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Quarenta mártires de Sebaste

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Vida
Em 313, o Édito de Mediolano do santo Imperador Constantino, o Grande (306–337), trouxe fim à maior perseguição de cristãos do Império Romano, promovida em 303 por Diocleciano (284–305) e Maximiano (285–305). No Oriente, entretanto, o Imperador Licínio (308–324) se mostrava ainda disposto a erradicar a Fé do território em que governava. Licínio preparou seu exército para guerrear contra São Constantino e, temendo um motim, resolveu expulsar dele os cristãos.
Agrícola, seu comandante militar em Sebaste na Armênia, onde operava a gloriosa Legião XII Fulminata, era um fervoroso defensor do paganismo. Sob seu comando estava uma companhia de quarenta valentes soldados, vindos de todas as províncias, que saíram vitoriosos de incontáveis batalhas, defendendo agora as fronteiras orientais do império. Todos eles criam em [[Jesus Cristo]] e recusaram -se a sacrificar aos ídolos, medida exigida pelas autoridades para que se comprovasse lealdade ao império. Assim, foram acorrentados e levados ao cárcere por Agrícola.
Na prisão, os soldados se entregaram à oração e todas as noites sonhavam com uma voz que lhes dizia: “Aquele que crer em Mim, ainda que morra, viverá. Sede corajosos e não temais, e vós obtereis a coroa da imortalidade.” Eles também eram visitados pelo piedoso Severiano, um oficial cristão conhecido por sua virtude, que encorajava os confessores por Cristo e salvava os pobres com suas esmolas.
Sete dias depois, o renomado jurista Lício chegou a Sebaste para levar os soldados cristãos ao tribunal, e eles se mostravam tão corajosos diante do martírio como se mostravam anteriormente no campo de batalha. Lício condenou-os ao apedrejamento, mas cada pedra que os torturadores atiravam voltava na direção deles, acertando-os. Uma pedra acabou indo em direção ao comandante, e quebrou-lhe os dentes. Isso convenceu os carrascos que os soldados eram protegidos por alguma força invisível, e desistiram de lançar pedras.
No dia seguinte, a tortura aos mártires recomeçou, mas eles se mostravam mais irredutíveis e convictos que antes. Procurando quebrar a vontade dos soldados, o Lício aproveitou o inverno e levou-os às margens de um lago congelado, próximo à cidade. Então, ordenou que se construísse uma banheira e pusesse-se lenha debaixo dela para manter a água quente, a fim de torturar-lhes os sentidos. Todos foram jogados ao lago frio, e lá ficariam até morrerem ou entrarem na banheira quente, renunciando assim a Cristo. Todos permaneceram com o corpo debaixo d’água durante todo o dia, mas, assim que veio a noite, um dos soldados não resistiu a isso, saiu do lago e entrou na banheira. Imediatamente caiu morto. Os demais permaneceram inabaláveis, e durante a noite uma luz divina miraculosamente tornava tornou o gelo em que foram colocados quente e agradável.
=== Conversão de Aglaio ===
Pela manhã, os torturadores e outros curiosos se espantaram ao ver que os mártires ainda se encontrassem vivos — embora com a aparência de mortos por congelamento — e que Aglaio estivesse a glorificar Cristo junto deles. Retiraram-nos então da água e foram-lhes quebrar as pernas, como faziam com os crucificados. Entretanto, um deles, chamado Melitão, ainda possuía uma aparência muito viva, e o jurista decidiu fazê-lo “vencedor” para tentá-lo a oferecer sacrifício aos ídolos e retornar ao exército com mais honrarias ainda. Todos os trinta e nove, então, em 9 de março de 320, na era de São Gregório, Patriarca da Armênia (288–325), tiveram suas pernas quebradas e entregaram suas almas ao Senhor, recebendo nos Céus as coroas do martírio.
Sua piedosa mãe, temendo que seu jovem filho, por amor à vida, cedesse ao medo e fosse considerado indigno da coroa de Cristo, estendeu suas mãos ao filho e clamou: “Ó doce filho meu e do Pai Celestial, aguenta só mais um pouco, e te tornarás uma perfeita testemunha de Cristo! Não temas os tormentos, ó meu filho, pois eis que Deus está conosco como um amparo invisível. Suporta só mais um pouco, ó minha criança, e não verás mais tristeza nem dor… Todos os tormentos passarão, e tua bravura terá conquistado o mundo. Tu receberás a alegria, o descanso, o deleite e tudo o que há mais de bom, reinando junto de Cristo e sendo um intercessor para Ele em meu nome, tua piedosa mãe!”
