Profeta Joel

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São Joel
Profeta

O Santo Profeta Joel (séc. VIII a.C.) foi o segundo dos doze profetas. Sua memória é celebrada pela Igreja no dia 19 de outubro.

Vida

Joel nasceu no século IX antes de Cristo na tribo de Rubens (a oriente do Mar Morto, na atual Jordânia). Seu pai Batuel e sua mãe deram-no esse nome como uma profissão de Fé que, em hebraico, significa “o Senhor é Deus”. Naquele tempo, os israelitas haviam se acostumado com a paz, esquecendo-se do Deus que os libertou e entregando-se a festas perversas e à embriaguez. Joel, porém, cultivou em seu corpo um verdadeiro templo de Deus através do jejum e, quando adulto, foi digno de ouvir as palavras do próprio Senhor, que a ele eram dirigidas.

O justo profeta passou a escrever suas profecias quando a voz divina ordenou-o narrá-las de geração em geração. Profetizando sobre as desventuras que atingiriam as tribos, graças às suas faltas cometidas perante Deus, as quais culminariam no cativeiro babilônico, Joel iniciou sua narração nestes termos:

“O que restou da lagarta, o comeu o gafanhoto. O que restou do gafanhoto, o comeu a lacusta. O que restou da lacusta, o comeu a praga.
“Tomai juízo, ó bêbados de seus vinhos, e lamentai. Chorai, todos vós que bebeis vinho até a embriaguez, pois a alegria e a felicidade foram removidas das vossas bocas. Porque uma nação poderosa e inumerável subiu contra a Minha terra; seus dentes são como os de leão, e seus molares são como de leõezinhos. Ela pôs a Minha vinha para a destruição e Minhas figueiras para serem quebradas; em emboscada, perseguiu-as e deitou-as abaixo, e seus ramos se embranqueceram.
“Lamentai por Mim, mais do que uma noiva que cinge-se de saco pelo homem de sua virgindade. Sacrifícios e libações são retirados da Casa do Senhor. Entristecei-vos, ó sacerdotes que ministram nos altares, pois os campos sofreram miseravelmente. Lamente-se a terra, pois os grãos sofreram miseravelmente, o vinho se secou, e o azeite se reduziu. Os cultivadores se secaram; lamentai, ó fazendas, pelo trigo e pela cevada, pois a colheita do campo foi destruída; a vinha se secou, e as figueiras se reduziram; a romeira também, a palmeira e a macieira e todas as árvores do campo se secaram, pois os filhos dos homens corromperam a alegria.
“Cingi-vos e batei no peito, ó sacerdotes, lamentai, ó ministros dos altares; entrai e dormi vestidos de saco quando ministrais a Deus, pois os sacrifícios e as libações deixaram de existir na Casa de Deus.”

Através dessa profecia, São Joel instava o povo ao jejum, uma vez que os frutos da terra haviam sido destruídos pelos inimigos. Esses mesmos frutos, criados por Deus para nutrir Sua criação, agora eram usados pelos israelitas como fontes de suas bebedeiras e festas maliciosas. Aos sacerdotes, responsáveis pelo povo ter-se desviado dos desígnios de Deus, o Senhor ordenava-os a orarem com arrependimento verdadeiro e lágrimas, para que Ele tivesse misericórdia deles.

Com a destruição daquilo que o homem corrompia para si, viria também a fome e a seca. Deus, falando por meio de Seu profeta, repreendia o povo e anunciava pelo que iriam passar:

“Santificai o jejum, proclamai o ofício, reuni todos os presbíteros que na terra residem na Casa de vosso Deus e clamai ao Senhor fervorosamente. Ai, ai, ai daquele dia!, pois o Dia do Senhor se aproxima, e virá como a assolação de uma assolação. A comida, alegria e felicidade da Casa do nosso Deus, foi destruída diante dos nossos olhos. Os novilhos pularam em suas manjedouras, os tesouros pereceram, os lagares foram destruídos, pois o trigo se secou.
“Como armazenaremos neles? Os bois bucólicos lamentam, pois não há pastos para si, e os rebanhos das ovelhas desapareceram. A Ti, ó Senhor, bradarei, pois o fogo destruiu as belezas do deserto, e as chamas atearam-se em todas as árvores do campo; e os gados do campo buscam a Ti, pois os cursos d’água se secaram, e o fogo devora a beleza do deserto.”

A mensagem principal de suas profecias é o arrependimento, porque o Dia do Senhor se aproxima. Através de São Joel, Deus pedia que a trombeta soasse em Sião, e que a proclamação fosse realizada no monte. Todos devem ser alertados para as trevas e a escuridão que hão de vir, todos devem voltar-se para Deus de todo o coração, porque Ele é Misericordioso e Compassivo, e se arrependerem, pois assim o Senhor salva o povo do cativeiro.

O cativeiro babilônico

Após mencionar os sinais no campo e na natureza, Deus usou o profeta para alertar que, com a fome e o infortúnio, povos maiores e mais cruéis exerceriam domínio sobre os israelitas:

“Como o amanhecer que se espalha pelos montes, assim virá um povo numeroso e poderoso; qual desde os tempos antigos nunca houve, nem depois dele haverá semelhante pelos anos adiante, de geração em geração. Diante dele um fogo se consome, e atrás dele uma chama se acende; diante dele a terra é como um paraíso de deleites, e atrás dele uma planície desolada. E dele, ninguém se salvará.
“Sua aparência é como a de um cavalo, e perseguem como cavaleiros; como o som das carruagens, assim saltarão sobre os cumes dos montes, como o som das chamas do fogo que consomem a palha, como um povo numeroso e poderoso mobilizado para a guerra.”

Os povos serão esmagados perante ele, todas as faces estarão como a fuligem da cerâmica.

O profeta também predisse a vinda do Espírito Santo no Dia de Pentecostes e o poder salvífico do Nome de nosso Senhor Jesus Cristo. Ele também profetizou sobre e descreveu o Terrível Juízo de Deus, e a glória da Santa Igreja de Deus. São Joel repousou em paz.