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Naquela mesma noite, Sátiro também teve uma visão enquanto dormia. Todos já haviam sofrido nas mãos dos torturadores, e seus espíritos estavam sendo carregados por quatro anjos em direção ao oriente. Suas mãos, entretanto, não os tocavam, mas seus corpos subiam suavemente. Quando já estavam afastados do mundo, passaram a ver uma imensa região de luz, e Sátiro disse a Perpétua, que estava ao seu lado: “Isto é o que o Senhor nos prometeu. Nós recebemos Sua Promessa.”
Os mártires continuaram subindo e aproximando-se da luz, até começarem a ver um vasto jardim, cheio de árvores floridas e flores de todas as espécies. As árvores eram imensas, altas como ciprestes, e suas folhas caíam incessantemente. Outros quatro anjos ainda mais radiantes e gloriosos os viram, prestaram-lhes honras e disseram aos outros: “Aqui estão eles! Aqui estão eles!” Os quatro anjos que os levavam temorosamente puseram-nos no chão, e os mártires começaram a andar por um longo caminho. Durante a caminhada, encontraram JocundoJucundo, Saturnino e Artáxio, queimados vivos sob a mesma perseguição, e Quinto, martirizado dentro da prisão. Perguntaram-lhes onde estavam seus outros companheiros mas, antes que pudessem ser respondidos, os anjos disseram-lhes: “Vinde primeiro, entrai e saudai vosso Senhor.”
Quando chegaram ao fim do caminho, havia uma edificação cujas paredes eram tais como se fossem construídas de luz; e diante da porta haviam outros quatro anjos que vestiam aqueles que adentravam o lugar com mantos brancos. Após serem vestidos, os mártires entraram com muita admiração e viram a luz plena. Ouviam vozes que diziam sem cessar: “Santo, Santo, Santo!” E no meio daquele lugar viam um Ancião sentado, de Cabelos brancos como a neve e com um jovem Rosto. À Sua direita e à Sua esquerda estavam vinte e quatro outros anciãos e, atrás deles, muitos outros.