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Antão, o Grande

Sem alteração do tamanho, 02h40min de 13 de agosto de 2020
A necrópole
Depois de alguns anos, almejando uma solidão ainda maior, Santo Antão partiu para um cemitério, longe de qualquer outra pessoa. Antes, pediu que um amigo seu lhe levasse um pedaço de pão algumas vezes por semana. O monge, então, fechou-se num túmulo. Os demônios não deixaram de atacá-lo, porém dessa vez não foi espiritualmente. Uma tropa inteira de demônios avançaram contra ele, infligindo ferimentos e hematomas terríveis em seu corpo, até que caísse morto.
Pela Divina Providência, seu amigo chegou no cemitério à necrópole no dia seguinte e, vendo-o caído no chão, arrastou-o de volta à vila. Lá, constataram que estava realmente morto, e prepararam seu funeral. À meia-noite, Santo Antão recebeu de Deus o sopro da vida, e pediu que seu amigo carregasse-o de volta ao cemitério. De volta ao sepulcro, incapaz de se levantar, Antão disse em alta voz: “Aqui, ó demônios, aqui estou eu, Antão, pronto para mais golpes. Tentai vosso pior, pois jamais haveis de me separar de Cristo!” Ele fortificava-se cantando o salmo: “Se todo um exército se acampar contra mim, não temerá meu coração.”
Os demônios diziam entre si: “Não veem? Se nem pelo espírito da luxúria ou por ferimentos podemos contê-lo, hemos de atacá-lo por outros meios.” Então, começaram a sacudir as paredes do túmulo, e pela abertura era possível ver cobras e um touro, além de ouvir rugidos e uivados ferozes. Santo Antão não deixou-se assustar com as criaturas, mas zombou da impotência dos demônios: “De que serve todo esse vosso alvoroço? Se tendes o poder para ferir-me, por que não o fazeis? Mas não podeis mais, pois o Senhor é meu escudo e minha segurança.”
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