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Silouan do Monte Athos

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[[{{Info/Santo | nome = Silouan do Monte Athos | imagem: = São_Silouan.jpg | títulos = Силуан Афонский |miniaturacor = #6e7648 |São Silouan do Monte Athos]]texto = white | série = Santos contemporâneos}}'''São Silouan do Monte Athos''' (''em russo: Силуан Афонский''; 1866–1938) foi um monge do [[Mosteiro de São Panteleimon (Monte Athos)|Mosteiro de São Panteleimon ]] no [[Monte Athos]]. Sua festa é comemorada pela Igreja em [[24 de setembro]]. Foi também pai espiritual de [[Sofrônio de Essex|São Sofrônio de Essex]], a quem confiou seus escritos e, posteriormente, o responsável por escrever e publicar sua biografia, espalhando seus ensinamentos pelo mundo.
==Vida==
===Infância e uma crise de fé===
Nascido São Silouan nasceu em [[17 de janeiro]] de 1866, na província russa de Tambov, do distrito de Lebedinsk, sob o nome de Simeão Ivanovitch Antonov. São Silouan foi um de sete filhos de Seus pais, Ivan e Seraphima Antonov, eram um piedoso casal de camponeses bastante humildes, que habitavam a província russa de Tambovorigem humilde. Além de Simeão, do distrito de Lebedinsktiveram também outros seis filhos. Desde muito cedo São Silouan ajudava os pais com o trabalho no campo e praticamente não recebeu educação formal. Apesar disso, o pequeno Simeão era esperto e aprendia as coisas com facilidade.
Quando tinha quatro anos, acontecera o primeiro episódio significativo de sua vida espiritual. Como de costume entre camponeses russos, seu pai gostava de receber peregrinos em sua casa, oferecendo-os hospitalidade. Em um dia de festa, convidou um vendedor de livros ambulante para entrar e ir ter com eles. Uma vez que a família era simples e não tinha educação formal, ficaram impressionados com a erudição do homem. Durante a conversa, no entanto, o vendedor tentava provar ao seu pai que Cristo não era Deus e, mais que isso, que Deus sequer existia. São Silouan ficou particularmente impressionado ao ouvir o vendedor questionar "Onde está, então, esse seu Deus?", e pensou consigo mesmo que, quando crescesse, iria buscar a Deus por toda a Terra. Assim que o homem foi embora, seu pai se mostrou decepcionado com a visita, dizendo "pensei que, por ser tão estudado, fosse um homem inteligente. Mas não passa de um imbecil, não preste atenção a nada que ele tenha dito". Apesar dos conselhos de seu pai, a fé do pequeno Simeão foi profundamente abalada. São Silouan levou muitos anos até que seu coração aceitasse plenamente a existência de Deus.
===Adolescência===
Assim, aos dezenove anos, Simeão trabalhava como carpinteiro não muito longe de seu vilarejo, na propriedade do príncipe Troubetsky. Ali ouviu uma peregrina contando a alguns trabalhadores sobre São João (de Sezenov) de Tambov ([[28 de julho]]), de quem havia visitado o túmulo há pouco tempo e presenciado milagres. Ela venerava o santo, que vivera entre 1791 e 1839 naquela mesma vizinhança, e contava a quem quisesse ouvir sobre sua história e as maravilhas que tinha visto. São João de Tambov foi servo de um senhor cruel e impiedoso, de quem fugira e passou a viver como um peregrino, visitando lugares sagrados a pé. Chegou até ser aceito como noviço na Lavra das Cavernas de Kiev. Porém, aquele senhor conseguiu encontrá-lo, tirou-o dali à força e o acorrentou para que vivesse entre os porcos. Depois de alguns meses, Deus milagrosamente o livrou das correntes e São João passou a viver em Sezenov, de maneira reclusa. Posteriormente, ali fundou um mosteiro.
São Silouan ficou fascinado com a história de São João SezenovSezenovsky. Ao perceber que um homem santo vivera tão perto, São Silouan percebeu que sair em busca de Deus - como se Deus estivesse em algum lugar distante - não fazia qualquer sentido. "Se esse homem era um homem santo, isso significa que Deus está aqui, ''Deus está conosco''". Por anos, São Silouan procurou por Deus, mas Deus estava com ele o tempo todo.
Naquele dia, São Silouan sentiu sua fé renovada e intensificou suas orações: começava a crescer nele o interesse por uma vida completamente voltada a Deus. Aquele acontecimento o transformou, e fez seu coração se inflamar em amor por Deus. São Silouan orava em lágrimas e, percebendo a mudança dentro dele, ansiou pela vida monástica. Até mesmo a beleza das filhas do príncipe não o abalavam, pois com o coração repleto do ''eros divino Eros'', conseguia olhar para elas como se fossem irmãs, desapegado das paixões mundanas. Essa primeira visita da Graça durou três meses. No entanto, seu pai não permitiu que fosse para o mosteiro, dizendo que devia antes cumprir o serviço militar, e essa recusa o afastou de seu chamado.
