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Santo Inácio foi, juntamente com [[Policarpo de Esmirna|São Policarpo, Bispo de Esmirna]] (69–156), discípulo do santo Apóstolo João. Durante a era do Imperador Domiciano (81–96), Santo Inácio alentou muitos confessores na esperança de ganharem a vida eterna, consolou os prisioneiros e compartilhou seu desejo de unir-se a Cristo através do martírio. Mas o bispo não sofreu tormentos durante esse tempo, o que fê-lo sentir-se desiludido pelo fato das perseguições terem chegado ao fim sem que Deus o tivesse chamado. Como Bispo de Antioquia, Santo Inácio era zeloso e não media esforços para expandir a Igreja de Cristo. A partir de uma visão dos anjos no Céu cantando alternadamente louvores ao Senhor, Santo Inácio dividiu seu coral da mesma forma, sendo a ele atribuída a prática das antífonas (canto em dois coros) durante os ofícios litúrgicos.
No tempo de Santo Inácio, existia a heresia do docetismo, a qual proclamava que o corpo de Jesus Cristo era uma ilusão, e que sua crucificação teria sido apenas aparente, semelhante ao entendimento islâmico sobre Cristo. Tamanho era seu zelo pelo seu rebanho, que Santo Inácio intitulava os seguidores dessa heresia de “lobos em pele de cordeiro”, “ervas daninhas”, “sementes do maligno” e “bestas antropomórficas”. Sua Epístola Suas epístolas aos efésios e aos Efésios tralianos conteve muitas de suas refutações contra a heresia.<ref>[https://www.veritatis.com.br/carta-de-santo-inacio-de-antioquia-aos-efesios/ Epístola de Santo Inácio aos Efésios]</ref><ref>[https://www.veritatis.com.br/carta-de-santo-inacio-de-antioquia-aos-tralianos/ Epístola de Santo Inácio aos Tralianos]</ref> O docetismo seria posteriormente anatemizado pelo Primeiro Concílio Ecumênico, em 325. Já em sua Epístola aos Esmirniotas, Santo Inácio foi o primeiro santo da história a consagrar o termo “Católica” à Igreja. “Onde quer que se apresente o bispo, ali também esteja a comunidade, assim como a presença de Cristo Jesus também nos assegura a presença da Igreja católica.”<ref>[https://www.veritatis.com.br/carta-de-santo-inacio-de-antioquia-aos-esmirniotas/ Epístola de Santo Inácio aos Esmirniotas]</ref> Diferente do que se pensa atualmente, o termo nunca foi usado no sentido quantitativo para denotar a expansão geográfica ou a universalidade territorial da Igreja. Foi usado antes para enfatizar a integridade de sua fé e doutrina, a lealdade à tradição original, em oposição aos hereges e sectários que se separaram desta totalidade original, cada um para seguir uma linha particular. Aos magnésios, Santo Inácio já atestava a doutrina de que Cristo era Deus.<ref>[https://www.veritatis.com.br/carta-de-santo-inacio-de-antioquia-aos-magnesios/ Epístola de Santo Inácio aos Magnésios]</ref>
No ano 106, o Imperador Trajano (98–117), voltando de suas vitoriosas campanhas militares, ordenou que todo o império desse graças aos deuses pagãos, e morte àqueles que se negassem. No ano seguinte, Trajano passava pela província da Síria, quando foi informado de Inácio, um bispo de confessava abertamente a Cristo e ensinava a desprezar as riquezas, viver virtuosamente e preservar a virgindade. Santo Inácio apresentou-se voluntariamente ao imperador, para adverti-lo da perseguição contra os cristãos em Antioquia, além de negar seus vários pedidos para oferecer sacrifícios aos ídolos.