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Perpétua de Cartago

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Testemunho
Assim foi o fim do diário de Santa Perpétua, escrito em primeira pessoa até o seu último dia na prisão. O restante do registro de suas vidas foi escrito pelas testemunhas de seu martírio. São Segundo foi martirizado à espada enquanto ainda estava na prisão, sendo poupado das bestas selvagens. Quanto a Felicidade, esta estava gestante de oito meses, e lamentava-se pois, pela lei, não poderia ser punida. Além disso, seus companheiros também entristeceram-se por deixar uma tão grande amiga sozinha no caminho da mesma esperança. Assim, unindo suas súplicas, todos derramaram suas orações a Deus durante três dias (o martírio aconteceria no quarto). No último dia, as dores de parto milagrosamente recaíram sobre Felicidade.
Seu trabalho de parto foi sofrido e doloroso, e Santa Felicidade parecia não aguentar mais. Alguns dos guardas inferiores da prisão disseram: “Tu, que agora estais em tal sofrimento, que farás quando fores lançada aos animais os quais tu desprezaste quando não sacrificaste aos deuses?” E ela: “Eu agora sofro o que eu sofro [''viz.'' o sofrimento do meu sexo], mas naquele dia haverá Alguém dentro de mim para suportar a dor em meu lugar, porque eu estarei sofrendo por Ele.” Assim Felicidade deu a à luz a uma menina, que foi criada a partir de então por uma piedosa cristã como se fosse sua própria filha.
Alguns dias antes, devido a um falso alerta de que os cinco confessores restantes poderiam ser abduzidos da prisão por alguma espécie de feitiço, a prisão havia entrado em cárcere severo. Diante disso, Perpétua encarou o juiz da prisão e disse: “Por que não nos permite espairecer de vez em quando? Não somos os mais célebres entre os criminosos? Acaso não somos importantes até para César [Geta], em cujo aniversário enfrentaremos os animais? Não seria melhor para tu se nos apresentasse naquele dia com uma aparência não tão deplorável?” O juiz envergonhou-se e, horrorizadorepreendido, ordenou que os confessores fossem tratados de maneira mais gentil. Assim, a entrada da prisão foi aberta, e eles puderam espairecerem com os livres. A essa altura, até o chefe dos carcereiros já havia secretamente se convertido a Cristo.
Na véspera dos jogos, quando ceavam sua última refeição (chamada de banquete gratuito ou liberal), tentaram transformar a ceia num ágape. Com a mesma firmeza de sempre, trocavam palavras com quem participava da mesa, alertando-os acerca do Juízo e testemunhando sua alegria no sofrimento. Sátiro censurava-os: “Acaso o dia de amanhã não será suficiente para vós? Por que estais tão ávidos por observar estupefatos aqueles que vós odiais? Hoje sois nossos amigos, amanhã, nossos inimigos! Prestai, entretanto, bastante atenção ao nosso rosto, para poderdes reconhecer a cada um de nós no grande dia.” Com isso, todos saíram perplexos da prisão, e muitos se converteram a Cristo.
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