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Theodora, a Augusta

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Em 829, com a morte do Imperador Miguel II (820–829), sucessor de Leão, seu filho Teófilo (829–842) sucedeu-o como imperador. No ano seguinte, quando Teófilo completou dezoito anos, sua madrasta e imperatriz emérita Eufrosina (823–829) organizou um concurso para escolher quem dentre a corte a sucederia como imperatriz e esposa de Teófilo. Jovens de toda a nobreza foram convocadas e apenas seis foram as finalistas, dentre as quais Teodora e Cassiana. Postas as seis diante de Teófilo, Eufrosina deu-lhe uma maçã dourada para que a desse à escolhida. A maçã dourada era um raro fruto, hoje desconhecido, possivelmente vindo de uma distante parte do Mediterrâneo a qual alguns acreditam ser a Mauritânia, dado como presente nupcial desde os tempos antigos.
Teófilo foi até Cassiana, a escolhida, e deu-lhe a maçã, dizendocinicamente: “Da mulher veio a corrupção”, ao que ela respondeu: “E da mulher veio a salvação”. Impressionado pela ousadia e pela sabedoria de Cassiana, Teófilo afastou-se dela e deu o fruto a Teodora, que o aceitou. Assim, Teodora foi proclamada a nova Imperatriz de Roma em 5 de junho de 830na Igreja de Santo Estêvão, ao passo que Cassiana renunciou o mundo e partiu para as colinas das Muralhas de São Constantino, onde viveu pelo seu verdadeiro Esposo e mais tarde alcançou a vida eterna como Santa Cassiana, a Melodista.
Após a cerimônia de casamento na Catedral de Santa Sofia, Teodora cumpriu fielmente seus deveres como esposa e imperatriz desde os quinze anos de idade. Através de suas orações e seu exemplo de gentileza e paciência, a jovem tentava afastar a crueldade e as blasfêmias cometidas por Teófilo contra os cristãos ortodoxos. Seus rogos, entretanto, não eram ouvidos pelo imperador, que provou ser mais cruel que seus dois antecessores, como no caso dos dois santos irmãos [[Teófanes e Teodoro, os Assinalados|Teófanes e Teodoro]] que, ao retornarem do exílio para o tribunal de Teófilo, tiveram suas testas marcadas com ferro quente com doze versos que satirizavam a Fé dos confessores e foram novamente entregues para morrer no exílio.
=== Império sob Teófilo ===
No ano seguinte, uma grande investida islâmica chegou a Tarso na Cilícia e, atacando as grandes Portas da Cilícia, adentrou pelos Montes Tauro, passou pela Capadócia, Galácia e finalmente capturou Ancira na Galácia e Amório na Frígia, a grande capital da Anatólia. Outra frente, partindo da Armênia, passou pelo Helenoponto e reuniu-se com a primeira em Ancira. Isso foi em resposta a uma incursão de Teófilo nas cidades armênias de Arsamósata, Sozopetra e Melitene, possessões dos islâmicos. De longe, o Saque de Amório foi a mais vergonhosa perda de Teófilo, já que Amório era não somente uma das cidades mais populosas e consideravelmente próxima da província imperial como também o berço da dinastia amoriana, iniciada com seu pai Miguel. Somente nessa cidade, registram-se as mortes de mais de setenta mil cristãos, incluindo os Santos Quarenta e Dois Mártires de Amório.
O Califa Almotácime, líder do Califado Abássida, passou por Amório e cavalgou pessoalmente até Dorileão, distante apenas duzentos quilômetros de Constantinopla na fronteira da Frígia com a Bitínia, para uma missão de reconhecimento. Como não haviam sinais de novas tropas em sua direção, Almotácime cogitou seguir com suas tropas até Constantinopla, algo que não seria tão difícil levando-se em consideração as habilidades de Teófilo. Pela Providência de Deus, uma conspiração envolvendo seu sobrinho Alabas fê-lo retornar com suas tropas e prisioneiros de guerra à Garameia (atual Iraque), poupando centenas de milhares de vidas entre os romanos. Ainda assim, muitos milhares de prisioneiros morreram no caminho devido à aridez da Capadócia. Cinco anos mais tarde, uma invasão marítima pela Lícia resultou no naufrágio e na morte de todos os guerreiros de Almotácime, que morreria enfermo em 842.
== Referências ==
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