Alterações

Ir para: navegação, pesquisa

Theodora, a Augusta

3 296 bytes adicionados, 06h30min de 23 de julho de 2023
Os mosteiros e a Mãe de Deus
Como era o costume dos imperadores naquela época, Santa Theodora e Teófilo visitavam a Igreja da Mãe de Deus de Blaquerna, <small>([https://www.google.com/maps/place/Igreja+de+Santa+Maria+de+Blaquerna/@41.0386934,28.9428138,3a,75y/data=!3m8!1e2!3m6!1sAF1QipPtVJOhZ0nnaOQegmEP5CqxdU0FPbpinqyQSxcI!2e10!3e12!6shttps:%2F%2Flh5.googleusercontent.com%2Fp%2FAF1QipPtVJOhZ0nnaOQegmEP5CqxdU0FPbpinqyQSxcI%3Dw203-h114-k-no!7i4032!8i2268!4m9!3m8!1s0x14caba07b4c0ffe9:0x8057623659aab78b!8m2!3d41.0386738!4d28.9428015!10e5!14m1!1BCgIgAQ!16s%2Fm%2F04f2wyr ver fotos])</small> distante cinco quilômetros do Palácio Imperial, quase que semanalmente nas sextas-feiras, quando os ofícios à Mãe de Deus eram nela celebrados. Blaquerna era o distrito mais setentrional protegido pelos muros de Constantinopla, e tanto Teófilo como seu pai Miguel II trabalharam para fortificar os muros e os portões de Blaquerna <small>([https://www.google.com/maps/place/Blachernai'nin+Duvarlar%C4%B1/@41.0386642,28.9409022,3a,75y,90t/data=!3m8!1e2!3m6!1sAF1QipMymNUalSJfWxltV8fH8LsjiHm3XyjmIQxrg9-7!2e10!3e12!6shttps:%2F%2Flh5.googleusercontent.com%2Fp%2FAF1QipMymNUalSJfWxltV8fH8LsjiHm3XyjmIQxrg9-7%3Dw203-h151-k-no!7i4640!8i3472!4m7!3m6!1s0x14caba062999d7b3:0x14fa3e4ca933f606!8m2!3d41.0386632!4d28.9409062!10e5!16s%2Fg%2F11f50w77mb ver fotos])</small> dos ataques dos búlgaros pagãos. Durante o caminho, Teófilo permitia que aqueles que se sentissem injustiçados em quaisquer assuntos civis pudessem se aproximar dele para suas apelações, como uma forma de manter seu apoio entre o povo e investigar os oficiais do governo que fossem denunciados por eles. Santa Theodora, porém, passava o tempo todo em oração, e adentrava a igreja com reverência e lamentação pelos ícones e mosaicos destruídos pelos iconoclastas, os quais eram substituídos por imagens de animais, paisagens e bestas. A igreja, quase igualada em importância à Catedral de Santa Sofia, possuía uma grande sala de banho cuja água vinha da fonte sagrada da Mãe de Deus, na qual somente o imperador ou a imperatriz podiam se banhar. Santa Theodora usava o pretexto do banho para trancar-se na igreja em oração, enquanto Teófilo permanecia com a corte no Palácio de Blaquerna, vizinho à igreja. Talvez Santa Theodora soubesse que o Ícone da Mãe de Deus de Blaquerna havia sido salvo dos iconoclastas e estava escondido dentro da parede da igreja, tal como seria revelado quase duzentos anos depois durante obras de restauração.
 
=== Iconoclasmo ===
Desde antes de assumir o trono imperial em 829, Teófilo tinha grande estima para com o futuro Patriarca João VII, a quem ele próprio instauraria em 837. João havia sido um iconógrafo e discípulo de São Theodoro, o Estudita (756–826), um firme defensor dos santos ícones e hegúmeno do Mosteiro de São João, o Batista, em Stoudion, distante um quilômetro a sudoeste do Gastrion, onde Teoctista estabeleceria um mosteiro na década seguinte do repouso de São Theodoro. Ainda em 814, João foi subornado pelo ímpio Imperador Leão V (813–820), o qual ofereceu-lhe a posição de Hegúmeno do Mosteiro dos Santos Sérgio e Baco, um prestigioso mosteiro ao sul do Hipódromo e próximo ao Palácio Imperial, caso traísse os cristãos e participasse da formulação de um falso concílio que aconteceria no ano seguinte. João, que era conhecido pelo epíteto de “o gramático” pelo extenso conhecimento que possuía, aceitou com orgulho o suborno, para deixar de ser apenas um monge em serviço a Deus e passar a viver com a glória mundana de seu epíteto. Ele utilizou todo o conhecimento que obtera na biblioteca do mosteiro em Stoudion para subverter os ensinamentos dos Santos Padres e, através de artifícios, fazer com que seus escritos apontassem para o iconoclasmo.
 
Em 815, Leão V depôs São Nicéforo I, Patriarca de Constantinopla (806–815) e exilou-o em Stoudion, enquanto que João, como um novo Judas, saía daquele mesmo mosteiro para participar do falso concílio. O concílio de 815 reverteu as atas do Sétimo Concílio Ecumênico, falsamente anatemizou os santos ícones e instaurou o ímpio oficial da corte Teódoto como patriarca. Teódoto (815–821) deu início à perseguição dos hegúmenos dos mosteiros fiéis a Cristo, os quais eram presos e privados de comida até morrerem ou traírem a Fé, enquanto que seus monges eram presos no Mosteiro dos Santos Sérgio e Baco, transformado num campo de “reeducação” para o iconoclasmo por João, seu novo hegúmeno. No Natal de 820, Leão V foi assassinado por seu antigo amigo Miguel II (820–829) — pai de Teófilo —, e esse tomou o Império para si. Um mês depois, Teódoto entregou sua alma ao demônio, e o ímpio Antônio, Bispo de Silião na Panfília, sucedeu-o como novo patriarca (821–837). Semelhante a João, Antônio também era um iconódulo, mas tornou-se iconoclasta para participar do concílio de 815 e ter uma chance de se tornar o próximo patriarca, o que de fato aconteceu. No ano seguinte, o Patriarca Jó de Antioquia (813–844), um iconódulo, assim que soube o novo imperador era mais um iconoclasta, decidiu reconhecer o comandante militar Tomé, o Eslavo, como imperador. Tomé recebeu o apoio de várias províncias do império após prometer o fim do iconoclasmo, e conseguiu cercar Constantinopla com dezenas de milhares de soldados, porém foi finalmente derrotado e morto de uma forma brutal e desumana por Miguel II. Antônio excomungou Jó, porém essa decisão apenas enfraqueceu a Sé de Constantinopla, uma vez que Jó viveu como Patriarca de Antioquia até ver a Fé sair vitoriosa em 843.
 
Além de perseverar a perseguição contra os monges, João tornou-se tutor de Teófilo e transmitiu-lhe toda a doutrina iconoclasta
 
[[Imagem:Triunfo da Ortodoxia.jpg|thumb|right|Ícone do Triunfo da Ortodoxia]]
11 779
edições

Menu de navegação