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Porfírios de Kafsokalívia

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Sua única reclamação é que não exigiam tanto dele. O noviço estava sempre imerso em orações, ofícios e hinos, aprendendo-os de cor e recitando-os enquanto trabalhava com suas mãos. Da repetição contínua do Evangelho, que acabou por aprender de cor, não havia espaço para pensamentos ruins e inúteis. O traço característico de seu asceticismo foi a obediência absoluta ao ancião Panteleimon. São Porfírios era completamente dependente dele, fazendo com que a sua vontade fossem dissolvida na vontade de seu pai espiritual. Identificava-se com ele, e por ele nutria um amor e devoção completa. Não muito depois de adentrar a Montanha Sagrada, com cerca de quatorze anos, foi tonsurado monge e recebeu o nome de Nikita.
 
====Visita da Graça Divina e dons espirituais====
Certa vez, ainda de madrugada, o monge Nikita já estava de pé do lado de fora da igreja principal de Kafsokalívia, esperando que os sinos finalmente tocassem e as portas abrissem. Sem tê-lo visto, o padre Dimas se aproximou em seguida - este ancião já passava dos noventa anos e era secretamente um asceta e um santo. Padre Dimas não sabia que Nikita aguardava à esquina da igreja, e começou a realizar prostrações e a orar diante das portas fechadas da igreja.
 
Eis que a Graça Divina transbordou do padre Dimas e se derramou também sobre o jovem monge, que estava agora pronto para recebê-la. Ele foi tomado de sentimentos indescritíveis. No caminho de volta para sua cela, após ter recebido a Sagrada Comunhão na Divina Liturgia, tão intensos eram seus sentimentos que estendeu as mãos aos céus gritando “*Glória a Ti, ó Deus! Glória a Ti, ó Deus! Glória a Ti, ó Deus!*”
 
Após a visita do Espírito Santo, São Porfírios passou por transformações psicossomáticas, adquirindo dons espirituais. O primeiro sinal desses dons apareceu quando os anciãos Panteleimon e Ioannikios retornavam de uma jornada de longa distância, e São Porfírios conseguiu “vê-los” de muito longe, de um ponto onde a vista humana não seria capaz de alcançar. O jovem monge se confessou ao padre Panteleimon, que o aconselhou a tomar muito cuidado com o dom que recebera, mantendo-o em segredo. Ele prontamente acatou o conselho e não contou a ninguém sobre o que havia acontecido, até que não tivesse mais escolhas.
 
Mais mudanças se seguiram: sua sensibilidade ficou extremamente aguçada, e suas habilidades foram elevadas ao extremo. São Porfírios agora conseguia ouvir e reconhecer o canto de qualquer pássaro e os sons de quaisquer animais, de modo que não só sabia de onde vinham, mas também o que estavam dizendo. Seu olfato podia captar e reconhecer fragrâncias de uma enorme distância. Depois de orar humildemente, conseguiu “ver” as profundezas da Terra. A cada vez que usava o seu dom do discernimento, os pensamentos ocultos da mente humana eram revelados para ele. Através da Graça de Deus, ele conseguia ver o passado, o presente e o futuro ao mesmo tempo. Confirmou que Deus é onisciente e onipotente.
===Retorno para o mundo===
Ainda que nunca tivesse pensado em deixar a Montanha Sagrada e retornar para o mundo, aos dezenove anos, adquiriu uma pleurisia severa e foi forçado a deixar o Monte Athos.
De volta em Evia, encontrou no monastério mosteiro em que ficou o Arcebispo de Sinai, Porfírios III. Da conversa que teve com o monge Nikita, o arcebispo pôde perceber as virtudes e os dons espirituais que ele possuía, e ficou tão impressionado que no dia 26 de julho de 1927, na festa de [[Parasqueva de Roma|Santa Paraskevi]], ordenou-o diácono. No dia seguinte, na festa de [[Panteleimon, o Anárgiro|São Panteleimon]], foi ordenado padre e recebeu o nome de Porfírios. Ele tinha apenas vinte e um anos. Dois anos depois, tornou-se um padre confessor.
O hieromonge Porfírios realizou seu trabalho como padre e confessor com empenho extremo. Diariamente, um número enorme de fiéis o procuravam para se confessar e receber auxílio espiritual. São Porfírios chegou a ouviu confissões por horas, sem intervalos, e diversas vezes. Rapidamente, sua reputação como pai espiritual cresceu. Em 1938, o Metropolita de Karistia o honrou como Arquimandrita.

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