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André de Creta

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<!-- {{Ver desambig|o monge e mártir|André de Creta (mártir)}} -->
[[Imagem:Andrewofcrete.jpg|miniatura|direita|Santo André.]]
O '''Venerável Santo André, Arcebispo de Creta''' (mséc. 740<ref group="nota" name=ano>Tradições divergem quanto à exata data de sua morte, podendo ter sido em 712, 726 ou 740.</ref>VIII), foi um santo monge dos séculos VII e VIII honrado com um mosteiro em Constantinopla. A Igreja o comemora em [[4 de julho]].
== Vida ==
Ainda aos quinze anos de idade, André assumiu que era impossível unir-se ao conhecimento divino sem antes livrar-se das coisas terrenas e materiais, as quais faziam-no desviar da dedicação total a Deus. Implorando e rogando aos seus pais para que pudesse consagrar-se ao Senhor, recebeu a bênção de seus pais, que peregrinaram com ele duzentos quilômetros ao sul até chegarem à Igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém. Lá, André foi recebido com muita alegria por um bispo chamado Teodoro, que cuidava da [[Igreja de Jerusalém]] enquanto a Sé estava vacante desde a morte de São Sofrônio, Patriarca de Jerusalém (634–638), um ano após a conquista islâmica da Terra Santa. Após a despedida de seus pais, André ficou como secretário do bispo.
Sob os cuidados de Teodoro, André foi ordenado leitor e, depois de um tempo, hipodiácono. Tornando-se seu pai espiritual, o bispo ajudou André a aperfeiçoar suas virtudes, até que este aceitou a tonsura monástica na Grande Lavra de São Sabas em Jerusalémno Deserto da Judeia. Em seguida, tornou-se diácono e, finalmente, arquidiácono. Nos dez anos seguintes, André viveu na lavra, onde superou todos os anciões através de suas virtudes com sua austera e casta vida solitária, tornando-se um exemplo para todos.
O arquidiácono contemplava a atenção que os hinos da Igreja davam às Sagradas Escrituras, e passou a compor cânones para os ofícios litúrgicos. Até então, os versos das Escrituras eram intercalados por um refrão. Os novos cânones possuíam um número livre de odes, as quais começavam com um irmo, que referenciava algum dos ''Nove Cânticos Bíblicos'', presentes tanto no Antigo como no Novo Testamento. O irmo era seguido por um número livre de tropários, hinos curtos sobre o tema do cânone, intercalados por um refrão. O final da ode era marcado pela catabasia, outro hino que poderia ser o mesmo que o primeiro irmo.<ref group=nota>Dentre seus cinquenta e oito (ou mais) cânonese seiscentos e noventa irmos, destaca-se o Grande CânonePenitencial, com nove odes e surpreendentes duzentos e cinquenta tropários. O Grande Cânone é dividido em quatro partes denominadas metimônias (chamadas assim por conta do cântico ''Deus está conosco'', que em grego lê-se ''Μεθ' ημών ο Θεός'', tr. ''Meth' imon o Theos''), cada qual cantada da segunda à quinta-feira da primeira semana da Grande Quaresma. O cânone é cantado inteiramente durante as Matinas a vigília da quinta-feira da quinta semana. O ofício Composto em primeira pessoa, esse cânone passa cronologicamente por todo o Antigo e Novo Testamento, expondo a necessidade da alma pecadora arrepender-se e retornar com humildade a Deus. Uma das metimônias pode ser lido lida [//protecaodamaededeus.org/files/canone-santo-andre/5-Canon-Quinta-feira.pdf aqui].</ref>
No ano Certa vez, voltando à Igreja do Santo Sepulcro, que distava treze quilômetros da lavra, soube sobre a morte eminente de seu pai espiritual. Teodoro indicou Santo André como seu sucessor na sé vacante de 680Jerusalém, mas o locum tenens jovem monge teve de ser auxiliado por um administrador nos assuntos eclesiásticos. O novo bispo tinha cerca de vinte anos quando foi convocado juntamente com outros dois clérigos a pedido de São Jorge I, Patriarca de Constantinopla (substituto679–686) do trono hierosolimitano, Teodoro, incluiu o nome do arquidiácono André entre os representantes da para representarem a Cidade Santa enviados para o no Sexto Concílio Ecumênico(680–681) em Constantinopla, convocado pelo Imperador Constantino IV (668–685) para tratar sobre a heresia monotelista. Lá, o santo lutou contra os ensinamentos heréticos, confiando em seu profundo conhecimento da doutrina ortodoxa. Logo após o Concílio, Santo André foi enviado para Constantinopla, onde foi nomeado arquidiácono na Basílica de Santa Sofia. Durante o reinado do Imperador Justiniano II (685–695), Santo André foi ordenado bispo da cidade de Gortina, na ilha de Creta. Como bispo, o santo brilhou como uma verdadeira chama da Igreja, um grande hierarca, teólogo, mestre e hinógrafo.
