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Apresentação do Senhor

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sem resumo de edição
Enquanto traduzia o começo do Livro do Santo Profeta Isaías, Simeão se deparou com a profecia de que “uma virgem conceberá e dará à luz um filho.”<ref>Isaías 7</ref> Imaginando ser a palavra “virgem” um equívoco, começou a escrever “mulher” em seu lugar. Antes mesmo que concluísse a palavra, uma mão segurou seu punho, e quando olhou para trás, eis que a mão era de um Anjo.
O Anjo exclamou: “Tu verás essas palavras serem cumpridas. Não morrerás até que contemple a Cristo, o Senhor, nascer de uma pura e imaculada virgem.” Desse dia em diante, Simeão viveu na espera pelo Messias, e após trezentos anos vivendo em retidão sem revelar sua idade, foi ao divinamente inspirado pelo Espírito Santo a visitar o Templo naquele mesmo dia em que a Panagia e São José traziam o infante Jesus para cumprir a Lei, graças à Divina Providência.
Quando viu a Mãe de Deus e a divina Criança, Simeão correu até eles e tomou a Cristo em seus braços, e, dando graças a Deus, disse as palavras repetidas pela Igreja todas as tardes, nas Vésperas:
A essa submissão ou humildade de Cristo em relação à Lei é atribuído o termo ''kénosis'', o qual ultrapassou a compreensão dos Anjos, pois eles também estupefaram-se com a imensa e inexprimível condescendência do Criador. São Gregório, o Teólogo, fala sobre o nascimento de Cristo em meio à pobreza que a Virgem Maria piedosamente vivia. Segundo ele, sendo Cristo o próprio Deus, criador de todas as riquezas do mundo, ele desejou tornar-Se pobre em Seu nascimento segundo a carne para que todos nós pudéssemos tornar-nos ricos com Sua Divindade.
=== A profecia de São Simeão ===Após Cristo e a Mãe de Deus, o justo Simeão é a figura mais central do episódio da Apresentação. Ele honrou o nome dado a ele, que nas línguas semitas significa “Ele a quem Deus escutou”, quando tomou seu Senhor em seus braços e confessou a Cristo como o Salvador em suas últimas palavras. Ele viveu trezentos anos sustentado pelo Espírito Santo, o Qual nutriu-lhe seu nous para que reconhecesse seu Deus naquela Criancinha. A aquisição do Espírito Santo, ensinada por [[Serafim de Sarov|São Serafim de Sarov]] como o verdadeiro objetivo da vida cristã, encontra em São Simeão um de seus maiores exemplos. Ele é o arquétipo perfeito do homem que adquiriu o Espírito Santo para si, sendo por Ele inspirado divinamente em todas as suas ações. São Simeão foi contado entre os inúmeros outros santos que conseguiram o dom da taumaturgia e da clarividência através da aquisição do Espírito Santo pela comunhão imaculada com o Criador. A beleza indescritível das últimas palavras de São Simeão não somente são repetidas durante o Ofício das Vésperas como durante a ação de graças após a comunhão, quando o sacerdote, após comungar o restante do cálice durante a leitura das cinco orações de ação de graças, repete as palavras em voz alta, como um novo Simeão que recebeu em seus braços o Corpo e o Sangue de seu Senhor. Em seguida, o ancião profetiza que Cristo “está destinado a ser uma causa de queda e de ascensão para muitos homens em Israel.” Essa profecia não somente se realizou durante a vida terrena de Cristo como também diariamente na vida de todos os homens. Através de sua atitude em relação ao Senhor, o homem pode elevar-se espiritualmente ou provocar sua própria condenação, como posteriormente o demonstrariam os [[Dimas, o Ladrão|dois ladrões no Gólgota]]. Quando São Simeão diz: “e a ser um sinal que provocará contradições,” São Cirilo de Alexandria diz que o “sinal” pode ser entendido de várias formas. A Encarnação de Cristo, ou mais precisamente, o Verbo de Deus tornar-Se homem, é um sinal. Na Encarnação, inúmeras coisas paradoxais e incompreensíveis aconteceram: Deus tornou-Se homem, e uma virgem tornou-se mãe. Esse sinal foi e é contradito (e duvidado) por muitas pessoas — algumas têm para si que Seu corpo e Seus feitos foram somente uma alegoria, ilusória. São Nicodemos do Monte Athos diz que quando o herege vê as obras de Cristo (como milagres) e em seguida vê o homem sofrendo, perecendo de fome ou sendo humilhado, pensa que Cristo tem um “lado” humano e um “lado” divino. Porém, o cristão não guarda essas dúvidas em seu coração, pois sabe que as duas naturezas de Cristo agem em comunhão uma com a outra por ser Uno em hipóstase. Outro “sinal” duvidado inclusive por seitas modernas que dizem-se cristãs é a Santa Cruz, e já no séc. V São Cirilo de Alexandria fala sobre isso. O cristão aceita a Cruz, pela qual Cristo conquistou os principados das trevas, como sua salvação; já o herege a nega, recusando-se a aceitar que Cristo tenha sido crucificado. O [[Apóstolos Pedro e Paulo|Santo Apóstolo Paulo]] refere-Se à Santa Cruz como “escândalo para os judeus e loucura para os gregos.”<ref>I Coríntios 1</ref> A primeira tentativa de equipará-la equiparar essa comemoração às outras grandes festas da Igreja parece ter acontecido em Roma na transição do séc. V para o VI. Naquele tempo, embora proibida, a festa pagã da Lupercália ainda era comemorada em segredo pelos pagãos da cidade de Roma, e qualquer iniciativa de suprimi-la era frustrada pelo Senado, cuja boa parte dos membros era cristã só em nome. Aliás, o mês de fevereiro possui esse nome em alusão à festa pagã (do latim ''februum'' – aquilo ofertado para purificação), que ocorria todo 15 de fevereiro. Diante disso, o Patriarca Gelásio de Roma (492–496) reuniu seus mais habilidosos melodistas para expandirem a Festa da Apresentação e assim destruírem a festividade pagã.
=== A praga de Justiniano ===
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