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Dotada de grande beleza física e espiritual, Teodora foi catequizada desde a infância por sua piedosa mãe Teoctista, que a teve como um presente de Deus no mesmo ano em que o herético Imperador Leão V (813–820) reinstituiu a iconoclastia e a perseguição aos cristãos ortodoxos. Naquele mesmo ano, Leão depôs São Nicéforo I, Patriarca de Constantinopla (806–815), e substituiu-o pelo seu fantoche, Teódoto I (815–821), que revogou as atas do Sétimo Concílio Ecumênico e autorizou a tortura dos clérigos que se recusassem a aderir à heresia. Teódota possuía cinco irmãos — Bardas, Petronas, Sofia, Maria e Irene —, mas os superou na piedade e na Fé inabalável herdada de sua mãe.
 
Dotada de grande beleza física e espiritual, Teodora foi catequizada desde a infância por sua piedosa mãe Teoctista, que a teve como um presente de Deus no mesmo ano em que o herético Imperador Leão V (813–820) reinstituiu a iconoclastia e a perseguição aos cristãos ortodoxos. Naquele mesmo ano, Leão depôs São Nicéforo I, Patriarca de Constantinopla (806–815), e substituiu-o pelo seu fantoche, Teódoto I (815–821), que revogou as atas do Sétimo Concílio Ecumênico e autorizou a tortura dos clérigos que se recusassem a aderir à heresia. Teódota possuía cinco irmãos — Bardas, Petronas, Sofia, Maria e Irene —, mas os superou na piedade e na Fé inabalável herdada de sua mãe.
  
Em 829, com a morte do Imperador Miguel II (820–829), sucessor de Leão, seu filho Teófilo (829–842) sucedeu-o como imperador. No ano seguinte, quando Teófilo completou dezoito anos, sua madrasta e imperatriz emérita Eufrosina (823–829) organizou um concurso para escolher quem dentre a nobreza a sucederia como imperatriz e esposa de Teófilo.
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Em 829, com a morte do Imperador Miguel II (820–829), sucessor de Leão, seu filho Teófilo (829–842) sucedeu-o como imperador. No ano seguinte, quando Teófilo completou dezoito anos, sua madrasta e imperatriz emérita Eufrosina (823–829) organizou um concurso para escolher quem dentre a corte a sucederia como imperatriz e esposa de Teófilo. Jovens de toda a nobreza foram convocadas e apenas seis foram as finalistas, dentre as quais Teodora e Cassiana. Postas as seis diante de Teófilo, Eufrosina deu-lhe uma maçã dourada para que a desse à escolhida. A maçã dourada era um raro fruto, hoje desconhecido, possivelmente vindo de uma distante parte do Mediterrâneo a qual alguns acreditam ser a Mauritânia, dado como presente nupcial desde os tempos antigos.
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Teófilo foi até Cassiana, a escolhida, e deu-lhe a maçã, dizendo: “Da mulher veio a corrupção”, ao que ela respondeu: “E da mulher veio a salvação”. Impressionado pela ousadia e pela sabedoria de Cassiana, Teófilo afastou-se dela e deu o fruto a Teodora, que o aceitou. Assim, Teodora foi proclamada a nova Imperatriz de Roma em 5 de junho de 830, ao passo que Cassiana renunciou o mundo e partiu para as colinas das Muralhas de São Constantino, onde viveu pelo seu verdadeiro Esposo e mais tarde alcançou a vida eterna como Santa Cassiana, a Melodista.
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=== Imperatriz ===
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Teodora cumpriu fielmente seus deveres como esposa e imperatriz desde os quinze anos de idade. Através de suas orações e seu exemplo de gentileza e paciência, a jovem tentava afastar a crueldade e as blasfêmias cometidas por Teófilo contra os cristãos ortodoxos. Seus rogos, entretanto, não eram ouvidos pelo imperador, que provou ser mais cruel que seus dois antecessores, como no caso dos dois santos irmãos [[Teófanes e Teodoro, os Assinalados|Teófanes e Teodoro]] que, ao retornarem do exílio para o tribunal de Teófilo, tiveram suas testas marcadas com ferro quente com doze versos que satirizavam a Fé dos confessores e foram novamente entregues para morrer no exílio.
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Em 831, aos dezesseis anos de idade, Teodora deu a luz a Tecla, a primogênita. Até 834, Ana, Anastácia e Constantino já haviam nascido, nessa ordem. Até 840, o casal teve Pulquéria, Maria e Miguel. Constantino, herdeiro do trono imperial, não resistiu à infância, morrendo ainda em 835. Como Teófilo não cria na Divina Providência e temia morrer nas mãos dos búlgaros pagãos sem um sucessor, confiou a mão de Maria, sua filha recém-nascida, ao patrício Aleixo, velho o suficiente para comandar um batalhão de soldados.
  
