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Apresentação do Senhor

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A profecia de São Simeão
Outro “sinal” duvidado inclusive por seitas modernas que dizem-se cristãs é a Santa Cruz, e já no séc. V São Cirilo de Alexandria fala sobre isso. O cristão aceita a Cruz, pela qual Cristo conquistou os principados das trevas, como sua salvação; já o herege a nega, recusando-se a aceitar que Cristo tenha sido crucificado. O [[Apóstolos Pedro e Paulo|Santo Apóstolo Paulo]] refere-Se à Santa Cruz como “escândalo para os judeus e loucura para os gregos.”<ref>I Coríntios 1</ref>
 
O ancião finaliza com as seguintes palavras: “Uma espada trespas­sa­rá a tua alma, a fim de serem revelados os pensamentos de muitos corações.” Essa profecia se refere ao doloroso sofrimento da Mãe de Deus quando estava perante a Cruz contemplando seu Filho crucificado, Ele que ao mesmo tempo era o próprio Filho de Deus. Embora a Panagia não tivesse sentido dor durante o nascimento de Cristo por ter concebido-O sem semente e ter dado à luz sem mácula, uma dor imensamente maior tomou conta dela quando viu-O na Cruz. Essa é a espada que trespassaria a alma da Mãe de Deus, a qual revelou os pensamentos que muitos homens escondiam em seus corações.
 
O sofrimento da Mãe de Deus foi prefigurado nos tempos do Rei Salomão, novecentos anos antes. Em Jerusalém, duas meretrizes se apresentaram perante o rei. A primeira disse que ambas viviam sozinhas na mesma casa e haviam dado à luz na mesma semana, mas o filho da segunda havia morrido porque ela deitara em cima dele enquanto dormia. Então, de acordo com a primeira, a segunda teria pego o filho morto e trocado com o dela enquanto dormia. Quando despertou, viu que aquele filho morto não era dela, mas sim da outra mulher. A segunda desmentiu a versão da primeira, dizendo que não havia trocado os filhos, e o vivo era seu filho. Diante disso, o sábio Salomão pediu aos seus guardas por uma espada, dizendo: “Parti a criança ao meio; dai metade a essa mulher e metade a outra.” Assim que ouviu isso, uma das mulheres caiu de joelhos perante o rei, rogando: “Por favor, senhor, entrega o filho a ela, não o mates!” Já a outra disse: “Nem teu nem meu seja; parti-o ao meio.” Através disso, Salomão soube quem era a verdadeira mãe, e entregou a criança a ela.<ref>III Reis 3</ref> Da mesma forma, o sofrimento indescritível da Panagia diante do Gólgota mostrou a todos que ela era verdadeiramente a Mãe de Deus, ela cuja carne havia sido tomada pelo Filho para que encarnasse.
 
Santo Athanásio de Alexandria, esmiuçando o trecho “A fim de serem revelados os pensamentos de muitos corações” da profecia, explica que a Santa Cruz de Cristo e Sua Paixão revelariam as inclinações do íntimo dos homens: Pedro Lhe negaria, os discípulos fugiriam, Pilatos se arrependeria de sua decisão ao lavar as mãos, sua esposa creria em Cristo após um sonho, o centurião Lhe reconheceria como Deus através dos seus sinais, José de Arimateia e Nicodemos se ocupariam com o sepultamento, Judas se suicidaria, os judeus subornariam os guardas para sumirem com Seu corpo.
 
Da mesma forma até hoje alguns são salvos, permanecendo na Igreja, e outros são condenados, rejeitando seu poder salvífico. Através do Santo Batismo a Graça de Deus é depositada no coração do homem, mas os pecados acumulados vão encobrindo essa Graça, levando o homem à queda. Após o arrependimento e a luta espiritual, a Graça é mais uma vez revelada no coração, e o homem é erguido novamente em direção à salvação.<ref group=nota>O Batismo só pode ser ministrado uma única vez. Por isso, mesmo que o homem apostate, a Graça não é removida dele, mas sim torna-se tão encoberta pelos pecados que deixa de ser perceptível. Somente através do arrependimento e do retorno à Verdadeira Igreja através do Crisma que a Graça do Batismo será purificada de toda mácula no coração da pessoa.</ref>
A primeira tentativa de equiparar essa comemoração às outras grandes festas da Igreja parece ter acontecido em Roma na transição do séc. V para o VI. Naquele tempo, embora proibida, a festa pagã da Lupercália ainda era comemorada em segredo pelos pagãos da cidade de Roma, e qualquer iniciativa de suprimi-la era frustrada pelo Senado, cuja boa parte dos membros era cristã só em nome. Aliás, o mês de fevereiro possui esse nome em alusão à festa pagã (do latim ''februum'' – aquilo ofertado para purificação), que ocorria todo 15 de fevereiro. Diante disso, o Patriarca Gelásio de Roma (492–496) reuniu seus mais habilidosos melodistas para expandirem a Festa da Apresentação e assim destruírem a festividade pagã.
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