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→A apresentação de crianças na Igreja
Antes de devolver a criança à mãe, o sacerdote repete as palavras do justo ancião (“Agora, Senhor, despedes em paz…”) com a criança em seus braços, diz a oração de despedida e faz o sinal da Cruz na testa, na boca e no peito da criança, invocando o Nome da Santíssima Trindade.
=== O papel do ofício da apresentação ===
Esse ofício, além de todos os seus aspectos dogmáticos, também chama a atenção por ser o primeiro em que o padrinho da criança será abençoado e chamado por esse nome, ressaltando que o padrinho já deve ter sido escolhido nos primeiros dias de vida da criança (senão antes) para interceder por ela e prover a família com tudo o que for necessário, e não o ser somente após o Santo Batismo.
A apresentação da criança relembra que seu nascimento é uma bênção de Deus, mas a maneira na qual o gênero humano dá à luz é um fruto da queda, na qual o homem desligou-se da Graça de Deus e tornou-se impuro. Esse aspecto é constantemente trazido à mente pela leitura diária do Salmo 50: “Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe.” Portanto, o rito de purificação contido nas orações que o sacerdote faz durante o Ofício de Apresentação deve ser interpretado dessa maneira.
Pelo motivo da criança ser apresentada ao Deus Pai, assim como outrora o fora o Cristo, quem toma parte no ofício ao lado da mãe é o padrinho, e não o pai da criança. Conforme a exortação de São Gregório de Nissa, o padrinho deve tomar São José como modelo, e, em vez de oferecer em sacrifício um par de rolinhas, ofertar a pureza de seu corpo e alma; e em troca do par de pombos jovens, oferecer incessantemente suas orações.
Dessa maneira, assim como Cristo realizou tudo o que era prescrito pela Lei e retornou à sua pátria segundo a carne, crescendo em sabedoria, da mesma forma as crianças apresentadas retornam à sua verdadeira pátria —a Jerusalém Celestial— se viverem instruídas de acordo com a Lei Divina, pela qual crescerão em sabedoria e alegria, até alcançarem a estatura da perfeição do homem interior, tornando-se moradas do Espírito Santo.
Por fim, os outros presentes no ofício não são meros espectadores. Tal como disse Santo Athanásio, o Grande, seu papel está em se assemelharem ao Justo Simeão e a Profetisa Ana, recebendo a Cristo com sabedoria, pureza, inocência, perdão e amor para com Deus e Sua criação. Nenhuma outra pessoa pode receber a Cristo de outra maneira.
O ofício da apresentação, continuado ininterruptamente pela Santa Igreja desde o Pentecostes, mostra que Cristo é a vida e a luz dos homens, Ele por Quem todos devem lutar para adquirir a vida verdadeira. Como dizem os hinos da Igreja, “Ilumina minha alma e a luz dos meus sentidos, para que possa ver-Te em pureza; e proclamarei que Tu és o meu Deus.” Para que possamos proclamar a Deus, precisamos primeiro poder vê-Lo com clareza, e para ver a Deus, é necessário que antes sejamos iluminados, resplandecentes em alma e nos sentidos do corpo. Dessa forma, a Festa da Apresentação também é a primeira festa de todos os cristãos nascidos na Igreja.
== Hinos ==