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Perpétua de Cartago

1 byte adicionado, 04h14min de 27 de maio de 2020
Vida
Víbia Perpétua nasceu de uma rica família pagã em Cartago na África (atual Tunísia) com outros dois irmãos em c. 181, na era do santo Papa Eleutério de Roma. Em sua juventude, recebeu uma excelente educação, casou-se e teve um filho. Pouco tempo depois, seu esposo faleceu, e Perpétua passou a crer em [[Jesus Cristo]] aos vinte e dois anos de idade, sendo logo capturada e enviada à prisão junto com seu filho de um ano. Naquele tempo, o Imperador Sétimo Severo (193–211) havia publicado um édito que proibia a conversão ao cristianismo no império. Acompanharam-na no cárcere um de seus irmãos, Sátiro, e seus servos Felicidade, Revogado, Saturnino e Segundo.
Mesmo com seu pai apelando aos seus sentimentos maternais, a viúva recusou-se a oferecer sacrifícios aos deuses pagãos. Aos seus apelos, Perpétua disse: “Pai, vês este jarro no chão? Pode ele ser chamado de qualquer outro nome que não corresponda ao que ele é? Pois bem, da mesma forma não me posso chamar de outra coisa que não seja o que sou, uma cristã.” Seu pai, então, atirou-se sobre ela com raiva e, dominado pelos argumentos do diabo, foi-se embora da prisão.
Na prisão, ministravam os diáconos Tércio e Pompônio. Foi através deles que Perpétua aceitou o santo Batismo, e seus cinco companheiros aceitaram tornar-se seus catecúmenos. Os diáconos também conseguiram fazer com que eles fossem retirados da temível masmorra e levados para uma parte mais aberta da prisão, onde Perpétua conseguiu amamentar seu filho enfraquecido pela fome e consolar sua família.
Sátiro foi o primeiro a subir e, chegando no topo, disse: “Perpétua! Estou esperando por ti, mas toma cuidado para que não te sejas mordida pelo dragão.” Repetindo o Nome de Jesus Cristo, a viúva dirigiu-se à escada, e pisou na cabeça do dragão acoado enquanto subia os degraus. Quando chegou lá em cima, Perpétua viu um imenso jardim, e no meio dele havia um Homem de Cabelos brancos e alta estatura. Ele estava sentado com roupas de pastor ordenhando Suas ovelhas, e ao Seu redor haviam milhares de seres de vestes brancas. Ao levantar Sua Cabeça, o Homem olhou para a viúva e chamou-a: “Minha filha, tu és bem-vinda.”
Quando Perpétua se aproximou, o Homem transformou o leite ordenhado em queijo e deu-alhe. Ela comeu, e todos os que estavam ao redor disseram: “Amém.” À essa palavra Perpétua despertou e, ainda com o gosto em sua boca, correu para relatar o sonho ao seu irmão. Ambos entenderam que havia de ser uma paixão, e deixaram de ter quaisquer esperanças neste mundo.
Alguns dias depois, soube-se que os confessores estariam prestes a serem interrogados. Ao saber da notícia, seu pai correu até a prisão e, exausto, beijou suas mãos, jogou-se aos seus pés e em lágrimas clamou: “Minha filha, tem piedade dos meus cabeços cabelos grisalhos, tem piedade de teu pai, se é que ainda sou digno de ser chamado assim por ti! Se estas minhas mãos trouxeram-te até a flor da idade, se eu te preferi a todos os teus irmãos, não me entregues ao escárnio dos homens. Tem consideração pelos teus irmãos, tem consideração pelas tuas mãe e tia, tem consideração pelo teu filho que não poderá crescer contigo! Despoja-te desta tua coragem e não nos traga a destruição, pois todos nós seremos cativos em teus sofrimentos.” Perpétua chorou, não por suas palavras, mas por ser o único de sua família que não se regozijaria com sua paixão. Ela confortou-o, dizendo: “Naquele cadafalso, o que Deus quiser acontecerá. Não somos colocados em nosso próprio poder, mas no de Deus.” E seu pai partiu amargurado.
=== Condenação ===
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