Alterações

Ir para: navegação, pesquisa

Perpétua de Cartago

1 740 bytes adicionados, 05h35min de 5 de fevereiro de 2020
Testemunho
Na véspera dos jogos, quando ceavam sua última refeição (chamada de banquete gratuito ou liberal), tentaram transformar a ceia num ágape. Com a mesma firmeza de sempre, trocavam palavras com quem participava da mesa, alertando-os acerca do Juízo e testemunhando sua alegria no sofrimento. Sátiro censurava-os: “Acaso o dia de amanhã não será suficiente para vós? Por que estais tão ávidos por observar estupefatos aqueles que vós odiais? Hoje sois nossos amigos, amanhã, nossos inimigos! Prestai, entretanto, bastante atenção ao nosso rosto, para poderdes reconhecer a cada um de nós no grande dia.” Com isso, todos saíram perplexos da prisão, e muitos se converteram a Cristo.
 
O dia da vitória raiava, e os confessores dirigiram-se da prisão para o anfiteatro trêmulos de alegria e resplandescentes. Perpétua avançava a passos calmos, como uma verdadeira esposa de Cristo, amada por Deus. A expressão viva de seus olhos desviava os olhares de todos. Felicidade, que a acompanhava, regozijava-se por estar liberta de seu fardo e capaz de lutar contra as bestas, das quais havia de passar de um tipo de derrame de sangue para outro.
 
Quando chegaram aos portões do anfiteatro, foram obrigados a vestir trajes pagãos: Sátiro, Revocado e Saturnino como sacerdotes do deus Saturno e Perpétua e Felicidade como sacerdotisas do deus Ceres. Perpétua recusou-se: “A razão pela qual viemos por nossa livre vontade foi para que nossa liberdade não fosse violada. Oferecemos nossa vida para que vós não nos imporíeis nada. Tínhamos um acordo com vós!” O ímpio juiz reconheceu a justiça, e permitiu que adentrassem a arena com suas roupas. Perpétua adentrou cantando os Salmos, enquanto Sátiro, Revocado e Saturnino alertavam a multidão do Juízo de Deus. Na presença de Hilarião, o procurador, disseram através de gestos: “O que condenardes, Ele há de condenar-te.”
 
A multidão enfureceu-se, e exigiram que fossem flagelados pelos torturadores. E os mártires deram graças a Deus por poderem participar de Seus Sofrimentos; Ele quem dissera “Pedi e recebereis” (João
16:24) lhes deu, conforme pediram, o padecimento que cada um havia desejado. Em seguida, Saturnino e Revogado tiveram que enfrentar um leopardo e depois um urso. Sátiro, por sua vez, foi amarrado a um javali, o qual acabou matando um torturador logo que foi solto e não arrastou Sátiro de forma que ele se ferisse.
Na era de São Zeferino, Papa de Roma.
11 779
edições

Menu de navegação