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André de Creta

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Vida
André nasceu em Damasco na Fenícia (atual Síria) durante a era do Imperador Constante II (641–668), no século VII. Naquele tempo, Damasco estava dominada pelos islâmicos, e Moáuia I (661–680), que governava as terras sírias, proclamou o Califado Omíada por todo o Levante. Embora a maior parte da população fosse cristã, a heresia monotelista corrompia a Igreja desde o Ocidente até o Oriente, e o imperador sequer tentava evitar sua propagação. Essa heresia negava as duas vontades (humana e divina) de [[Jesus Cristo]], admitindo que a vontade não correspondia às duas naturezas de Cristo, mas sim que era uma só, humano-divina.
Mesmo sendo Damasco a capital do califado, André foi criado numa piedosa e virtuosa família cristã, cujos pais tinham por nome Jorge e Gregória. Até seus sete anos de idade, o menino era mudo, e seus pais lamentavam-se pensando que seu filho seria mudo pelo resto da vida. Certa vez, enquanto recebia os Santos Mistérios numa igreja, para a fascinação de todos, André milagrosamente começou a falar. O dom da fala queimava em seu coração, e a jovem criança quis dedicar-se a estudar as Sagradas Escrituras. Seus pais glorificaram a Deus por isso, e deram ao filho uma educação completacom base na gramática, retórica e filosofia.
Ainda aos catorze anos de idade, André assumiu que era impossível unir-se ao conhecimento divino sem antes livrar-se das coisas terrenas e materiais, as quais faziam-no desviar da dedicação total a Deus. Implorando e rogando aos seus pais para que pudesse consagrar-se ao Senhor, recebeu a bênção de seus pais, que peregrinaram com ele duzentos quilômetros ao sul até chegarem à Igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém. Lá, André foi recebido com muita alegria por um bispo chamado Teodoro, que cuidava da [[Igreja de Jerusalém]] enquanto a Sé estava vacante desde a morte de São Sofrônio, Patriarca de Jerusalém (634–638), um ano após a conquista islâmica da Terra Santa. Após a despedida de seus pais, André ficou como secretário do bispo.
Após mais de vinte anos de serviço caridoso, Santo André foi escolhido Arcebispo de Creta na primeira década do século VIII. Na ilha, o novo arcebispo pastoreou incansavelmente seu novo rebanho, exortando os sacerdotes a refletirem os raios da luz divina aos fiéis, reestabelecendo mosteiros e conventos e guiando-os aos moldes da Grande Lavra. André também reconstruiu igrejas destruídas pelos constantes saques islâmicos e construiu asilos, orfanatos e hospitais que aceitavam a todos, até os estrangeiros.
Ele Em 711, após cercar Constantinopla com seus partidários e decapitar o Imperador Justiniano II (685–711) e sua corte, o monotelista Filípico (711–713) usurpou o trono imperial e queimou as atas do Sexto Concílio Ecumênico. Em seguida, depôs o santo Patriarca Ciro (705–712) e nomeou o herético João VI (712–715) como Patriarca de Constantinopla. Este, por sua vez, convocou um sínodo patriarcal em 712 para abolir o anátema ao monotelismo, e Santo André teve que assinar a abolição à sua própria confissão de Fé para não ser deposto e um monotelista assumir o Arcebispado de Creta. Pela Providência de Deus, Filípico foi morto em uma rebelião de seu exército no ano seguinte, e Anastásio II (713–715) foi proclamado imperador. O novo imperador depôs João VI e substituiu-o por São Germano I (715–730), que até então era Bispo de Cízico na Anatólia e também havia assinado contra seu concílio para não perder seu rebanho para um monotelista. Sob São Germano, o diotelitismo e as determinações do Sexto Concílio Ecumênico foram restaurados, e os heréticos, anatemizados. Para expressar sua gratidão a Deus, bem como seu arrependimento por ter traído o concílio, acredita-se que tenha sido nesse tempo que o arcebispo compôs seu Grande Cânone. Santo André continuou seu trabalho como hinógrafo, compondo o Cânone da Festa da Natividade, três odes das Completas do [[Domingo de Ramos]], odes para os primeiros quadro dias da semana da Paixão, versos para a festa da [[Apresentação do Senhor|Apresentação]] e vários outros hinos e sermões, os quais foram preservados até a atualidade.
O arcebispo brilhou como uma verdadeira chama de Cristo, instruindo todos os seus filhos espirituais a fugirem das tentações mundanas, guardarem os mandamentos de Deus e demonstrarem Seu amor para com todos. Santo André fortalecia os doentes, consolava os aflitos, defendia as viúvas e os órfãos, alimentava os famintos e vestia os pobres.
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