Teófanes e Teodoro, os Assinalados

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Santos Teófanes e Teodoro no Monte Athos.

Os Veneráveis Santos Teófanes, Bispo de Niceia, e Teodoro (ambos recebendo as alcunhas os Assinalados ou os Grapti; m. 840), foram santos monges e confessores que viveram durante a Segunda Era Iconoclasta. A Igreja celebra suas memórias separadamente, no dia 11 de outubro para São Teófanes e no dia 27 de dezembro para São Teodoro.

Vida

Teodoro e seu irmão Teófanes nasceram em Jerusalém no século VIII. Desde a infância, ambos evitavam divertimentos infantis e amavam frequentar os ofícios da Igreja. Os dois irmãos receberam educação na Grande Lavra de São Savas sob a tutela de um piedoso sacerdote. Mais tarde, ambos foram tonsurados no monasticismo, e Teodoro foi ordenado ao sacerdócio.

Em 813, o Imperador Miguel I (811–813) abdicou de sua posição após ameaças de conspiração de Leão, seu general maior, dando fim à curta dinastia nicéfora. O herético e impiedoso general tomou seu posto como Leão V, mas mantinha suas visões abafadas. Porém, dois anos mais tarde, Leão V depôs o santo Patriarca Nicéforo I e reinstituiu o iconoclasmo, confiscando igrejas e mosteiros ortodoxos e dando início a uma das maiores perseguições de cristãos no Império Romano.

Tomé I, Patriarca de Jerusalém (807–821) e ferrenho defensor da ortodoxia, confiou a ambos a representação patriarcal e os enviou a Constantinopla. Teodoro refutou os argumentos do imperador, provando a falsidade de sua crença. Leão, entretanto, ordenou que ambos fossem espancados impiedosamente e os exilou em terras desertas.

Na véspera de Natal de 820, Leão V sentenciou seu comandante Miguel à prisão, temendo uma possível conspiração. Miguel, por sua vez, organizou seu assassinato e o mesmo ocorreu no dia seguinte, enquanto Leão frequentava o ofício das matinas. Um grupo de assassinos, por trás de mantos monásticos, realizou o serviço, enquanto o comandante coroava-se Miguel II em Constantinopla. Durante seu reinado (820–829) e o do seu filho, Teófilo (829–842), a perseguição iconoclasta foi mantida, e os irmãos confessores continuaram a suportar as torturas e mais um exílio. Quando retornaram, foram novamente torturados, e os carrascos marcaram a ferro quente em suas testas um poema de doze versos que os satirizava. Assim, ambos foram chamados de “os Assinalados”.

Um governante rogou-lhe a receber a Comunhão com os iconoclastas somente uma vez, prometendo que seria liberto de todas as torturas. São Teodoro respondeu-o dizendo: “Tua proposta não difere de dizer: ‘Permite-me cortar tua cabeça apenas uma vez, e poderás ir para onde quiseres!’” Após uma última tortura, os confessores foram exilados em Apameia na Bitínia (ao noroeste da atual Turquia), onde São Teodoro repousou no Senhor em c. 840. Quando um ancião encontrou seu corpo, ainda era possível ouvir anjos a cantar. Ambos compuseram vários cânones e hinos, adornando os ofícios da Igreja. São Teófanes foi digno de viver até o fim da heresia iconoclasta, tendo publicado diversos escritos em defesa da Ortodoxia, e repousou como Bispo de Niceia em c. 845.

Pós-vida

As relíquias de São Teodoro foram transferidas à Calcedônia, onde realizaram incontáveis curas.

Ligações externas