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Vladimir, o Grande

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[[Imagem:Vladimir of Kiev.jpg|miniatura|direita|São Vladimir, o Grande.]]
'''O Mais Ortodoxo Grão-Príncipe São Vladimir-Basílio, Igual-aos-Apóstolos e Iluminador''' (958–1015), foi o primeiro Grão-Príncipe de Quieve, governando as terras russas por 37 anos (978–1015). É considerado iluminador das terras russas e santo por seu papel no [[Batismo da Rus'Rússia]]. Foi pai dos [[Bóris e Glebe, os Portadores da Paixão|Santos Bóris e Glebe]]. A Igreja o comemora em [[15 de julho]], dia de seu repouso, escolhido para a Festa de Todos os Santos de Quieve e [[10 de outubro]], durante a Festa de Todos os Santos da Volínia.
== Vida ==
: “Onde abundou o pecado, superabundou a graça.” (Romanos 5:20)
“Sobre Sobre Vladimir veio o Altíssimo, e o Olhar Todo-Misericordioso do Bom Deus o contemplou com o pensamento de compreender a ilusão idólatra e de recorrer ao Deus Uno, Criador de todas coisas, visíveis e invisíveis.O Batismo de São Vladimir estava próximo. Naquele tempo, o Império Bizantino Romano estava sendo golpeado pelos diversos regimentos dos generais Bardas Esclero e Bardas Focas, que lutavam pelo trono imperial. Nessas condições, os imperadores Basílio II (976–1025) e Constantino VIII (962–1025) pediram ajuda a Vladimir.
Em agosto de 987, Bardas Focas autoproclamou-se imperador e rebelou-se contra Constantinopla. No outono, os emissários de Basílio II dirigiram-se para Quieve, rogando por uma aliança com o príncipe dos russos. Os russos eram inimigos dos bizantinosromanos, mas mesmo assim Vladimir consentiu com o imperador deposto e formou uma aliança. Em troca, Vladimir pediu a mão da irmã de Basílio II, Ana Porfirogênita, o que era uma audácia aos olhos bizantinosromanos, dado que as princesas da linhagem imperial não se casavam com os bárbaros, mesmo que fossem cristãos — a mesma, por exemplo, já recebera a proposta de casamento com o filho de Otão I, Imperador do Sacro Império Romano-Germânico (962–973), a qual foi recusada. Mas teve-se que abrir uma exceção, haja vista do momento no qual Constantinopla se encontrava.
[[Imagem:Vasnetsov Bapt Vladimir.jpg|miniatura|200px|direita|O Batismo de São Vladimir.]]
Um tratado foi assinado, pelo qual Vladimir haveria de enviar a Constantinopla seis mil guerreiros dos povos varegues para aceitarem o Batismo e comporem a Guarda Varegue a ser concedido a mão de Ana. Assim, através da guerra mundana Deus dirigiu a entrada da Rus' no seio da [[Igreja de Constantinopla]]. O Em [[1 de agosto|1º de agosto]] de 988, o Grão-Príncipe Vladimir aceitou o Batismo sob o nome de Basílio, e enviou o apoio militar ao Império BizantinoRomano. Com o auxílio dos russos, os amotinados foram derrotados e Bardas Focas, morto. Mas os gregos, atônitos com a impensável vitória, não se apressaram em cumprir sua parte do tratado.
Aborrecido com a falsidade de Constantinopla, Vladimir dirigiu suas tropas para Quersoneso (atual Sebastopol, na península Crimeia), fazendo com que a fortaleza “impenetrável” e o elo econômico e mercantil mais vital do Império Bizantino Romano no Mar Negro fosse tomado pelos russos. Oito dias levou a preparação da futura Grã-Princesa Ana (989–1011), durante os quais seus irmãos enfatizaram a importância da oportunidade diante dela: iluminar as terras da Rus' e torná-las aliadas perpétuas do Império Romano do Oriente. Vladimir esperou por ela na mesma península, e Constantinopla concedeu-o um novo título imperial: Czar (César). A Santa Rus' agora estava intimamente presente na história do Império Romano.
