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Jorge, o Vitorioso

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Assim que terminou sua oração, os carrascos jogaram-no sobre a roda e giraram-na. Os profundos cortes abriram seu estômago, seus órgãos e intestinos caíram ao chão e todo o piso foi banhado por seu sangue. Perante o morto, Diocleciano levantou a voz e perguntou aos que lá estavam: “Onde está agora o deus de Jorge a quem chamam Jesus, a quem os judeus crucificaram e mataram? Por que não veio ele para libertá-lo de minhas mãos?” Sob as ordens do imperador, os soldados reuniram seus restos mortais e os jogaram num poço fora da cidade, para que os cristãos pudessem enterrá-lo num relicário.
Depois Naquela tarde, um terremoto atingiu Nicomédia, o céu encobriu-se e as ondas do golfo ultrapassaram os cinco metros de altura. Alguns dos que estavam na cidade podiam ouvir trombetas, e uma carruagem corria sobre a névoa. Era Cristo em seu carro de querubins acompanhado do Arcanjo Miguel. Ele ordenou: “Desce ao poço e ajunta os restos de Meu filho Jorge, pois esse valente cultivador pensou em seu coração que não escaparia deste instrumento, no qual Eu o deixei cair para que creia de todo o seu coração e saiba que só Eu o posso libertar.” O arcanjo desceu ao poço e ajuntou-lhe todas as partes, até que nem um temposó arranhão pudesse ser visto. O Senhor pegou-lhe na mão, levantou-o do poço e disse: “Ó Meu amado Jorge, eis que a Mão que formou Adão, o primeiro homem, está agora prestes a criar-te de novo.” O Senhor soprou sobre o seu rosto, e tornou a enchê-lo de vida. Abrançando-o, subiu aos Céus com o arcanjo e com os querubins. São Jorge apareceu perante levantou-se apressadamente, e correu de volta à cidade a procura de Diocleciano e seus servos. Era noite, e o imperador e outros romanos completamente ilesoseus servos estavam a jantar. Encontrando-os, gritou: “Sabeis quem vos fala? Sou eu, Jorge, a quem matastes ontem porque desprezastes o meu Deus que podia destruir-vos num instante!” Diocleciano não creditou-o, e disse a todos que era um impostor disfarçado, mas o comandante Anatólio, que o conhecia há anos, exclamou: “Em verdade, este é Jorge, ele ressuscitou dos mortos!” Todos concordaram, e mais de três mil soldados e cidadãos que conheciam Jorge passaram a crer em Cristo. No dia seguinte, todos foram sentenciados ao martírio.  Alguns desses romanos, que estavam reunidos para oferecer sacrifício aos ídolos e o haviam visto ferido anteriormente, imediatamente passaram a crer em Cristo, e acabaram sendo martirizados por ordens de Diocleciano. Dentre as centenas de presos à espera da morte, estava sua própria esposa, a Santa Imperatriz Alexandra de Roma (284–303), que estava presente nas torturas de São Jorge e confessou-se cristã ao seu ímpio esposo logo após ver o milagre. De fato, tal era sua cólera que Diocleciano foi o único dentre eles que não acreditou no milagre.
O imperador implorou para que seu mais precioso soldado adorasse os ídolos, e chegou prometê-lo o cargo de Maximiano (286–305) caso o fizesse, mas o santo permaneceu firme em sua confissão. Diocleciano, então, ordenou que ele fosse jogado numa vala de cal ardente e coberto com ela, mas isso não adiantou de nada ao tirano, pois ainda mais pagãos foram testemunhas da perseverança de São Jorge, que aparentava não estar sofrendo dor alguma, e proclamaram Cristo como Deus. O imperador insistiu mais ainda, e ordenou que o confessor corresse calçado de botinas com pregos de ferro no interior, até que seus pés estivessem completamente furados com eles. Os soldados também corriam atrás de seu antigo líder, atacando-o sem piedade com tendões de boi.
== Notas ==
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: Esse mesmo servo foi quem encarregou-se de registrar sua vida para que todas as gerações futuras pudessem contemplar a Glória de Deus realizada por intermédio de São Jorge. Nesse registro, o nome de Diocleciano está grafado como ''Dadiano'', e algumas tradições ocidentais acabaram identificando-o como o mesmo Daciano responsável pelo martírio de São Vicente de Saragoça e outros. Isso, porém não seria possível, pois Daciano era prefeito da Gália, e não de alguma outra área no Oriente. Em algumas partes desse artigo, é possível encontrar a palavra “cultivador” referindo-se ao santo. Isso ocorre pelo fato desse ser o significado do nome Jorge.
: No mesmo registro, há um ''Magnêncio'' que governava ao lado de ''Dadiano''. É impossível que esse seja o Imperador Magnêncio de Roma (350–353), pois este usurpou do poder e governou sozinho, além de que a Igreja de São Jorge já havia sido construída décadas atrás, e Santa Nina já havia pregado na Geórgia. Logo, esse só pode ter sido o Imperador Maximiano, significando que os feitos de São Jorge já haviam chegado até o Ocidente.
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