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Atanásio do Monte Athos

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Reconhecendo como verdadeira a vida do jejum e da vigília, Abraão levou uma vida estrita e abstinente — ele dormia pouco e sentava-se apenas em um banquinho. Pão de cevada e água eram seus únicos alimentos. Quando, pela fraqueza humana, seu mestre Atanásio enciumou-se de seu aluno, Abraão abandonou sua posição como professor e foi embora.
Naquele tempo, havia chegado em Constantinopla São Miguel Maleíno, hegúmeno do Mosteiro de Kymina. Abraão contou ao hegúmeno sobre sua vida, e revelou-o seu desejo de tornar-se monge. O santo ancião, vendo em Abraão o Espírito Santo, admirou-se e ensinou-o muito em questões de salvação. Um dia, São Miguel foi visitado por seu sobrinho Nicéforo, oficial do exército que futuramente tornar-se-ia imperadorImperador Nicéforo II. Nicéforo impressionou-se tanto com o espírito e a mente de Abraão que considerou o santo com respeito e amor por toda a sua vida. Tendo já abandonado tudo, Abraão caiu aos pés de São Miguel, e implorou para ser recebido na vida monástica. O hegúmeno cumpriu seu desejo com alegria, e tonsurou-o como Atanásio.
Com longos jejuns, vigílias, prostrações, labutas dia e noite, Atanásio logo alcançou tal perfeição que o santo hegúmeno abençoou-o para tirar partido do silêncio num lugar solitário não muito longe do mosteiro. Mais tarde, tendo deixado Kymina, Atanásio percorreu diversos lugares solitários e desolados, e, guiado por Deus, chegou a um lugar chamado Melanos, na extremidade de Athos, afastando-se das habitações monásticas. Lá, o monge erigiu uma célula cela para si próprio, e começou a viver uma vida asceta, em obras e oração, avançando de batalha em batalha até a conquista monástica. Inúmeras vezes o Inimigo tentou despertar em Santo Atanásio o ódio pelo lugar escolhido por ele, agredindo-o nos pensamentos. O asceta decidiu então que sofreria por um ano, e então onde quer que o Senhor o dirigisse, ele iria. No último dia do ano, quando o santo começou a rezar, uma luz divina começou a brilhar sobre ele, enchendo-o de uma alegria indescritível. Todos os seus pensamentos se dissiparam, e de seus olhos fluíram lágrimas. Santo Atanásio acabava de receber o dom da ternura, e apaixonou-se pelo lugar que antes odiara. Nessa ocasião, Nicéforo, tendo cansado da vida militar, lembrou-se de seus votos de tornar-se monge, e seduziu Santo Atanásio a construir um mosteiro e uma igreja, onde sua irmandade poderia comungar os Divinos Mistérios de Cristo aos domingos. Em princípio, o santo recusou por não querer corromper-se com o ouro mundano que Nicéforo o oferecera, mas vendo o fervoroso desejo e a boa intenção de Nicéforo (e discernindo nisso a vontade de Deus), pôs-se a construir o mosteiro. Ele construiu duas igrejas, uma grande em honra a [[João Batista|São João Batista]] e outra ao pé de uma colina, dedicada à [[Teótoco|Mãe de Deus]]. As celas foram construídas no entorno da igreja, e assim surgiu um maravilhoso mosteiro na Montanha Sagrada. Também contava com uma trapeza (refeitório) e um asilo para doentes e peregrinos. Surgiam irmãos de todas as terras, desde pessoas simples a ilustres dignatários, habitantes do deserto que labutaram no asceticismo por anos, hegúmenos de diversos mosteiros e hierarcas querendo tornar-se simples monges na Lavra de Santo Atanásio. O santo instaurou no mosteiro uma regra monástica cenobita acalcada no modelo dos antigos mosteiros palestinos. Os ofícios divinos eram servidor com todo rigor, e ninguém ousava abrir a boca durante os ofícios, nem chegar atrasado ou sair antes do final.
[[Categoria:Santos]]
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