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Cem mil mártires de Tiblissi

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[[Ficheiro:100 mil mártires de Tbilisi.JPG|right|thumb|250px|Cem mil mártires de Tblisi na Geórgia.]]
Os '''Cem Mil Mártiresde Tiblissi''' (georgiano: ასი ათასი მოწამე, asi atasi mots'ame, originalmente, ათნი ბევრნი მოწამენი, at'ni bevrni mots'ameniséc. XIII) são foram santos da Igreja de Cristo, que foram condenados à morte, de acordo com o Crônica Georgiana do século XIV, por não renunciar o cristianismo diante do sultão Jalal ad-Din Khwarezmid Xá Jalaladim após a captura da capital da Geórgia, TbilisiTiblissi, em 12271226. A Igreja Ortodoxa, especialmente a Igreja da na Geórgia, lembra relembra a memória desses gloriosos mártires em no dia [[31 de outubro]].
== Vida ==
Em 1220, Gêngis enviou os dois generais e vinte mil homens que estavam atrás de Maomé ao oeste do Mar Cáspio para reconhecimento. Quando chegaram a Naquichevão (atual Azerbaijão), derrotaram dez mil guerreiros georgianos e retornaram à Ásia Central. Jorge, que também feriu-se na batalha, uniu-se com alguns generais dos estados vassalos para uma futura emboscada. Os mongóis, entretanto, interceptaram o plano e, recrutando curdos e turcos, atacaram a Geórgia de surpresa no inverno de 1221, e começaram a caçar os camponeses das fronteiras do reino. Quando chegaram a Tiblissi, o exército georgiano conseguiu derrotar os turcos, mas foi massacrado pelos mongóis na retaguarda.
Após devastarem o sul da Geórgia, os mongóis acamparam no Carabaque (região sul dos atuais Azerbaijão e Armênia) e conquistaram Tabriz (atual noroeste do Irã), mas a cidade conseguiu pagar uma fortuna para não ser aniquilada. De lá, os mongóis aniquilaram as populações de Hamadã, capital da Pérsiado Império Seljúcida, Naquichevão e outras cidades ao sudeste da Geórgia. A essa altura, Jorge já havia recrutado setenta mil guerreiros, e em setembro de 1222 partiu em direção à Pérsia, onde estavam cinco mil guerreiros mongóis. Aquilo, entretanto, era uma emboscada, e outros quinze mil surgiram para lutar contra Jorge. Os georgianos conseguiram fugir, mas Jorge veio a morrer no ano seguinte em decorrência de seus ferimentos nessa guerra, conhecida como Batalha de Cunã, e foi sepultado no Mosteiro de Gelati no oeste georgiano. Quem sucedeu-o no reinado da Geórgia foi Rusudana, sua irmã. A rainha não possuía experiência, e as fronteiras do reino eram encurtadas pelas forças islâmicas cada vez mais. Para fortalecer o poder de guerra georgiano, em 1224, aos trinta anos de idade, Rusudana casou-se com o Príncipe Gias dos Seljúcidas de apenas dezessete anos, que obteve a raríssima permissão de se converter do islamismo ao cristianismo sob o nome de Demétrio. Rusudana também continuou com o plano de unir-se aos latinos, e durante seu reinado mandou diversas cartas a Roma. === A volta dos corásmios ===[[Imagem:Bridge of the Hundred Thousand.jpg|miniatura|Ponte dos Cem Mil em Tiblissi.]]A três mil quilômetros de lá, estava exilado na Índia Jalaladim (1220–1231), filho de Maomé II e herdeiro das cinzas que restaram do Império Corásmio. Jalaladim conseguiu unir-se com os povos cocaros paquistaneses e assim dominar uma parte do Panjabe (entre os atuais Paquistão e Índia). De lá, Jalaladim liderou seu exército até as terras pérsias, tomando cidades como Hamadã e Tabriz dos mongóis. No outono de 1225, seu exército chegou à Geórgia, exigindo a subordinação do reino sob seu domínio. A nobreza georgiana não conhecia seu exército e não levou a ameaça a sério, respondendo com uma carta que lembrava a derrota esmagadora de seu pai contra os mongóis. Rusudana enviou mensageiros por todo o reino para recrutar guerreiros ao seu exército, e conseguiu uma força de cem mil homens. Por subestimarem o exército de Jalaladim, setenta mil guerreiros foram enviados ao vilarejo de Garni para derrotarem os islâmicos. Quando chegaram lá, foram recebidos por um exército