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Vladimir, o Grande

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Em agosto de 987, Bardas Focas autoproclamou-se imperador e rebelou-se contra Constantinopla. No outono, os emissários de Basílio II dirigiram-se para Quieve, rogando por uma aliança com o príncipe dos russos. Os russos eram inimigos dos bizantinos, mas mesmo assim Vladimir consentiu com o imperador deposto e formou uma aliança. Em troca, Vladimir pediu a mão da irmã de Basílio II, Ana Porfirogênita, o que era uma audácia aos olhos bizantinos, dado que as princesas da linhagem imperial não se casavam com os bárbaros, mesmo que fossem cristãos — a mesma, por exemplo, já recebera a proposta de casamento com o filho de Otão I, Imperador do Sacro Império Romano-Germânico, a qual foi recusada. Mas teve-se que abrir uma exceção, haja vista do momento no qual Constantinopla se encontrava.
 
Um tratado foi assinado, pelo qual Vladimir haveria de enviar a Constantinopla seis mil guerreiros dos povos varegues para aceitarem o Batismo e comporem a Guarda Varegue a ser concedido a mão de Ana. Assim, através da guerra mundana Deus dirigiu a entrada da Rus' no seio da [[Igreja de Constantinopla]]. O Grão-Príncipe Vladimir aceitou o Batismo e enviou o apoio militar ao Império Bizantino. Com o auxílio dos russos, os amotinados foram derrotados e Bardas Focas, morto. Mas os gregos, atônitos com a impensável vitória, não se apressaram em cumprir sua parte do tratado.
 
Aborrecido com a falsidade de Constantinopla, Vladimir dirigiu suas tropas para Quersoneso (atual Sebastopol, na península Crimeia), fazendo com que a fortaleza “impenetrável” e o elo econômico e mercantil mais vital do Império Bizantino no Mar Negro fosse tomado pelos russos. Oito dias levou a preparação da futura Grã-Princesa Ana, durante os quais seus irmãos enfatizaram a importância da oportunidade diante dela: iluminar as terras da Rus' e torná-las aliadas perpétuas do Império Romano do Oriente. Vladimir esperou por ela na mesma península, e Constantinopla concedeu-o um novo título imperial: Czar (César). A Santa Rus' agora estava intimamente presente na história do Império Romano.
 
Acompanhando a grã-princesa estava o Metropolita Miguel, nomeado para presidir a Sé Russa por São Nicolau II, Patriarca de Constantinopla. Ele trouxe consigo uma comitiva e seu clero, juntamente com diversas relíquias e itens sagrados. Em Quersoneso realizou-se a coroação do casamento de São Vladimir e Ana, e seguido da devolução da península a Constantinopla. Na primavera de 988, o santo e sua esposa partiram para Quieve pelas terras da Crimeia e de Taman, contornando o mar de Azov. À frente do cortejo, cantavam-se ofícios de Ação de Graças e carregavam-se cruzes, ícones e relíquias.
 
Em seguida, ocorreu um evento único da história da Rússia: o Batismo dos quievanos nas águas do rio Dniepre. São Vladimir declarou por toda a Quieve: “Aquele que não estiver no rio amanhã, rico ou pobre, mendigo ou escravo, seja meu inimigo.” Os cronistas da época relataram, “toda a Quieve juntou-se para glorificar Cristo com o Pai e com o Espírito Santo sem murmúrio.”
== Notas ==
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