O concílio anatemizou o monotelismo e depôs Macário I, Patriarca de Antioquia (656–681), trazendo a Ortodoxia de volta à terra natal de Santo André redigiu diversos hinos litúrgicos, e foi o criador de uma nova litúrgica — o cânone. De seus cânonesEnquanto que os outros dois clérigos voltaram a Jerusalém para anunciar a decisão do sínodo, o mais conhecido é o Grande Cânone Penitencialsanto bispo quis retirar-se para um mosteiro na Rainha das Cidades, incluindo em seus 9 odes 250 tropários recitados durante e um novo bispo teve de assumir a Grande QuaresmaCidade Santa. Na primeira semanaEntretanto, no ofício de Completas, ele é lido em porçõeso santo patriarca quis fazê-lo seu arquidiácono, e na quinta-feira da quinta semana na Vigília de Toda a Noite, durante as Matinas. Santo André ganhou renome com os seus vários louvores à [[Teótoco|Santíssima Mãe ficou responsável pela Basílica de Deus]]Santa Sofia. A ele são creditados o Cânone da Festa da NatividadeAlém disso, três odes das Completas do [[Domingo André também tomou conta de um orfanato e de Ramos]]um asilo, odes ocupando-se com a alimentação e o cuidado para com os primeiros quadro dias da semana da Paixãonecessitados. As duas instituições rapidamente cresceram, versos e precisaram ser reformadas para dar espaço a festa da [[Apresentação do Senhor|Apresentação]] e vários outros. Sua tradição hinográfica foi continuada pelos grandes melodistas eclesiásticos dos séculos seguintes — São João de Damasco, São Cosmo, o Melodista, São José, o Hinógrafo, e São Teófanes, o Grapto. Também foram preservados sermões edificantes de todos os que recorriam até Santo André para algumas Festas da Igreja.
Após mais de vinte anos de serviço caridoso, Santo André foi escolhido Arcebispo de Creta na primeira década do século VIII. Na ilha, o novo arcebispo pastoreou incansavelmente seu novo rebanho, exortando os sacerdotes a refletirem os raios da luz divina aos fiéis, reestabelecendo mosteiros e conventos e guiando-os aos moldes da Grande Lavra. André também reconstruiu igrejas destruídas pelos constantes saques islâmicos e construiu asilos, orfanatos e hospitais que aceitavam a todos, até os estrangeiros. O arcebispo brilhou como uma verdadeira chama de Cristo, instruindo todos os seus filhos espirituais a fugirem das tentações mundanas, guardarem os mandamentos de Deus e demonstrarem Seu amor para com todos. Santo André fortalecia os doentes, consolava os aflitos, defendia as viúvas e os órfãos, alimentava os famintos e vestia os pobres. Certa vez, a ilha estava cercada pelos omíadas, e os invasores já estavam preparados para usarem suas máquinas de guerra contra os habitantes e pilharem toda a Creta. Pelas orações de Santo André, um grande temor recaiu sobre os muçulmanos que, sem explicação alguma, fugiram da ilha e voltaram para as arábias sem causar mal algum a Creta. Suas orações também deram fim a longas secas e epidemias mortais. <!-- Após três décadas liderando -->A ele são creditados o Cânone da Festa da Natividade, três odes das Completas do [[Domingo de Ramos]], odes para os primeiros quadro dias da semana da Paixão, versos para a festa da [[Apresentação do Senhor|Apresentação]] e vários outros. Também foram preservados sermões edificantes de Santo André para algumas Festas da Igreja. Santo André partiu ao Senhor no ano de 740,<ref group=nota name=ano/> na ilha de Mitilene enquanto retornava de Constantinopla, onde havia participado de assuntos religiosos, para Creta.
== Pós-vida ==
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