὶ περὶ τῆς Ἱερᾶς Παραδόσεως. (A Igreja, Una, Santa, Católica e Apostólica, e a Sagrada Tradição). Atenas, 1913.
  • Ἱστορική μελέτη περὶ τοῦ Τιμίου καὶ Ζωοποιοῦ Σταυροῦ (trad. A história da Santa e Vivificante Cruz). Atenas, 1914.
  • Μελέτη περὶ τῶν Θείων Μυστηρίων (trad. Estudo sobre os Divinos Mistérios). Atenas, 1915.
  • Περὶ Ἐκκλησίας. (trad. Sobre a Igreja). Volume comemorativo do Seminário de Rizário. Atenas, 1920.
  • Μελέτη περὶ τῶν διατεταγμένων νηστειῶν. In: Arquimandrita Tito Matthaiakakis (ed.), ««Θεολογίαν», volume 26, 1955.
  • Θεία Λειτουργία τοῦ Ἁγίου ἐνδόξου Ἀποστόλου καὶ Εὐαγγελιστοῦ Μάρκου. (trad. A Divina Liturgia segundo o Santo e Glorioso Apóstolo e Evangelista Marcos). In: Arquimandrita Tito Matthaiakakis (ed.), «Θεολογίαν», volume 26. Atenas, 1955.
  • Arquimandrita Tito Matthaiakakis (ed.) Περί ὅρκου. Atenas, 1955.
  • Arquimandrita Tito Matthaiakakis (ed.) Χριστιανικὴ Ἠθικὴ τῆς Ὀρθοδόξου Ἀνατολικῆς Ἐκκλησίας. Atenas, 1965.
  • Μελέτη περὶ τῶν Ἁγίων Εἰκόνων (trad. Um estudo sobre os Santos Ícones). Tessalônica, 1972.

Outros trabalhos (não publicados)

  • Μελέτη περὶ τῶν ἁγίων λειψάνων. (trad. Estudos sobre as Relíquias Sagradas)
  • Περὶ κηροῦ μελίσσης καὶ ἐλαίου ὡς προσφορὰς καὶ περὶ θυμιάματος. (trad. A Cera de Abelha e Óleo, e O Incenso).
  • Περὶ τῆς ἀφιερώσεως τῷ Θεῷ ὁσίων παρθένων καὶ περὶ Μονῶν καὶ μοναχικοῦ βίου.
  • Ἑορτολογία τῆς Ὀρθοδόξου Ἀνατολικῆς Ἐκκλησίας.
  • Νέον Τριαδικόν (trad. Novo Triadikon)
  • Περὶ Μεσαίωνος καὶ τοῦ Βυζαντινοῦ Ἑλληνισμοῦ.
  • Περὶ Ἑλληνισμοῦ (trad. O Helenismo)
  • Ἑρμηνεία τῶν Πράξεων τῶν Ἀποστόλων.
  • Περὶ τῆς ἐν πνεύματι καὶ ἀληθείᾳ λατρείας.
  • Ἱερὰ Λειτουργική (trad. A Divina Liturgia)
  • Κεφάλαια πέντε περὶ τῶν λειτουργικῶν βιβλίων.
  • Ἱστορίας Ἐκκλησιαστικῆς μυστικὴ θεωρία.
  • Ἐγκυκλοπαίδεια τῆς Φιλοσοφίας.
  • Χριστομάθεια.
  • Νέον Πασχάλιον αἰώνιον.

Volumes editados

  • De sua autoria: Χριστιανικὴ Ἠθική. Ἀθῆναι, 1893.
  • Εὐγενίου Βουλγάρεως: Σχεδίασμα περὶ ἀνεξιθρησκείας, Ἀλεξάνδρεια, 1890.
  • Νεοφύτου Βάμβα: Φυσικὴ Θεολογία. Ἀλεξάνδρεια, 1893.
  • Ἀντιόχου μοναχοῦ τῆς Λαύρας τοῦ Ἁγίου Σάββα: Πανδέκτης τῶν θεοπνεύστων Ἁγίων Γραφῶν (ἐκ τῆς Πατρολογίας τοῦ Migne), Ἀθῆναι, 1906.
  • Santo Agostinho. Kekragarion. 2 volumes. Atenas, 1910.

Cartas

  • Carta ao Metropolita de Atenas
  • Carta ao antigo Metropolita Espiridon de Cefalônia
  • Quarenta e cinco cartas à primeira abadessa de seu Mosteiro, e às demais monjas
  • Dez cartas ao seu fiel discípulo Constantino Sakkopoulos
  • Carta ao monge José

Ligações Externas