Assim, seu divino zelo pela Fé gradualmente se enfraqueceu e declinou. Sua condição financeira havia melhorado, e Simeão voltou a se cercar cercou de amigos da sua idade, passou a beber e sair com garotas do seu vilarejo, ou seja, voltou-se à vida de um típico jovemno mundo. Certa vez, sem ter consciência de sua força física, quis exibir-se diante dos amigos e atingiu um homem com um golpe e que quase o matou. Além disso, deixou-se envaidecer pela admiração que tinha entre as garotas, e abandonou sua castidade, cedendo à fornicação.
Porém, São Silouan foi novamente chamado à santidade. Desta vez, por uma visão. Ao dormir, sonhou que uma cobra descia entrava em sua boca e deslizava por sua garganta. Ouviu, entãoSentiu uma enorme repugnância e acordou exasperado. Naquele momento, ouviu uma voz doce e belíssima murmurar "Assim como você achou repugnante engolir uma cobra em seu sonho, acho repugnante olhar para os caminhos que você decidiu trilhar". Quando ouviu aquela voz, ele soube que vinha da Santíssima Mãe de Deus. Sentiu-se envergonhado pelos seus pecados, e se arrependeu profundamente.
===Primeira ida Ida ao Monte Athos===Aos vinte e seis anos, todos os elementos negativos de sua juventude foram finalmente superados pelo seu desejo de viver em humilde humildade por Cristo. Sentindo um profundo desdém pela vaidade da vida mundana, São Silouan foi visitar até [[João de Kronstadt|São João de Kronstadt]]. São João Uma vez que o santo não estava em casa, então Silouan deixou um bilhete, pedindo que orasse por ele, para que nada o impedisse de se tornar monge.<noinclude><!-- ====Retorno para a terra natal====Ainda que tenha ido ao Monte Athos em 1892, precisou retornar para sua terra natal, e só seria de fato tonsurado monge em 1911. Sendo natural da Rússia, foi chamado de volta ao seu país durante a guerra russo-japonesa (1904-1905). Devido à idade, não foi recrutado para a guerra, e passou cerca de um ano em casa. Uma vez que era difícil manter sua rotina de oração e viver em meio ao ruído do mundo, construiu um casebre de barro atrás da casa onde se hospedara. Transformou aquele espaço em sua cela monástica, e orava tanto quanto podia. Curiosos para saber como era a vida na Sagrada Montanha, vizinhos se aproximavam com perguntas e pediam também conselhos a ele. A fim de se fortalecer em meio às tentações do mundo, São Silouan iniciou uma peregrinação nos mosteiros das redondezas: Zadonsk, Troiekurov e Sezenov. São Silouan gostava muito de conversar com as crianças. Essas, ao crescer, contaram aos seus filhos e netos sobre o santo que conheceram. Naquele tempo, São Silouan era apenas um monge, mas as crianças já percebiam nele a Graça Divina, e o tomaram como um santo. Em suas conversas, São Silouan lhes apontava o sol, e comparava seus raios com a onisciência de Deus. Inspirava os pequenos a obedecerem e respeitarem seus pais, a amar Deus e servir à Sua Santa Igreja. --></noinclude>
Em 1892, São Silouan foi para o [[Monte Athos]], mas só seria tonsurado em 1911e ingressou no Mosteiro de São Panteleimon. Antes dissoConforme a tradição athonita, precisou retornar o irmão Simeão deveria passar alguns dias em reclusão para sua terra natal. Sendo natural da Rússiaque se lembrasse de todos os seus pecados, foi chamado de volta ao seu país durante a guerra russoanotando-japonesa (1904os por escrito e, em seguida, confessando-1905). Devido à idade, não foi recrutado para os a guerra, e passou cerca de um ano em casapadre confessor. Uma vez Isso fez com que era difícil manter surgisse nele um sentimento de profundo arrependimento e desejo de libertar sua rotina alma de oração tudo o que a oprimia. Com temor e viver em meio ao ruído do mundoreverência, construiu um casebre São Silouan confessou todos os atos de barro atrás da casa onde sua vida sem tentar se hospedarajustificar de absolutamente nada. Após sua confissão, ouviu do padre "você confessou seus pecados diante de Deus, saiba que todos os seus pecados foram perdoados. Transformou aquele espaço em sua cela monásticapaz, e orava tanto quanto podiaalegra-te!" Essas palavras encheram o noviço de alegria. Curiosos para saber como era A ingenuidade e inexperiência, no entanto, fizeram com que exagerasse em sua alegria e abaixasse a vida na Sagrada Montanhaguarda, vizinhos se aproximavam passando a sofrer com perguntas tentações carnais e pediam imagens de seu passado. Naquela época, o jovem Simeão ignorava que a moderação deve existir também conselhos quanto à alegria, a ele. A fim de não se tornar menos vigilante e se fortalecer em meio expor às tentações do Maligno. Entre os pensamentos que lhe ocorreram estavam "Volte ao mundoe se case!". Seu pai espiritual, São Silouan iniciou uma peregrinação nos mosteiros das redondezas: Zadonskporém, aconselhou-o a jamais aceitar esses ou quaisquer pensamentos. Em vez disso, Troiekurovo e Sezinovodeve-se afugentá-los o mais rápido possível.
