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Sofrônio de Essex

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[[imagem:São_Sofrônio.jpg|miniatura|São Sofrônio de Essex]]
'''São Sofrônio (Sakharov) de Essex''' ou Sophrônio de Essex (1896-1993) foi um arquimandrita notável por seu asceticismo, filho espiritual de '''[[Silouan do Monte Athos|São Silouan do Monte Athos]]'''. Foi glorificado como santo pelo [[Patriarcado Ecumênico de Constantinopla]] em 27 de novembro de 2019. Comemorado pela Igreja em [[11 de julho]].
==Vida==
===Vida artística===
Quanto aos estudos, o jovem Serguei frequentou a escola secundária de Belas Artes em Moscou, desenvolvendo sua natural inclinação à arte da pintura. Continuou seus estudos na Escola de Pintura, Escultura e Arquitetura de Moscou. Entre seus professores, o que teve maior influência sobre ele foi Wassily Kandinsky (1866-1944), ainda mais na escrita que na pintura. De Kandinsky, interessava-o a ideia da criatividade pura, da qual extraía a forma da pintura em si mesma. Além disso, foi ensinado que é preciso ter uma vida anterior interior para que seja possível desenvolver uma obra de arte, a fim de sentir e compreender o processo criativo. A pintura precisa vir de dentro, precisa vir da alma.
Na época, a maioria dos artistas buscava inspiração no âmbito espiritual. A partir dessas influências, de sua inquietação constante e daquela urgência em resolver a "questão da eternidade", Serguei se afastou do Cristianismode Cristo, aproximando-se do misticismo oriental. A ideia de uma criatividade pura combinava bem com a perda e dissolução de si mesmo na não-existência.
Inicialmente, agradava-o a arte abstrata. Em 1921, porém, perdeu o encanto com essa forma de arte e optou por rejeitá-la, dizendo que a um ser humano não havia sido dada a graça de criar do nada, modo que apenas Deus pode criar. Foi a partir desse raciocínio que Serguei voltou suas atenções ao Deus de seus anos de criança, a quem havia abandonado. Pouco tempo mais tarde, deixou a Rússia e foi à Europa a fim de desenvolver sua carreira artística. Desse ponto em diante, voltou-se também à arte figurada, dedicando-se intensamente a ela.
Viajou pela Itália, explorando-a e durante sua estada pôde refletir sobre a arte religiosa, ali já apresentando um senso apurado para esse estilo, embora ainda estivesse longe do que produzia. Em seguida, partiu para Berlim, lugar que à época havia se tornado um centro de imigração russa. Ao final de 1922, mudou-se para Paris: a capital artística do mundo, e uma arena de possibilidades infinitas.
Dedicando-se a paisagens, natureza morta e retratos, passou a ser descrito como parte do movimento ''cézanesco'' do período. Trabalhava incansavelmente e sua carreira alcançou reconhecimento da crítica. Chegando, inclusive, a exibir suas obras no ''Salon d'Automne'' e no ''Salon des Tuilleries''.
[[File:Drawing_Saint_Silouan.jpg|200px|thumb|left|São Silouan, grafite sobre papel, feito por São Sofrônio em 1984]][[File:Drawing_Saint_John_Baptist.jpg|200px|thumb|right|São João Batista, grafite sobre papel, feito por São Sofrônio em Tolleshunt Knights, imagem de 1960]]
A despeito do sucesso, sua busca espiritual continuava inabalável: por conta disso, decidiu trocar a enérgica Paris pelos ares calmos de Clamart. No entanto, apesar da tranquilidade do local, sua guerra interna só começava: de um lado, havia a pintura e a sua carreira artística em ascensão; de outro, a sede crescente pela vida de oração. Por fim, a oração venceu. Não era na arte que encontrava as respostas que procurava. Por mais que pudesse ter de tudo em Paris, não havia ali a alegria verdadeira. Desse ponto em diante, tornou-se cada vez mais interessado em conhecer a Igreja Ortodoxa e a prática da oração. Em abril de 1925, matriculou-se no [[Instituto São Sérgio de Teologia Ortodoxa (Paris, França)|Instituto São Sérgio de Teologia Ortodoxa]]. Porém, os estudos não bastaram para saciar sua sede espiritual, Sofrônio precisava experimentar a vida espiritual de um modo ainda mais profundo. Assim, abandonou seus estudos e sua vida artística em Paris, e partiu para a [[Montanha Sagrada]].
===Vida monástica===
No Monte Athos, foi para o [[Mosteiro de São Panteleimon]], onde foi tonsurado monge sob o nome de Sofrônio. Toda a energia criativa antes dedicada à pintura passou agora a se concentrar na oração. Em 1930, foi ordenado diácono. Em 1941, foi ordenado padre e pouco depois se tornou confessor. Durante todos esses anos, não pintou nada além de dois ícones, dos quais desgostounão gostara. Um evento marcante em sua vida foi ter encontrado, em 1931, o ''starietz'' Silouan. O hieromonge russo se tornou seu pai espiritual e o guiou até o fim de sua vida em 1938. Depois do repouso de São Silouan, que confiou ao seu filho espiritual seus escritos, achando insatisfatóriosPadre Sofrônio se isolou em oração no ermo do Monte Athos. Dispondo de mais tempo, e também dos materiais que ganhara da monja Theodosia, que conhecera em Paris, voltou-se ao estudo da iconografia. Foi um dos primeiros a renovar a iconografia em sua forma tradicional no Monte Athos. [[File:Silouan book.jpg|200px|thumb|right|Folha de rosto do livro de São Silouan, compilado]]Em 1947, voltou a Paris, onde compilou, editou e publicou os escritos de seu querido ancião Silouan. Realizou ainda uma segunda edição, acrescentando uma introdução mais elaborada, e uma folha de rosto
[[Categoria:Santos]]
[[Categoria:Santos russos]]
[[Categoria:Santos do século XX]]