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Jorge, o Vitorioso

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A imperatriz foi vencida pelo discurso do santo, e disse: “Em verdade falas bem, e convenceste-me de que Cristo é o Deus do universo. Agora peço-te que ores por mim, para que todos os artifícios e artimanhas dos demônios e dos ídolos possam fugir imediatamente de mim!” São Jorge explicou que nenhum demônio poderia se aproximar dela se cresse em Jesus Cristo, mas ela resistia: “Ó Jorge, meu mestre, eu creio, mas tenho medo de meu esposo, que devora inocentes como um animal selvagem… Mantém esse assunto em segredo, não contes a ninguém até que a coroa do martírio seja posta sobre minha cabeça no Reino de Cristo!” Nisso, a piedosa imperatriz pôs-se a dormir.
 
No dia seguinte, por todas as ruas de Nicomédia era anunciado que o tribuno iria prestar culto a Apolo, e uma grande multidão foi ao templo para ver com seus próprios olhos o anunciado. A piedosa viúva estava entre a multidão e disse a São Jorge: “Ó tu que ressuscitaste os mortos, que deste a visão aos cegos, que deste carne aos que já haviam voltado ao pó, que fizeste a madeira dar frutos, que fizeste a lenha criar raízes e se tornar uma grande árvore, que fizeste minha mesa encher-se de pão, que manifestaste multidões de milagres e envergonhaste o diabo, adorarás Apolo agora, envergonhando toda a raça dos cristãos?” São Jorge sorriu e pediu que pusesse seu filho ao chão, e ela assim o fez. Ele ainda comandou: “Em nome de meu Senhor Jesus Cristo, vem e sê meu servo.”
 
O menino imediatamente ouviu, pôs-se de pé e correu até o santo. Sob suas ordens, o menino entrou no templo e disse ao ídolo: “Jorge, o servo de Cristo, está a te chamar.” O espírito saltou do ídolo e veio ao encontro de São Jorge, murmurando: “Ó nazareno, tu atrais cada um a ti, e enviaste este menino para me envergonhar. Tem um pouco de paciência comigo, e eu te direi tudo antes que me perguntes. Tu sabes que Deus criou um paraíso no Éden, e lá fez o homem em Sua semelhança. Deus ordenou que os anjos o servissem, e assim Miguel e todo o seu exército o fez. Eu, porém, contestei Sua ordem e perguntei como poderia eu, excelente que era, servir aquele que é inferior a mim. Deus se indignou muito, e expulsou-me da glória que me cercava, lançando-me do céu como uma águia em direção a uma rocha. Eu estava em grilhões, e agora vivo no ídolo conduzindo os filhos dos homens. Quando subo ao Firmamento e ouço a sentença de que um homem morrerá e sairá deste mundo, vou ter com ele e lhe inflijo sofrimentos até que ele blasfeme contra Deus.”
 
O santo repreendeu-o, dizendo: “Tu não disseste a verdade, ó criador de mentiras. Foste lançado do Firmamento por causa do teu orgulho em teres preparado um trono para te sentares e por tentar fazer-se igual a Ele que é mais exaltado que tu. Ele expulsou-te dos Céus com todos os teus exércitos para as profundezas do mar. Desce agora, ó espírito imundo, ao abismo, e anunciai às almas que destruíste.” Ferindo a terra com o pé, um buraco se abriu e o espírito desceu ao abismo juntamente com o ídolo de Apolo. Ferindo-a novamente, o buraco se fechou. Depois disso, São Jorge soltou os fechos dos calçados, foi ao ídolo de Héracles e derrubou-o ao chão, só restando cacos. Todos os ídolos do templo começaram a estremecer, e caíram ao chão em cacos. Com isso, ainda mais pagãos declamaram Cristo como Deus. “Descei ao abismo, ó deuses dos pagãos, porque contra vós vim com ira.”
 
Entretanto, os sacerdotes pagãos foram tomados pela ira, cercaram-no e o levaram com as mãos amarradas a Diocleciano, que havia ficado com os outros homens a uma distância do tempo por causa da grande multidão. Quando soube o que havia acontecido com os ídolos, encheu-se de fúria e disse: “Ó tu, digno da destruição, não havias me dito que adorarias os meus deuses? Dizias atirar-lhes incenso e ainda assim usas tua magia! Não sabes tu que tua vida está em minhas mãos?” Jorge insistiu que trouxe-se outro ídolo de Apolo, e ele adoraria-o na frente do imperador.
 
Ele desconfiou, e disse: “Acabaram de me dizer que ele desceu ao abismo, e agora queres mandar-me vivo para lá também!” — “Se Apolo era tamanho deus que confiaste até em teus dias de infortúnio, como então foi ele incapaz de se ajudar, sendo o primeiro dos ídolos a cair no abismo? Quando Deus vier para julgar os Céus e a terra, o que farás tu e esse a quem confias?”
Diocleciano, então, ordenou que ele fosse jogado numa vala de cal ardente e coberto com ela, mas isso não adiantou de nada ao tirano, pois ainda mais pagãos foram testemunhas da perseverança de São Jorge, que aparentava não estar sofrendo dor alguma, e proclamaram Cristo como Deus. O imperador insistiu mais ainda, e ordenou que o confessor corresse calçado de botinas com pregos de ferro no interior, até que seus pés estivessem completamente furados com eles. Os soldados também corriam atrás de seu antigo líder, atacando-o sem piedade com tendões de boi.
Por fim, os leais a Diocleciano levaram-no a um templo pagão, onde vários ídolos estavam possuídos por demônios, a fim de testar a Fé do tribuno e obrigá-lo a oferecer sacrifícios. São Jorge dirigiu-se à estátua principal daquele templo, e pressionou-a a dizer se Cristo era Deus e digno de toda adoração. O demônio, dominado pela santidade do operador de milagres, não conseguiu mais se conter, e respondeu em alta voz que Jesus Cristo era o único Deus. Todos os ídolos do templo começaram a estremecer, e caíram ao chão em cacos. Com isso, ainda mais pagãos declamaram Cristo como Deus. Entretanto, alguns pagãos foram tomados pela ira e o cercaram. São Jorge então foi novamente trazido perante Diocleciano que, ao saber o que havia acontecido, decretou a sentença de decapitação para o santo, juntamente com todas as centenas de neófitos que o testemunharam. Assim, em 23 de abril de 303, Jorge, o grande e vitorioso mártir por Cristo, entrou para a vida perpétua junto a seu Criador e Salvador, intercedendo incansavelmente a Deus pela segurança das nações ortodoxas e pela salvação de toda a humanidade, até o fim do mundo.
== Pós-vida ==
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