Em seguida, os carrascos começaram a jogaram jogar seus corpos em um carro, todos amontoados. Quando começaram a movê-lo para um lugar onde pudessem incendiá-lolos, a corajosa mãe teve misericórdia para com o seu filho e, esquecendo os afetos da maternidade, levantou-o sobre os seus próprios ombros e correu o máximo que podia em direção à carroça, para que ele não fosse esquecido por Deus. Eis que o Senhor viu a determinação de Sua serva, e fez com que seu filho não resistisse à hipotermia, morrendo entregando sua alma em seus ombros.
Quando chegou ao lugar onde os corpos dos outros trinta e nove estavam à espera do fogo, percebeu que seu filho havia entregado a alma se rendido ao Senhor, e deu graças a Deus por Sua grande misericórdia. Então, os carrascos fizeram uma grande fogueira, e todos os quarenta corpos foram consumidos. Seus restos, depois, foram atirados novamente às águas para que os cristãos não mais os encontrassem. Entretanto, três dias depois, o bispo de Sebaste foi avisado em um sonho onde se encontravam os restos mortais dos mártires e, com a ajuda de outros cristãos, encontraram-nos brilhando na superfície da água. Então, reverentemente deram-lhes um sepultamento digno.
=== Paixão de Severiano ===
[[Imagem:Severian of Sebaste.jpg|miniatura|São Severiano.]]
Depois de alguns meses, Lício decidiu ir atrás do homem santo que havia inflamado nos corações dos quarenta o desejo pelo martírio, Severiano. Deus mostrou-lhe um sinal de que estavam em sua procura, e Severiano apresentou-se por conta própria ao jurista, antes mesmo que os soldados voltassem da busca sem tê-lo encontrado. Perante Lício e todos, Severiano confessou Cristo como Deus e falou sobre seu Senhor sem deixar-se abalar. O jurista, então, ordenou que ele fosse chicoteadomas, mas a cada chibatada, mais o santo falava sobre Cristo, e sua sabedoria persuadia os que lá estavam à Fé.
Furioso, Lício ordenou que Severiano fosse suspenso numa estaca de madeira, e os torturadores começaram a rasgar seu corpo com garras de ferro. O confessor suportou pacientemente durante toda a torturae, e quando suas entranhas já estavam visíveis, Lício mandou-o à prisão. Lá, Severiano passou cinco dias exortando as pessoas a darem suas vidas por Cristo, e muitos cristãos adentravam a prisão o cárcere buscando seus conselhos.
Severiano foi novamente levado em julgamento, e mais uma vez repreendeu o jurista com suas sábias palavras. Então, Lício ordenou que sua boca fosse apedrejada, para que não pudesse mais falar de Cristo, e foi pendurado na estaca para que dilacerassem seu corpo ainda mais ainda com garras de ferro. Em seguida, levaram-no às muralhas da cidade, amarraram duas pesadas pedras em seus pés e pescoço e uma corda em seu torso e penduraram-no na muralha. Foi assim que São Severiano gloriosamente entregou sua alma ao Senhor, em 9 de setembro de 320.
Quando os cristãos estavam trazendo suas relíquias de volta a Sebaste, havia pouco tempo que um dos servos de São Severiano tinha havia falecido. A viúva ainda estava se lamentando amargamente sobre o corpo de seu esposo, e não tinha forças para ir venerar as relíquias do mártir. Voltando-se para ele, dizia como se ele estivesse vivo: “Levanta-te, ó meu esposo, levanta-te e saiamos para dar as boas-vindas ao nosso amado mestre, pois suas santas relíquias então para chegar!” Depois de mais algumas exortações, o morto milagrosamente voltou à vida. Atirando seu sudário ao chão, imediatamente o homem correu em direção às relíquias de seu amo, para a maravilha de todos os que estavam no velório. Depois disso, o homem viveu por mais quinze anos.
== Pós-vida ==
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