de duzentos mil homens. A única vantagem que os georgianos tinham era estarem nas terras mais altas, mas mesmo assim a comunicação entre os comandantes falhou. O corpo principal do exército permaneceu estacionário, perdendo a única chance de cercar o inimigo, e as vanguardas estavam sendo dizimadas. O comandante do corpo principal, então, ordenou que suas tropas abandonassem o campo de batalha, deixando os outros dois comandantes da vanguarda nas mãos dos inimigos. Mais uma vez, os conflitos internos entre os comandantes feudais aleijaram as defesas do reino, e o resultado da traição foi a aniquilação de um quarto do exército georgiano, impossibilitando qualquer força de defesa contra os mongóis. Com isso, Rusudana e sua corte abandonaram a capital Tiblissi e fugiram para a cidade de Cutaissi, próxima ao litoral do Mar Negro. Gias desertou para o exército de Jalaladim, e converteu-se novamente ao islamismo. Em 9 de março de 1226, os corásmios chegaram às muralhas de Tiblissi. O exército georgiano conseguiu afastá-los, mas, durante a noite, um grupo de islâmicos infiltrados na cidade conseguiu abrir os portões, e todo o exército adentrou Tiblissi. : “Palavras são incapazes de transmitir a destruição que o inimigo causa: arrancando os bebês de suas mães, eles batem suas cabeças contra a ponte, observando como seus olhos caem do crânio.” Assim escreveu o cronista que testemunhou o dia mais sangrento da história da Geórgia. Os corásmios ordenaram que todos os habitantes se convertessem ao islamismo, e aqueles que negassem seriam entregues às mais terríveis torturas. Os teóforos georgianos foram fiéis a Cristo, e corajosamente O confessaram perante os muçulmanos. Então, foram entregues a atrocidades tão macabras que esta enciclopédia deter-se-á de explicitá-las, atrocidades as quais questionam qual é o limite do homem que se consagra ao príncipe das trevas, o próprio satã. Mães eram esfaqueadas sem misericórdia na frente de seus filhos, e as ruas de Tiblissi foram cobertas por um rio de sangue. A cidade estremeceu ao som dos prantos e lamentações. Jalaladim destruiu a cúpula da Catedral Patriarcal da Dormição e profanou-a para fê-la sua morada. Sob seu comando, os islâmicos depositaram os enormes ícones da [[Mãe de Deus]] e de [[Jesus Cristo]] no centro da ponte sobre o Rio Ciro. Depois, ordenaram que todos os habitantes de Tiblissi atravessassem a ponte e cuspissem nos ícones. Aqueles que traíam a Cristo e zombavam dos ícones eram poupados, enquanto que os valentes confessores por Cristo eram impiedosamente decapitados pelos islâmicos, e seus corpos eram jogados ao rio. Cem mil foram os que sacrificaram suas vidas e foram fiéis à promessa dada por Cristo a São Jorge. Dez vezes dez mil almas foram ceifadas na terra e coroadas por Cristo no Reino dos Céus. Cem vezes mil crianças, virgens, padres, camponeses, idosos e indefesos foram transladados ao perpétuo coro dos mártires, e lá juntaram-se ao seu grande e vitorioso padroeiro. Vê, ó leitor, um rio vermelho desde seu leito e congestionado por mil centenas de corpos e crânios lentamente flutuando em direção ao Mar Cáspio. Cem mil cristãos traídos pelo seu próprio governo. Cem mil cristãos a espera da ajuda que nunca chegou de Roma. == Pós-vida ==[[Imagem:Festa dos Cem Mil.jpg|miniatura|Flores começando a serem jogadas no início da Festa dos Cem Mil.]]Graças às orações das santas miríades de mártires, a Geórgia é hoje uma das nações mais fiéis a Cristo de todo o mundo ortodoxo. Todos os anos, durante a Festa dos Cem Mil, uma grande celebração toma conta da ponte na qual eles foram martirizados, presidida pelo próprio Patriarca da Geórgia, e dura do raiar do sol até a noite. A multidão enche o rio de grinaldas de flores em amor aos santos, representando suas incorruptíveis coroas nos Céus. <small>([//sputnik-georgia.ru/photo/20171115/238178595/sto-tisyach-tbilisskih-muchenikov.html ver fotos])</small>
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