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Diácono

Revisão em 05h22min de 1 de setembro de 2023 por EGobi (Discussão | contribs) (História)

O Diaconato (em grego: διακονία) é o primeiro grau do Sacerdócio, ou seja, a posição inicial do clero da Igreja.

História

O diaconato foi instituído no século I pelos santos doze apóstolos de Cristo após o glorioso Dia de Pentecostes, no ano 33. Naquele tempo, além das perseguições empreendidas pelos judeus contra eles, os apóstolos passaram a lidar com questões que envolviam o cuidado com os novos convertidos à Fé, que se multiplicavam cada vez mais. Os convertidos gregos queixavam-se de que suas viúvas não estavam recebendo o mesmo zelo que as viúvas dos convertidos judeus durante o ministério diário dos seus discípulos, que envolvia a distribuição dos pães às cristãs necessitadas. Esse ministério, em grego, era chamado de diaconia (διακονία).[1]

Os doze, por sua vez, convocaram seus discípulos, informando-os que a pregação do Evangelho de Cristo seria prejudicada caso eles dividissem tamanha dedicação com a diaconia. Por isso, todos concordaram em escolher sete homens entre os discípulos para se empenharem no cuidado com os irmãos necessitados, enquanto que o restante dos discípulos se dedicaria à pregação do Verbo. Para serem escolhidos, os sete deveriam estar vivendo uma vida de testemunho a Cristo, cheia do Espírito Santo e da sabedoria divina.

Os homens escolhidos foram os discípulos Estêvão, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Parmenas e Nicolau. Todos foram ordenados pela imposição das mãos dos apóstolos, cuja autoridade para ordenar fora concedida pelo próprio Deus durante o Pentecostes. Os cinco primeiros gloriosamente sofreram as mais diversas torturas e, honrando a tarefa a eles empregada, testemunharam a Cristo através do martírio. Parmenas adentrou o Reino dos Céus em sua velhice, enquanto que Nicolau, como um novo Judas, abandonou o caminho da salvação e corrompeu sua piedosa esposa, entregando-a a uma terrível vida de fornicação com os seus seguidores, dando início a ímpia heresia dos “nicolaítas”, denunciada por Cristo no Livro do Apocalipse.[2]

Entre os judeus que perseguiram e assassinaram os santos diáconos estava um homem chamado Saulo, um dos inimigos mais temidos dos cristãos. Pelas intercessões dos diáconos, repetidas até o último segundo antes de serem martirizados, Cristo entregou a pior humilhação aos seus inimigos, convertendo aquele que era o mais temido entre os perseguidores para o grande apóstolo dos gentios, o qual passou a dedicar toda a sua vida para o testemunho de Cristo Deus até seu glorioso martírio: o Santo Apóstolo Paulo.

O episódio da ordenação dos primeiros sete diáconos também apresenta um conceito indispensável que caracteriza a Igreja de Cristo. Mesmo possuindo a autoridade para ordenar, os santos apóstolos não escolheram por conta própria quem seriam os sete; antes, deram esse papel aos seus discípulos, representando o corpo místico da Igreja. Os apóstolos não escolheram os sete para que os fiéis os ordenassem, muito menos ordenaram sem a escolha dos fiéis. Isso é um grande exemplo sobre a distinção do papel do clero e dos leigos, a qual é seguida até hoje pela Santa Igreja.

Referências

  1. Atos 6
  2. Apocalipse 2