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Ketevan da Geórgia

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Depois de muito tempo, aos vinte anos de idade, a caridosa Gativanda casou-se com seu sobrinho de quinto grau, o então Príncipe Davi, que à época possuía doze anos de idade, filho do Rei Alexandre II da Cachétia. Quando Davi fez seus vinte anos de idade, seu pai formalizou uma aliança com São Teodoro I, Imperador da Rússia (1584–1598), para repelir os ataques islâmicos ao seu reino, e a Cachétia pôde desfrutar de um período de paz e segurança em meio à dominação persa. Nessa época, Davi e Santa Gativanda foram agraciados com quatro filhos: Teimuraz, Vactangue, Helena e Marta; provavelmente todos tomados como prisioneiros pelos persas e levados à corte do Imperador Abas, o Grande (1588–1629), quando ainda eram crianças.
=== Reinado ===
Em 1601, já com setenta e quatro anos de vida, Alexandre II adoeceu, e a ambição pelo poder subiu à cabeça de seu filho, que à época possuía trinta e dois anos de idade. Quando seu irmão mais novo, o Príncipe Jorge, foi confiado para guiar o reino enquanto seu pai se recuperava, Davi invadiu o palácio com suas tropas e exilou seu próprio pai num mosteiro, enquanto que Jorge fugia para salvar sua vida. Foi assim que, aos quarenta e um anos de idade, Santa Gativanda foi coroada Rainha da Cachétia contra sua vontade.
A santa rainha via-se impossibilitada de conciliar sua vida de oração com suas novas responsabilidades, e rogou ao Senhor para que Ele a livrasse da morte espiritual. Deus ouviu suas orações e, no ano seguinte, Davi caiu enfermo e morreu. Na volta de Alexandre II, Santa Gativanda alegremente retornou sua coroa à Rainha Tinatina (1574–1605) e, livre de seu fardo, dedicou sua vida à caridade e à providência dos mosteiros e das igrejas georgianas.
Em 1605, Alexandre II foi assassinado juntamente com Jorge pelo seu próprio filho, Constantino I, após terem-no recebido com estima no Xirvão (atual Azerbaijão). Como Constantino havia crescido na Pérsia, converteu-se ao islã ainda em tenra idade, e à época estava lutando contra os otomanos quando aproximou-se do território de seu pai. Por negarem participar da luta entre xiitas persas e sunitas otomanos, Constantino assassinoudecapitou-os e corouenviou suas cabeças à Pérsia enquanto coroava-se Rei da Cachétia. Depois, ordenou que a santa rainha casasse-se com ele. Santa Gativanda foi a primeira a clamar por uma insurreição e, convocando os nobres da Cachétia e da Cártlia, lutou contra o exército de Constantino e matou-o à espada. Instituindo seu filho Teimuraz como Rei da Cachétia, Gativanda ocupou-se de curar todos os presos e soldados inimigos e oferecer-lhes postos no exército cristão. Quanto aos mercadores persas, todos receberam o dinheiro necessário para cobrir os custos da guerra e foram libertos. Como Teimuraz ainda possuía dezesseis anos de idade, Santa Gativanda agiu como regente e casou-o com Ana, filha do Príncipe Mamede II da Guria (1600–1625). Em 1609, porém, a Rainha Ana foi acometida por um tumor e rendeu sua alma. Teimuraz casou-se com Corassana, irmã de [[Luarsabe II da Cártlia|São Luarsabe II, Rei da Cártlia]] (1606–1615), e o Imperador Abas, em troca, tomou uma das filhas de Santa Gativanda como mais uma de suas esposas, isso para ofender a Fé cristã dos georgianos. Nos anos que se seguiram, as relações entre os dois reinos e o Império Safávida se deterioraram em virtude das execuções de traidores persas pelos georgianos e pelo fato de Teimuraz e São Luarsabe recusarem-se a se encontrar com o imperador na Pérsia, temendo uma emboscada. O Imperador Abas, então, preparou todo o seu exército para invadir a Cártlia e a Cachétia e, na primavera de 1614, pôs seu plano em prática. === Massacre ===Como a Rússia passava por uma grave crise vinda com a morte de São Teodoro em 1598, os dois reis suplicaram pelo apoio otomano na Imerécia, mas os sunitas deram-lhes as costas. Quando Abas soube desse encontro, invadiu a Cachétia durante três anos, assassinando no total cem mil georgianos e tomando mais duzentos mil como escravos à Pérsia, dentre os quais estava Santa Gativanda. A população da Cachétia diminuiu dois terços, e suas mais célebres cidades foram reduzidas a escombros. A destruição dos campos trouxe uma grande fome aos sobreviventes, que não tinham nem mais como comercializar seus produtos. Na palavra dos cronistas persas, “Desde o início do islã [na Pérsia], nenhum acontecimento deste tipo teve lugar sob qualquer outro rei”.
== Referências ==
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