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Glicéria da Trácia

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Ligações externas
[[Imagem:13-5-Ste Glycerie.jpg|miniatura|Santa Glicéria.]]
A '''Santa Virgem e Megalomártir Glicéria da Trácia''' (ou '''de Heracleia'''; séc. II). O foi uma jovem italiana martirizada na Trácia durante o reinado de Marco Aurélio (161–180) juntamente com o '''Santo Mártir Laodício de Heracleiada Trácia''', convertido por ela na prisão. Sua memória é comemorada pela Igreja no dia [[13 de maio]].
== Vida ==
Glicéria nasceu durante o no final do reinado de Antonino Pio (138–161), vinda de uma nobre família pagã no cais de Bário na Apúlia. Seu pai , Macário, pertencia ao alto escalão de Roma, mas morreu enquanto Glicéria ainda era uma criança. Pobre, mudou-se com a mãe para Trajanópolis na Trácia (atual divisa entre a Grécia e a Turquia), a qual havia sido fundada há poucos anos, mas não tardou até virar órfã também de mãe. Os cristãos da cidade não hesitaram em ampará-la, e em pouco tempo Glicéria já os considerava como sua família. Após ser recebida no Santo Batismo, a jovem passou a frequentar os ofícios litúrgicos diariamente, e sua piedosa vida era um exemplo da espiritualidade cristã.
Certa vez, o prefeito da cidade, Sabino, decretou uma comemoração a Zeus, na qual todos os habitantes haveriam de participar no templo e sacrificar aos ídolos pagãos. Quando soube disso, Glicéria lembrou-se da bravura e coragem dos santos mártires, e entendeu o destino que havia sido traçado a ela. Implorando para que seus irmãos na Fé rogassem a Deus por ela, Glicéria entrou na mais profunda oração a [[Jesus Cristo]], e assim permaneceu até que o dia chegasse.
Depois disso, Laodício tomou sobre si as correntes de Santa Glicéria e pediu aos outros guardas que levassem-no em julgamento. Eles relutaram, mas ele foi persistente, e finalmente levaram-no perante o prefeito e o povo. Ele declamou a todos sobre o milagre que havia visto, e confessou que agora cria em Jesus Cristo. Logo em seguida, foi sentenciado que São Laodício fosse decapitado, e assim ele entregou sua alma ao Senhor. Seus restos foram depois secretamente enterrados pelos cristãos da Trácia.
No mesmo dia, em 13 de maio de 177, Santa Glicéria foi sentenciada a ser devorada pelas bestas, notícia pela qual a jovem recebeu com grande alegria. Assim que amarraram-na e lançaram a leoa, ela mansamente veio em sua direção, e deitou sobre seus pés. A virgem continuou orando para que fosse ao encontro de seu Esposo, e pôde ouvir uma voz chamando-a ao Céu. Quando a segunda leoa foi lançada, ela pulou em sua direção e Santa Glicéria entregou sua alma ao Senhor.
== Pós-vida ==
[[Imagem:Church of St Glyceria.jpg|miniatura|Festa de Santa Glicéria em Galatsi.]]Depois de seu martírio, o bispo Domécio obteve permissão para sepultar suas relíquias. Seu túmulo verteu mirra por vários séculos, e muitos peregrinavam a Perinto — que agora chamava-se Heracleia — para receberem a cura de suas enfermidades. Na Seu venerável crânio era levado em procissão por toda a cidade no dia de São João IV, Patriarca de Constantinopla (582–595), o bispo de Heracleia havia feito uma viagem à mãe das cidadessua festa, e de lá trouxe um magnífico pote de ouro para substituir o de cobre sobre o era mantido numa coluna na qual pingava a vertia mirra no túmulo. Entretanto, assim que foi feita a troca, a mirra cessouUma grande igreja em Heracleia havia sido dedicada à santa.
Na era de São João IV, Patriarca de Constantinopla (582–595), o bispo de Heracleia havia feito uma viagem à mãe das cidades, e de lá trouxe um magnífico pote de ouro para substituir o de cobre sobre o qual pingava a mirra no túmulo. Entretanto, assim que foi feita a troca, a mirra cessou. O hierarca caiu em lágrimas perante o Senhor, rogando para que Ele o mostrasse qual era o seu erro, e recebeu um sinal de que o pote estava impuro. Levando-o ao patriarca, este descobriu que um feiticeiro de nome Paulino havia derramado sangue de sacrifícios no pote antes de vendê-lo. Quando isso foi relatado a São Maurício, Imperador de Roma (582–602), o mago foi condenado a ser amarrado a um pilar até a sua morte. Além disso, seus filhos foram decapitados como cúmplices da feitiçaria.
No século IX, Santa Glicéria foi honrada com um ofício litúrgico composto pelo hinógrafo [[Teófanes e Teodoro, os Assinalados|São Teófanes, o Assinalado, Bispo de Niceia]] (842–845). A santa também é padroeira da cidade de Galatsi na Ática, onde uma bela igreja dedicada a ela celebra anualmente o seu dia, 13 de maio. <small>([https://www.google.com/maps/place/Church+of+Saint+Glykeria/@38.0111544,23.7513452,3a,75y,90t/data=!3m8!1e2!3m6!1sAF1QipMdOwO9iI8HmPpjEna1OASNOSHtlZ6GMQQxZmYo!2e10!3e12!6shttps:%2F%2Flh5.googleusercontent.com%2Fp%2FAF1QipMdOwO9iI8HmPpjEna1OASNOSHtlZ6GMQQxZmYo%3Dw203-h114-k-no!7i4032!8i2268!4m7!3m6!1s0x14a1a297800d57ff:0xa3dd98fc40869667!8m2!3d38.0111544!4d23.7513452!14m1!1BCgIgAQ ver fotos])</small>
 
