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Theodora, a Augusta

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Teófilo foi até Cassiana, a escolhida, e deu-lhe a maçã, dizendo: “Da mulher veio a corrupção”, ao que ela respondeu: “E da mulher veio a salvação”. Impressionado pela ousadia e pela sabedoria de Cassiana, Teófilo afastou-se dela e deu o fruto a Teodora, que o aceitou. Assim, Teodora foi proclamada a nova Imperatriz de Roma em 5 de junho de 830, ao passo que Cassiana renunciou o mundo e partiu para as colinas das Muralhas de São Constantino, onde viveu pelo seu verdadeiro Esposo e mais tarde alcançou a vida eterna como Santa Cassiana, a Melodista.
=== Imperatriz ===
Teodora cumpriu fielmente seus deveres como esposa e imperatriz desde os quinze anos de idade. Através de suas orações e seu exemplo de gentileza e paciência, a jovem tentava afastar a crueldade e as blasfêmias cometidas por Teófilo contra os cristãos ortodoxos. Seus rogos, entretanto, não eram ouvidos pelo imperador, que provou ser mais cruel que seus dois antecessores, como no caso dos dois santos irmãos [[Teófanes e Teodoro, os Assinalados|Teófanes e Teodoro]] que, ao retornarem do exílio para o tribunal de Teófilo, tiveram suas testas marcadas com ferro quente com doze versos que satirizavam a Fé dos confessores e foram novamente entregues para morrer no exílio.
=== Império sob Teófilo ===Em 831, aos dezesseis anos de idade, Teodora deu a luz a Tecla, a primogênita. Até 834, Ana, Anastácia e Constantino já haviam nascido, nessa ordem. Até 840, o casal teve Pulquéria, Maria e Miguel. Constantino, herdeiro do trono imperial, não resistiu à infância, morrendo ainda em 835. Como Teófilo não cria na Divina Providência e temia morrer nas mãos dos búlgaros pagãos sem um sucessor, confiou a mão de Maria, sua filha recém-nascida, ao patrício Aleixo, velho o suficiente para já naquela época comandar um batalhão de soldados. O temor de Teófilo contra os búlgaros justificava-se porque o tratado de paz entre os dois povos, firmado ainda na era de Leão V, acabaria ainda naquele ano. Além dos recorrentes saques dos islâmicos na Capadócia e na Armênia, agora os búlgaros, que detinham partes da Trácia e do Hemimonto até cidades vizinhas a Constantinopla (nas quais a população búlgara fora protegida pelo tratado), poderiam insurgir-se contra o império a qualquer momento. Somava-se a isso o martírio dois anos antes de Santo Enravota, herdeiro do trono búlgaro, por seu irmão Malamir por ter se convertido ao cristianismo. Naquele mesmo ano, Teófilo sofrera uma perda da frota de batalha imperial na Sicília contra os muçulmanos. Em 836, Teófilo declarou guerra contra os búlgaros e enviou Aleixo para comandar as tropas. Nessa missão, as terras costeiras do Ródope e da Macedônia Oriental foram retornadas para o império, enquanto que diversas insurreições levaram à anexação búlgara das grandes cidades de Filipópolis na Trácia e Adrianópolis no Hemimonte. Sob temores de que Tessalônica também cairia na mão dos rebeldes, Teófilo pôs um fim à guerra e buscou um acordo com os pagãos em 837. Entretanto, quando navios imperiais foram vistos resgatando prisioneiros de guerra no Danúbio, próximos a Plisca na Mésia, a capital dos búlgaros, o Cã Presiano I (836–852) lançou uma ofensiva às terras capturadas pelo império, anexando até a costa de Filipos na Macedônia e bloqueando a ligação terrestre direta entre o Ródope e toda a parte ocidental do império. No ano seguinte, uma grande investida islâmica chegou a Tarso na Cilícia e, atacando as grandes Portas da Cilícia, adentrou pelos Montes Tauro, passou pela Capadócia, Galácia e finalmente capturou Ancira na Galácia e Amório na Frígia, a grande capital da Anatólia. Outra frente, partindo da Armênia, passou pelo Helenoponto e reuniu-se com a primeira em Ancira. Isso foi em resposta a uma incursão de Teófilo nas cidades armênias de Arsamósata, Sozopetra e Melitene, possessões dos islâmicos. De longe, o Saque de Amório foi a mais vergonhosa perda de Teófilo, já que Amório era não somente uma das cidades mais populosas e consideravelmente próxima da província imperial como também o berço da dinastia amoriana, iniciada com seu pai Miguel. Somente nessa cidade, registram-se as mortes de mais de setenta mil cristãos, incluindo os Santos Quarenta e Dois Mártires de Amório. O Califa Almotácime, líder do Califado Abássida, passou por Amório e cavalgou pessoalmente até Dorileão, distante apenas duzentos quilômetros de Constantinopla na fronteira da Frígia com a Bitínia, para uma missão de reconhecimento. Como não haviam sinais de novas tropas em sua direção, Almotácime cogitou seguir com suas tropas até Constantinopla, algo que não seria tão difícil levando-se em consideração as habilidades de Teófilo. Pela Providência de Deus, uma conspiração envolvendo seu sobrinho Alabas fê-lo retornar com suas tropas e prisioneiros de guerra à Garameia (atual Iraque), poupando centenas de milhares de vidas entre os romanos. Ainda assim, muitos prisioneiros morreram no caminho devido à aridez da Capadócia.
== Referências ==
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