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Iakovos de Evia

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O '''Santo Iakovos (Tsalikis) de Evia''' (''em grego:'' Άγιος Ιάκωβος Τσαλίκης ο εν Ευβοία, 1920-1991) foi hegúmeno do Mosteiro do Venerável Davi de Evia, e um asceta de notável discernimento espiritual. Repousou no Senhor em [[21 de novembro]] de 1991, no dia da [[Apresentação da Mãe de Deus|Festa da Apresentação da Mãe de Deus no Templo]]. Sua memória é comemorada em [[22 de novembro]].
==Vida==
===Família, e exílio e primeiros anos===Santo Iakovos de Evia se une a outros santos provenientes veio da profícua Ásia Menor, região de onde muitos outros santos vieram. Nasceu em [[5 de novembro]] de 1920, do casal Stavros e Theodora. Sua família era uma das mais abastadas da região, possuíam boas condições de vida e tinham propriedades e terrenos. A riqueza não afetara a piedade de sua família, especialmente de sua mãe.
Theodora era especialmente adornada com as virtudes da modéstia, da continência, da piedade e da caridade. Comportava-se de maneira exemplar e mantinha sua casa sempre harmônica e repleta de Cristo. Essas virtudes foram cuidadosamente semeadas no coração do jovem Iakovos desde seus primeiros anos, com o amor e a paciência que a mãe tinha para com ele. Sua disposição ao asceticismo era impressionante. O santo dizia que sua mãe tinha "a alma de uma monja". De acordo com a tradição da região de onde vinha, a despeito de assemelhar-se a uma monja em sua conduta, arranjaram um casamento para ela quando tinha ainda doze anos, sem perguntar se ela desejava ou não se casar. Casou-se com Stavros aos dezoito anos, mas o casamento foi para ela um sofrimento, pois não tinha desejos carnais e queria manter sua pureza. A família de Theodora se enfureceu contra ela, e a agrediu até que consentisse em ceder e viver de maneira "natural", como esposa. O casal teve cerca de oito filhos, mas Deus permitiu que apenas três deles sobrevivessem. Iakovos era o segundo filho, e tinha uma irmã mais nova - a quem tinha um especial apreço.
Santo Iakovos passou seus dois primeiros anos de vida no vilarejo de Livisi em Mákris. Era uma criança frágil e sensível desde seus primeiros anos, sendo carinhosamente chamado por sua mãe de "passarinho de outono".
Ainda no início de 1922, seu pai foi capturado pelos turcos e levado à força para a Anatólia. Os anos de exílio foram complicados. Ao chegar ao Pireu, os refugiados eram transferidos para diversas partes da Grécia. A família de Santo Iakovos foi enviada para um armazém no vilarejo de Agios Geórgios, onde viveram por dois anos com outras famílias de imigrantes. Passaram aqueles anos sem nenhuma notícia de Stavros, não sabiam sequer se estava vivo ou para onde poderia ter sido levado. A Divina Providência fez com que Stavros fosse enviado para o mesmo vilarejo de sua família, devido a um conhecido que morava na região, com quem seu pai já havia trabalhado anteriormente. Certa vez, a avó de Santo Iakovos passava diante de um prédio em construção, e ficou admirada observando - eis que percebeu que um dos trabalhadores era Stavros. Seu pai se encheu de alegria e emoção, pois pensava que toda sua família havia morrido e chegou até a considerar casar-se novamente. Assim, após três longos e difíceis anos em exílio, a família pôde novamente se reencontrar e, reunidos, estabeleceram-se em Evia em 1925. O reencontro ocorreu  ===Infância em Evia===Em Evia, estabeleceram-se no vilarejo de Farakla, ao norte da ilha. Haviam recebido um terreno e construíram nele a casa onde o santo viveria até seus trinta anos. Santo Iakovos passou a infância de maneira pacífica, sendo instruído com amor por sua mãe. Após o nascimento dos filhos, Stavros e Theodora passaram a viver como irmão e irmã. Um deles dormia de um lado do quarto, outro do lado oposto, e as crianças no meio. Ainda que tivessem boas condições de vida, o lar era essencialmente modesto, humilde e abençoado.  A caridade era uma constante em sua casa. Theodora era uma pessoa caridosa, e não fazia questão de acumular riquezas para si. Pelas condições em que viviam, o casal poderia ter oferecido maior conforto para si próprios e para os filhos, mas não era como desejavam viver. Quem quer que batesse à porta não voltaria de mãos vazias. As mãos de Theodora estavam sempre abertas aos necessitados: oferecia comida, roupas, e retirava até mesmo de si e dos próprios filhos para ajudar quem precisasse. A respeito da educação dos filhos, a modéstia era uma questão primordial para Theodora. Cuidava para que os filhos estivessem sempre vigilantes e não descuidassem dessas questões, comportando-se de maneira milagrosaadequada. Ela tinha a virtude do discernimento, e falava com sabedoria. A reverência e respeito pelo que é sagrado e pelos próprios pais foi algo ensinado desde sempre, e isso transparecia até nos detalhes: Stavros e Theodora tinham seus lugares favoritos diante da lareira, que acendiam quando a temperatura baixa muito. Os filhos jamais se sentavam nos lugares dos pais, ainda que eles não estivessem presentes. O próprio santo relata que, quando criança, não tinha amigos e raramente saía de casa - apenas para ir à escola, trabalhar, ou ocasiões muito específicas. Assim, sua companhia e principal instrutora era sua mãe. Aprendeu com ela a realizar prostrações, primeiro imitando conforme a mãe as realizava, e depois sendo diretamente instruído por ela. Além disso, ajudava a mãe em todas as tarefas domésticas, que usualmente eram realizadas apenas por mulheres - não havia essa distinção em seu lar. Santo Iakovos não gostava de vê-la exausta, e procurava aprender as tarefas e auxiliá-la como podia: aprendera desde o modo de arrumar as camas até o básico de costura. No futuro, isso seria de enorme ajuda para sua vida monástica. A cada duas semanas, um padre visita o vilarejo para celebrar a Divina Liturgia. O santo ia para a igreja na noite anterior, para limpá-la e prepará-la. Inicialmente, servia no altar e, mais velho, passou também a cantar. Certa vez, o padre advertiu o menino quanto às prostrações que realizava. "Iakovos, não faça prostrações aos domingos". Porém, o menino respeitosamente respondeu: "Padre, eu me prostro porque minha mãe se prostra. É o que ela me ensinou a fazer". Os pais não havia instruído os filhos a respeito do Sacramento da Confissão, mas, por outro lado, ensinaram a realizar um jejum estrito em preparo para receber a Santa Comunhão.
Aos sete anos, ainda que não soubesse ler nem escrever direito, o divino Iakovos já tinha memorizado toda a Divina Liturgia. Em 1927, começou a frequentar a escola e impressionava pelo seu empenho, bem como pelo amor genuíno que tinha por Cristo e pelas Sagradas Escrituras.

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