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== História ==
Quarenta dias após Seu nascimento, Jesus foi levado ao Templo de Jerusalém, o então centro da vida religiosa em Israel. De acordo com a Lei Mosaica, a mulher que desse à luz um menino era proibida de entrar no Templo de Deus por quarenta dias. Após esse tempo, a mãe viria com o filho, para oferecer um cordeiro par de rolinhas ou uma pomba pombas ao Senhor como sacrifício de purificação. A Mãe de Deus não tinha a necessidade de purificar-se, já que ela própria havia dado à luz a Fonte da pureza e da santidade. No entanto, ela humildemente cumpriu os requisitos da Lei.
Naquele tempo, o justo [[Profetas Simeão e Ana|Ancião Simeão]] vivia em Jerusalém, e a ele havia sido dada a revelação que ele não morreria até que pudesse ver o prometido Messias. Pela inspiração divinaIsso porque, três séculos antes, Simeão era um dos setenta membros do Sinédrio escolhidos pelo Faraó Ptolemeu II do Egito para traduzir o Antigo Testamento para o grego, produzindo o que viria a ser conhecido como a Septuaginta. Enquanto traduzia o começo do Livro do Santo Profeta Isaías, Simeão se deparou com a profecia de que “uma virgem conceberá e dará à luz um filho.”<ref>Isaías 7</ref> Imaginando ser a palavra “virgem” um equívoco, começou a escrever “mulher” em seu lugar. Antes mesmo que concluísse a palavra, uma mão segurou seu punho, e quando olhou para trás, eis que a mão era de um Anjo. O Anjo exclamou: “Tu verás essas palavras serem cumpridas. Não morrerás até que contemple a Cristo, o Senhor, nascer de uma pura e imaculada virgem.” Desse dia em diante, São Simeão viveu na espera pelo Messias, e após trezentos anos vivendo sem revelar sua idade, foi ao Templo no naquele mesmo momento dia em que a Panagia e São José estavam trazendo traziam o infante Jesus para cumprir a Lei, graças à Divina Providência. Simeão tomou a divina Criança em seus braços, e, dando graças a Deus, disse as palavras repetidas pela Igreja todas as tardes, nas Vésperas:
: “Agora, Senhor, despedes em paz o Teu servo, segundo a Tua palavra; pois já os meus olhos viram a Tua salvação, a qual Tu preparaste perante a face de todos os povos; luz para iluminar as nações, e para glória de Teu povo Israel.”<ref>Lucas 2:29–32</ref>
A virgem e José maravilharam-se com suas palavras, mas, voltando-se à Mãe de Deus, Simeão também a abençoou e disse à Virgema maior das profecias: “Eis que este Menino está destinado a ser uma causa de queda e de soerguimento ascensão para muitos homens em Israel, e a ser um sinal que provocará contradições—uma espada trespassará a tua alma—, a fim de serem revelados os pensamentos de muitos corações. E uma espada transpassará a tua alma.”<ref>Lucas 2:34, 35</ref>
No Templo estava a viúva Ana, a Profetisa, filha de Fanuel, que, aos seus 84 anos, “não não se apartava do templo, servindo a Deus noite e dia em jejuns e orações. Chegando ela à mesma horaEnquanto Cristo era apresentado, louvava Santa Ana se aproximou e começou a dar graças a Deus e falava de Jesus . Ela chamou a todos aqueles os que em estavam dentro e fora do templo, mostrando-os Aquele por quem viria a redenção de Jerusalém esperavam a libertação.”<ref>Lucas 2:37, 38</ref> Nos ícones da Festa, a santa geralmente aparece segurando um pergaminho, escrito: “Essa Criança fundou os Céus e a terra”.
Antes da [[Natividade do Senhor]], os justos viviam pela fé no prometido Messias, e aguardavam pela Sua vinda. O Justo Simeão e a Profetisa Ana, os últimos justos do Antigo Testamento, foram julgados dignos de conhecer o Salvador no Templo. Naquele mesmo dia, Simeão rendeu sua alma ao Senhor com um sorriso no rosto, partindo em direção ao Reino dos Céus.
== Tradição ==
A Festa da Apresentação do Senhor é uma das mais antigas da Igreja. Sermões dessa festa já foram proclamados pelos santos bispos Methódios de Patara, Cirilo de Jerusalém, [[Gregório, o Teólogo|Gregório o Teólogo]], Anfilóquio de Icônio, [[Gregório de Nissa]] e [[João Crisóstomo]] (com dúbia exceção de Crisóstomo, todos no século IV). Apesar de sua origem precoce, a A festa não foi seria celebrada tão esplendidamente até o século VI, quando inúmeros hinos foram compostos em sua honra. Em 528, durante o reinado de Justiniano, um terremoto matou várias pessoas em Antioquia, seguido de outras desgraças. Em 541, uma terrível praga aconteceu em Constantinopla, levando vários milhares de pessoas a cada dia. Nesse tempo de sofrimento nasceu a Litania, uma solene procissão pela libertação dos males. Quando foi celebrada na Festa da Apresentação do Senhor, a praga cessou. Como agradecimento a Deus, a Igreja definiu uma celebração mais solene para a Festa. Ainda em meados do século V, a santa Imperatriz Pulquéria dera início à construção da Igreja da Mãe de Deus de Blaquerna ao norte de Constantinopla. Nos anos seguintes, a igreja foi ricamente ornamentada pelas famílias reais, passando a ter a principal fonte de água benta do império, o relicário do manto e do cinto usados pela Mãe de Deus e um banho de água benta para os imperadores. Era nessa igreja em que o patriarca e todo o clero de Constantinopla se reuniam para oficiar a Festa da Apresentação, com horas e horas de hinografias dedicadas à festa.
Hinógrafos da Igreja adornaram essa Festa com seus hinos: [[André de Creta|Santo André de Creta]] no século VII; São Cosme de Maiuma, [[João de Damasco|São João Damasceno]] e São Germano de Constantinopla no século VIII; e São José, Arcebispo de Tessalônica, no século IX.