Acompanhando a grã-princesa estava [[Miguel I de Quieve|São Miguel I]] (988–992), nomeado para presidir a Sé Russa por São Nicolau II, Patriarca de Constantinopla (984–991). Ele trouxe consigo uma comitiva e seu clero, juntamente com diversas relíquias e itens sagrados. Em Quersoneso realizou-se a coroação do casamento de São Vladimir e Ana, e seguido da devolução da península a Constantinopla. Na primavera de 988, o santo e sua esposa partiram para Quieve pelas terras da Crimeia e de Taman, contornando o mar de Azov. À frente do cortejo, cantavam-se ofícios de Ação de Graças e carregavam-se cruzes, ícones e relíquias.
Em seguida, ocorreu um evento único da história da Rússia: o Batismo dos quievanos nas águas do rio Dniepre. São Vladimir declarou por toda a Quieve: “Aquele que não estiver no rio amanhã, rico ou pobre, mendigo ou escravo, seja meu inimigo.” Os cronistas da época relataram, “toda a Quieve juntou-se para glorificar a Cristo com o Pai e com o Espírito Santo sem murmúrio. Então, as trevas dos ídolos começaram a serem ser consumidas pela aurora de [[Jesus Cristo]] que iluminava toda a terra.”
Em memória deste evento, a [[Igreja da Rússia|Igreja Russa]] estabeleceu uma procissão anual em [[1 de agosto]]. Mais tarde, a Procissão da Venerável Madeira da Cruz Vivificante do Senhor, celebrada pelas Igrejas Grega e Russa, foi unificada com a do [[Batismo da Rus'Rússia]]. Nessa junção de Festas vê-se a expressão teológica russa, pela qual tanto o Batismo como a Cruz são inseparáveis.
Por toda a Santa Rus', desde as antigas cidades até os longínquos postos, São Vladimir ordenou a destruição de todos os santuários pagãos (incluindo açoitar os ídolos), e em seu lugar erguer igrejas cujos altares seriam consagrados para o Sacrifício Sem Sangue. Igrejas surgiram por toda a terra, desde o topo das colinas às bacias dos rios. Santo Hilarião, Metropolita de Quieve (1051–1053), em seus Sermões sobre Lei e Graça, exclama: “[Os quievanos] demoliram os templos pagãos e construíram igrejas, destruíram os ídolos e produziram ícones; os demônios fugiram, e a Cruz santificou as cidades.”
A chave para o sucesso do príncipe foi sua pregação pacífica feita entre os pagãos dos estepes. Em 990, quatro príncipes búlgaros pagãos vieram a São Vladimir para receberem o Batismo. Em 991, o cã pechenegue Cutchugue, do mesmo povo que matara seu pai Esvetoslau I e fizera um cálice com seu crânio, apresentou-se para o Batismo e aceitou a Fé, aliando-se com São Vladimir. Aos enfermos e necessitados, São Vladimir distribuía pão, carne, queijo e barricas de hidromel.
Em 1007, São Vladimir transferiu as relíquias de Santa Olga para a Igreja do Dízimo, e em 1011 sua esposa Ana foi sepultada lá.<ref group=nota>Pouca coisa se sabe, mas alguns afirmam que, com a morte da Grã-Princesa Ana, São Vladimir casou-se com uma filha do Duque Conrado I da Suábia (983–997) e neta do Imperador Otão I do Sacro Império Romano-Germânico. Seu nome seria Regelinda.</ref> Em 1010, Jaroslau, filho de São Vladimir quando esse ainda era pagão, é nomeado Príncipe de Novogárdia (1010–1019). Em 1013, descobre-se uma conspiração contra o Grão-Príncipe. Seu filho Esvetopolco, o Maldito, então Príncipe de Turove Turóvia (988–1019), cunhado de Boleslau I, futuro Rei da Polônia (1034–c. 1039), cujos planos incluíam a unificação de todas as tribos eslavas pela Polônia, em conluio com Reinbern, Bispo de Colberga (1000–c. 1007), estaria prestes a tomar o poder do grão-principado.
Embora ambos tenham sido presos, São Vladimir não se vingava daqueles que o odiavam. Reinbern brevemente faleceu na prisão, e Esvetopolco, fingindo ter se arrependido, foi solto. Jaroslau então quebra com seu pai e forma um exército próprio. Entrando em Quieve, ordena que seu pai o pague um imposto e um dízimo. A unidade das terras russas, pelas quais São Vladimir havia lutado por toda sua vida, começava a sucumbir.
[[Categoria:Governantes]]
[[Categoria:Santos]]
[[Categoria:Santos do século Xda Volínia]][[Categoria:Santos de Quieve]]
[[Categoria:Santos do século XI]]
[[Categoria:Santos russos]]
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