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→O deserto
=== O deserto ===
Santo Antão foi para o deserto sozinho. O diabo tentou impedi-lo, colocando moedas de prata em seu caminho, e depois ouro, mas o santo ignorou a tentação e continuou sua jornada, dizendo: “Ó diabo, tu não me afastarás tão facilmente do meu propósito! Ajunta essa tua prata e desce à perdição junto dela.” Após cruzar um rio, a menos de trinta quilômetros do litoral do Golfo de Suez, encontrou um antigo forte abandonado e lá estabeleceu-se, cobrindo a entrada com pedras. Dessa vez, havia pedido que seu fiel amigo trouxesse-lhe pão duas vezes por ano. Quanto a água, havia em abundância no forte.
O monge passou um total de vinte e sete anos naquele forte em completo isolamento e luta constante com os demônios. Certa vez, um grupo de monges peregrinou ao forte na esperança de ouvir uma palavra do famoso asceta, mas assustaram-se com os estrondos quando chegaram. Eles ouviam gritos como: “Parte de nós! Por que vieste ao nosso país para matar-nos?” Quando olharam por uma fissura, viram o santo completamente só, e entenderam que o tumulto era feito pelos demônios egípcios. De fato, os demônios tentaram de tudo para impedir que seu exemplo inspirasse outros a invadirem os domínios dos demônios (ou seja, os desertos) com jejuns e salmos. Mas foi exatamente isso que aconteceu.