== Hinos ==
=== Tropário ===
''(Tradução livre)''
: Honremos a preciosa virgem de Cristo, /
: que superou a dor da competição. /
: Glicéria pisoteou a serpente, /
: apesar de ser fraca na carne. /
: Por amor a Cristo desprezou os tormentos, /
: e assim ela foi glorificada por Deus. /
: Clamemos nós à coroada, então: /
: “Alegra-te, bendita Glicéria!”
 
=== Outro tropário ===
''(Tradução livre)''
: Tua cordeira Glicéria, ó Jesus, /
: clama por Ti em alta voz: /
: “Eu Te amo, meu Noivo, /
: “e buscando a Ti, suportei o sofrimento. /
: “No Batismo fui crucificada para que pudesse reinar em Ti, /
: “e padeci para que pudesse viver junta de Ti. /
: “Aceita-me como um sacrifício puro, /
: “pois ofereci-me em amor.” /
: Por suas orações, ó Senhor misericordioso, /
: tem piedade de nós e salva-nos.
 
=== Condáquio ===
''(Tradução livre)''
: Através do amor por Maria, a Virgem Mãe de Deus, /
: tu preservaste tua virgindade, ó Glicéria. /
: Entregando-se de coração ao Senhor, /
: tu lutaste corajosamente até a morte. /
: Pelos teus feitos, Cristo nosso Deus /
: concedeu-te uma dupla coroação.
 
=== Louvor ===
''(Por São Nicolau, Bispo de Ócrida, em tradução livre)''
: “Glicéria, sacrifica aos deuses!” /
: Ordenava o cego e insensato juiz. /
: “Ou serás consumida pelas chamas!” /
: Mas do jurista zombava Glicéria: /
: “Deus é Uno, e os teus, demônios, /
: “atarantadores de tua fraca mente! /
: “Que sacrifício queres, ó insensato? /
: “Não houve já um único sacrifício no Gólgota? /
: “Um fantástico sacrifício, divino e cruento, /
: “para abolir todos os sacrifícios de sangue? /
: “Um sacrifício após a Santa Imolação, /
: “um sacrifício é o que o Senhor deseja: /
: “um coração puro, como um altar de oração, /
: “mãos limpas, que realizem a misericórdia, /
: “fé, esperança, amor e caridade. /
: “Tal sacrifício me empenho em oferecer /
: “ao Autor da Vida, Deus meu. /
: “Tal sacrifício o Todo Poderoso deseja, /
: “e não corpos mortos e ensaguentados.”
 
== Referências ==
* São Nicodemos, o Hagiorita (1819). ''Sinaxário dos doze meses do ano.'' Tomo segundo.
* São Demétrio, Arcebispo de Rostóvia (1906). ''A vida dos santos.'' Livro nono.
* São Nicolau, Bispo de Ócrida (2002). ''O prólogo de Ócrida.'' Volume primeiro.
== Ligações externas ==
* [http://ecclesia.com.br/synaxarion/?p=1019 Virgem e Megalomártir Glicéria de Heracleia] (Arquidiocese Ortodoxa Grega de Buenos Aires e América do Sul)
* [http://www.catedralortodoxa.com.br/post/2016/05/13/santa-glic%C3%A9ria-virgem-e-m%C3%A1rtir-13-de-maio Virgem e Megalomártir Glicéria de Heracleia] (Arquidiocese Ortodoxa Antioquina de São Paulo e Todo o Brasil)
* [https://www.goarch.org/chapel/saints?contentid=53 Virgem e Megalomártir Glicéria de Heracleia] (Arquidiocese Ortodoxa Grega da América, GOARCH)
* [http://ocafs.oca.org/FeastSaintsViewer.asp?FSID=101363 Virgem e Megalomártir Glicéria de Heracleia] (Igreja Ortodoxa na América, OCA)
* [https://www.johnsanidopoulos.com/2015/05/saint-glykeria-great-martyr-from.html Virgem e Megalomártir Glicéria de Heracleia] (João Sanidopoulos)
[[Categoria:Santos do século II]]
[[Categoria:Santos gregos]]
[[Categoria:Santos italianos]]
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[[fr:Glycérie et Laodicios]]
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