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Constantino I de Kiev

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Vida
Os hierarcas russos protestaram contra a eleição não canônica de Clemente, argumentando que o grão-príncipe havia aproveitado o período vacante entre as eras de Cosme II e Nicolau IV (fevereiro a dezembro de 1147) para escolhê-lo arcebispo sem as bênçãos de Constantinopla. Ao final, Clemente, dominado por um espírito impuro, serviu como arcebispo durante oito anos, sendo somente reconhecido como tal na esfera de influência de Quieve, enquanto que hierarcas como São Nifão, Bispo de Novogárdia (1130–1156), opuseram-se a Clemente e foram presos por Iziaslau.
Após a morte de Iziaslau em 1154, quem o sucedeu foi Jorge Iuri I (1155–1157), filho de São Vladimir II de Quieve (1113–1125) e pai de Santo André I de Vladimir (1157–1174). No primeiro ano de seu reinado, Jorge Iuri depôs Clemente e canonicamente convocou um sínodo para a eleição de um novo hierarca para as terras russas. Com o apoio dos santos bispos, agora libertados da prisão, o piedoso e sapientíssimo ancião Constantino foi enviado de volta a Constantinopla para ser oficializado Arcebispo de Quieve pelo Patriarca Constantino IV (1154–1156).
=== Arcebispado ===
De volta a Quieve, São Constantino lamentou o repouso de São Nifão, a quem havia prometido encontrar-se após a quirotonia devido ao grande amor que um tinha para com o outro. Em seguida, sabiamente depôs todos os sacerdotes e bispos eleitos por seu antecessor, os quais eram contrários a Constantinopla e fiéis à nobreza russa e a Clemente, e os substituiu por clérigos gregos. Além disso, Clemente e o já falecido Grão-Príncipe Iziaslau II foram anatemizados. Os depostos, entretanto, amparados pelos poderes reais de seus principados, não entregaram suas igrejas a São Constantino, e consideraram Clemente como verdadeiro Arcebispo de Quieve.
Foi São Constantino quem fundou a Diocese da Galícia (atual fronteira entre a Ucrânia e a Polônia) em 1156, uma vez as igrejas daquele principado fundado em 1124 estavam sob jurisdição da Diocese de Vladimir na Volínia, a qual Clemente havia tomado para si e declarado-a independente de Quieve. Em Novogárdia, Santo Arcádio (1158–1165) foi escolhido para suceder São Nifão, embora sua consagração só tenha ocorrido após a deposição de São Constantino. Durante o arcebispado de São Constantino, a grande cidade de Moscou foi fundada e consagrada a [[Jorge, o Vitorioso|São Jorge, o Vitorioso]], padroeiro do Grão-Príncipe Iuri.
O hierarca participava também das decisões do grão-principado, instilando a misericórdia nos poderes reais, como foi no caso da extradição do deposto Príncipe Ivã da Galícia (1128–1144) de volta ao seu principado para ser morto, o que foi evitado com os apelos de São Constantino. Foi ele também o primeiro a instruir seu rebanho a considerarem Santo Igor como santo e pedirem por suas intercessões.
A Festa do Salvador do Mel, realizada todo 14 de agosto — o primeiro dia do Jejum da Dormição —, embora tenha sido inaugurada de fato por Santo André I, Grão-Príncipe de Vladimir (1157–1174), foi originalmente proposta por São Constantino. Nessa festa, o mel é levado pelos camponeses às igrejas para ser abençoado e, em seguida, usa-se uma porção do mel para abençoar as águas.
O curto período de São Constantino como hierarca durou apenas três anos, pois o repouso de Jorge Iuri em 1157 permitiu que seus oponentes tomassem o trono de Quieve para si. Iziaslau III (1157–1162) depôs São Constantino e declarou a Sé de Quieve vacante. Quando o Príncipe Mistislau II da Volínia (1157–1159) atacou Quieve em 1158, Constantino seguiu o rio Desna até a Chernigóvia, cento e trinta quilômetros ao norte de Quieve, onde exilou-se no Mosteiro de Elécia, fundado por [[Antônio e Teodósio de Quieve|Santo Antônio de Quieve]] no século anterior.
Em Elécia, o monge foi protegido pelo Bispo Antônio da Chernigóvia (1156–1169), seu discípulo, e derramou muitas lágrimas, considerando-se o mais indigno de todos os nascidos, culpado pela crise real e eclesiástica (a qual ele não havia iniciado). A saúde de São Constantino deteriorou-se muito naquele inverno, e o monge soube que logo seria reunido para junto de Deus. Escrevendo seu testamento, Constantino confiou-o a Antônio, e pediu que só fosse lido após seu repouso. Foi assim que, em 5 de junho de 1159, o grande defensor da Ortodoxia entregou sua alma ao Senhor, cumprindo com justiça a pregação iniciada pelos seus santos antecessores [[Miguel I de Quieve|Miguel I]], Hilarião e João II.
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