São Silouan gostava muito Com seu deslize e a perda do impulso inicial de conversar com as criançassua vida monástica que só se iniciava, o noviço Simeão foi tomado por um temor extraordinário. EssasPercebendo quão fácil é cair em tentação, ao crescerpassou a ser atormentado pela lembrança constante do inferno, contaram aos seus filhos e netos sobre decidiu orar sem descanso. Atormentava-o santo que conhecerama consciência de ter entristecido a Santíssima Mãe de Deus, e isso transtornou sua alma. Naquele tempo, São Silouan era apenas um mongeAcreditava ter estado tão perto da salvação, mas as crianças já percebiam nele aquele acontecimento trouxe a ele a Graça Divina, e consciência de que até o tomaram como um santoúltimo minuto é possível se perder. Em suas conversasEssa lição o marcou profundamente, e São Silouan lhes apontava se tornou vigilante até o solúltimo de seus dias. Bastou que seu confessor lhe dissesse para não aceitar ''os pensamentos'', durante seus próximos quarenta e comparava seus raios seis anos de vida monástica, não aceitou mais um só pensamento impuro. Algo que normalmente se apreende com a onisciência anos de prática, São Silouan assimilou de Deusprimeira. Inspirava os pequenos a obedecerem e respeitarem seus pais, a amar Deus Sinal de sua grande sabedoria e servir à Sua Santa Igrejadiscernimento espiritual.
A tradição monástica athonita é caracterizada pela oração solitária em sua cela, pelos longos ofícios na igreja, pelos jejuns e vigílias, pela confissão frequente e pela comunhão, além da leitura, do trabalho e da obediência. Sendo um homem simples, desprovido dos problemas que afetam os intelectuais contemporâneos, São Silouan se adaptou à sua nova vida muito mais por uma fusão orgânica com o espírito do meio em que se encontrava, do que por alguma instrução puramente teórica ou oral. Ainda assim, havia instruções como o ensinamento da Oração de Jesus (Senhor Jesus Cristo, filho de Deus, tem piedade de mim, pecador) com ajuda do ''kombuskini'' (o cordão de oração). Afastando de si os pensamentos que diziam a ele para ir a um deserto, vestir-se de farrapos e se afastar daquele a quem devia obediência, São Silouan intensificou suas orações. Agradava-se da prática da Oração de Jesus, sendo tão fácil de se lembrar, podendo orar sempre e em quaisquer circunstâncias. Orava muito e com enorme fervor. Cerca de três semanas se passaram, até que um dia, diante do ícone de Mãe de Deus, a oração adentrou seu coração e dali brotava por si mesma, dia e noite, incessantemente. Naquele momento, o noviço Simeão ainda não conseguia entender a grandeza e a excepcionalidade do dom que havia recebido.
 
O noviço era paciente, doce e obediente. Todo o mosteiro o amava e apreciava seu trabalho tão cuidadoso. A admiração que tinham por ele fez com que se envaidecesse e os pensamentos voltassem a atormentá-lo. Ora diziam que ele levava uma vida santa, já que tinha se arrependido e seus pecados haviam sido perdoados, ora o confundiam dizendo que no Paraíso não encontraria a ninguém que amava e nem ali teria paz. Esses pensamentos angustiavam seu coração inexperiente, que ignorava a origem dessas sugestões. Certa noite, sua cela foi invadida por uma luz esquisita que adentrava todo o seu corpo, até que pudesse ver suas próprias entranhas. Os pensamentos diziam a ele "aceite, é a graça!", mas sua alma estava atordoada. Apesar disso, oração do coração continuava atuando dentro dele, incessantemente. Suas reações começaram a assustá-lo: ria enquanto orava, chegou a atingir a si mesmo com os próprios punhos e, mesmo após o riso cessar, o espírito de arrependimento não retornava. Só então percebeu o que do que era vítima. Depois dessas visões, demônios começaram a aparecer. Novamente, sua ingenuidade fez com que dialogasse com eles, em vez de ignorá-los.
[[Categoria:Santos]]
[[Categoria:Santos russos]]
[[Categoria:Monásticos]]
[[Categoria:Santos do século XX]]
[[Categoria:Santos de setembro]]
[[Categoria:Anciãos]]
[[el:Σιλουανός ο Αθωνίτης]]
[[en:Silouan the Athonite]]
[[ro:Siluan Athonitul]]