 
== Referências ==
 
== Referências ==

Revisão das 21h46min de 26 de fevereiro de 2022

Santa Teodora.

A Mais Ortodoxa Santa Imperatriz Teodora III, a Augusta, de Roma é comemorada pela Igreja no dia 11 de fevereiro.

Vida

Teodora nasceu em 815 numa pequena vila da Paflagônia, na costa norte da Ásia Menor (atual Turquia), vinda de uma ilustre família de oficiais armênios da corte imperial. Essa vila, não localizada porém conhecida como “Ebissa”, provavelmente correspondia à propriedade rural dessa família, próxima às florestas dos Montes Paríadres e à estrada que levava à Honória e, de lá, a Constantinopla. Outra hipótese é a vila de Evessa, próxima à antiga diocese de Terma na Capadócia, o que explicaria a ascendência armênia de Teodora, porém geograficamente incompatível com a Paflagônia.

Dotada de grande beleza física e espiritual, Teodora foi catequizada desde a infância por sua piedosa mãe Teoctista, que a teve como um presente de Deus no mesmo ano em que o herético Imperador Leão V (813–820) reinstituiu a iconoclastia e a perseguição aos cristãos ortodoxos. Naquele mesmo ano, Leão depôs São Nicéforo I, Patriarca de Constantinopla (806–815), e substituiu-o pelo seu fantoche, Teódoto I (815–821), que revogou as atas do Sétimo Concílio Ecumênico e autorizou a tortura dos clérigos que se recusassem a aderir à heresia. Teódota possuía cinco irmãos — Bardas, Petronas, Sofia, Maria e Irene —, mas os superou na piedade e na Fé inabalável herdada de sua mãe.

Em 829, com a morte do Imperador Miguel II (820–829), sucessor de Leão, seu filho Teófilo (829–842) sucedeu-o como imperador. No ano seguinte, quando Teófilo completou dezoito anos, sua madrasta e imperatriz emérita Eufrosina (823–829) organizou um concurso para escolher quem dentre a corte a sucederia como imperatriz e esposa de Teófilo. Jovens de toda a nobreza foram convocadas e apenas seis foram as finalistas, dentre as quais Teodora e Cassiana. Postas as seis diante de Teófilo, Eufrosina deu-lhe uma maçã dourada para que a desse à escolhida. A maçã dourada era um raro fruto, hoje desconhecido, possivelmente vindo de uma distante parte do Mediterrâneo a qual alguns acreditam ser a Mauritânia, dado como presente nupcial desde os tempos antigos.

Teófilo foi até Cassiana, a escolhida, e deu-lhe a maçã, dizendo: “Da mulher veio a corrupção”, ao que ela respondeu: “E da mulher veio a salvação”. Impressionado pela ousadia e pela sabedoria de Cassiana, Teófilo afastou-se dela e deu o fruto a Teodora, que o aceitou. Assim, Teodora foi proclamada a nova Imperatriz de Roma em 5 de junho de 830, ao passo que Cassiana renunciou o mundo e partiu para as colinas das Muralhas de São Constantino, onde viveu pelo seu verdadeiro Esposo e mais tarde alcançou a vida eterna como Santa Cassiana, a Melodista.

Imperatriz

Teodora cumpriu fielmente seus deveres como esposa e imperatriz desde os quinze anos de idade. Através de suas orações e seu exemplo de gentileza e paciência, a jovem tentava afastar a crueldade e as blasfêmias cometidas por Teófilo contra os cristãos ortodoxos. Seus rogos, entretanto, não eram ouvidos pelo imperador, que provou ser mais cruel que seus dois antecessores, como no caso dos dois santos irmãos Teófanes e Teodoro que, ao retornarem do exílio para o tribunal de Teófilo, tiveram suas testas marcadas com ferro quente com doze versos que satirizavam a Fé dos confessores e foram novamente entregues para morrer no exílio.

Em 831, aos dezesseis anos de idade, Teodora deu a luz a Tecla, a primogênita. Até 834, Ana, Anastácia e Constantino já haviam nascido, nessa ordem. Até 840, o casal teve Pulquéria, Maria e Miguel. Constantino, herdeiro do trono imperial, não resistiu à infância, morrendo ainda em 835. Como Teófilo não cria na Divina Providência e temia morrer nas mãos dos búlgaros pagãos sem um sucessor, confiou a mão de Maria, sua filha recém-nascida, ao patrício Aleixo, velho o suficiente para comandar um batalhão de soldados.

Referências

  • São Nicodemos, o Hagiorita. Sinaxário dos doze meses do ano. Tomo I.
  • São Demétrio, Metropolita de Rostóvia. A vida dos santos. Livro VI.
  • São Nicolau, Bispo de Ócrida. O prólogo de Ócrida. Volume I.