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Luciano de Antioquia

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Distribuindo todos os seus bens aos necessitados, Luciano usou sua educação para compilar instruções na vida cristã, alimentando-se noeticamente de seu próprio trabalho. Seu maior presente à Igreja de Samósata foi a correção das Sagradas Escrituras propositalmente adulteradas pelos judeus e pelas seitas gnósticas. Comparando os textos em hebraico com a [[Septuaginta]], Luciano identificou as passagens reescritas pelos judeus para subverter as profecias sobre a vinda de Cristo e as adições dos gnósticos para fazerem de Cristo um de seus aderentes.
Logo seu renome chegou à grande cidade de Antioquia, e a aclamação popular pedia ao arcebispo que trouxesse-o para o clero. Isso provavelmente aconteceu na década de 270280, quando após um sínodo composto por dezenas de bispos excomungou excomungar do trono antioquino o herético Paulo I (c. 261–268) que, além de não acreditar na Trindade, promovia uma vida de luxos e fortunas como algo cristão, embora tivesse nascido em uma família humilde na mesma Samósata de São Luciano. Paulo foi sucedido pelo ortodoxo Domno I (268–273) e, mais tarde, por Timeu (273–280). Conhecendo o renome do santo conterrâneo, o então Arcebispo Paulo falsamente proclamou que São Luciano também era adocionista, heresia a qual Paulo pertencia. Os aderentes dessa seita afirmavam que Jesus Cristo não era co-eterno com o Pai, e que Sua divindade não existia antes de Seu Batismo, mas sim que Ele havia sido “adotado” pelo Pai. A teologia dessa seita não terminava em Deus, mas ia ao ponto de negar a Virgindade da Mãe de Deus. === A profissão de Fé ===Isso provocou uma grande amargura em São Luciano, pois, à medida que estudava, percebia que alguns de seus escritos estavam contaminados com heresias, antes tidas como verdades pelos seus mestres. Em 285, já na era do Arcebispo Cirilo (280–303), sucessor de Timeu, São Luciano publicamente escarneceu as heresias, porém as seitas espalhavam seus textos por várias cidades como forma de indicar que o santo era um deles, e isso chegou até o Egito. Em 289, trinta anos antes da promulgação do primeiro Credo, São Luciano publicou sua confissão de Fé, pela qual expõe todas as suas crenças. : Creio, de acordo com a Tradição evangélica e apostólica, em Um só Deus, Pai Onipotente, Criador e Provedor de todas as coisas. E em Um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, por Quem todas as coisas foram feitas, nascido do Pai antes de todos os séculos. Deus de Deus, Completo de Completo, Uno de Uno, Perfeito de Perfeito, Rei de Rei, Senhor de Senhor, Verbo Vivo, Sabedoria, Vida, Luz Verdadeira, Caminho, Verdade, Ressurreição, Pastor, Portão, Imutável e Inalterável, imutavelmente Semelhante à Divindade, igual em substância, vontade, poder e glória ao Pai, Primogênito de toda a criação, presente com Deus desde o começo, Verbo de Deus, de acordo com a proclamação evangélica: “e o Verbo era Deus”, por Quem todas as coisas foram feitas e de Quem todas as coisas consistem. Que, nos últimos dias, desceu dos Céus e Se encarnou numa Virgem, de acordo com as Escrituras, e Se fez Homem, Mediador entre Deus e o homem, Apóstolo de nossa Fé e Príncipe da Vida, porquanto diz: “Desci dos Céus não para fazer a Minha Vontade, mas a Vontade d’Aquele que Me enviou”, que padeceu por nós e ressuscitou ao terceiro dia, e subiu aos Céus, e sentou-Se à direita do Pai, e novamente virá com glória e poder para julgar os vivos e os mortos. E no Espírito Santo, dado para a consolação, santificação e perfeição daqueles que creem, como também nosso Senhor Jesus Cristo comandou Seus discípulos, dizendo: “Ide e anunciai a todas as nações, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”, claramente de um Pai que é pai, e de um Filho que é filho, e de um Espírito Santo que é espírito santo, sendo esses nomes atribuídos, não vagamente nem ociosamente, mas indicando com precisão a personalidade (hipóstase), ordem e glória especial dos nomes, de modo que em personalidade sejam três, mas em harmonia sejam Um. É possível que Domno Cirilo I, sucessor de PauloTimeu, tenha convidado São Luciano para a Arquidiocese de Antioquia, ordenando-o ao Santo Sacerdócio.
=== O sacerdote de Antioquia ===
São Luciano foi preso pela guarda de Diocleciano e, devido à sua importância, não foi levado ao governador da Celessíria (a província cuja capital era Antioquia), mas sim ao próprio tribunal de Diocleciano em Nicomédia. Durante o caminho de Antioquia a Nicomédia, que passava pela Cilícia e pela Capadócia, tamanha era a santidade daquele já idoso sacerdote que os próprios soldados eram cativados pelas suas palavras. A cada cidade que passavam, um dos soldados declarava-se cristão em alta voz, sendo logo preso pelos seus superiores. Ao todo, mais de quarenta soldados se converteram ao lado de São Luciano e adentraram o Reino dos Céus como santos mártires por Cristo.
Quando finalmente chegaram a Nicomédia, São Luciano foi interrogado e instado a oferecer sacrifícios para o bem-estar do imperador, pois só assim poderia salvar sua vida. O santo, porém, confessou-se cristão , proclamou o Reino Celeste de Cristo e envergonhou os pagãos com seus discursos, os quais o próprio Espírito Santo falava através de sua boca. Grunhindo de raiva como demônios, os juristas julgaram o santo como blasfemador de seus deuses, e condenaram-no a cruéis açoites e chicotes, apesar de sua idade. Em todos esses tormentos, São Luciano louvava a Deus e agradecia-O por fazê-lo digno de sofrer pela Verdadeira Fé em Cristo.
Vendo-o irresoluto em sua confissão de Fé, os magistrados trancaram-no na prisão e proibiram os carrascos de trazerem-no comida. Embora pensassem que o santo não resistiria à fome e abandonaria sua Fé para salvar-se da morte, a verdade é que São Luciano já havia conquistado o seu estômago pelos seus extensos jejuns, de forma que a gula já não era para ele uma paixão.
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