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Metrópole de Cartago

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Lista de hierarcas
{{Info/Diocese | cor = purple | texto = white | tipo = Metrópole de | diocese = Cartago | exarcado = e África Setentrional | nome em grego = <small>'''Ιερά Μητρόπολη Καρθαγένης καί Βορείου Αφρικής'''</small> | fundação = séc. I | bispo título = Metropolita | bispo = Melécio de Cartago | ano eleição = 2016 | sínodo = [[Igreja de Alexandria|Santo Sínodo de Alexandria]]}}A Santa '''Arquidiocese Metrópole de Cartagoe África Setentrional''' é uma diocese sob a jurisdição do [[Igreja de Alexandria|Patriarcado de Alexandria e toda a África]]. Seu território, no noroeste da África, inclui as paróquias e missões localizadas nas nações da Tunísia, Argélia, Mauritânia e Marrocos.
==Bispos dirigentesHistória ==*Irineu (Talambekos) 1990-1994*Crisóstomo (Papadopoulos) 1997-2004*Alexios (Leontaritis) 2004-atualmenteA Sé de Cartago é uma das dioceses mais antigas da Igreja, sendo uma das principais do norte da África. Foi fundada durante a Era Apostólica, quando o santo [[Apóstolos Silas, Silvano, Crescêncio, Epêneto e Andrônico|Apóstolo Epêneto]] –discípulo de São Paulo– pregou o Evangelho na cidade. Desde antes do Primeiro Concílio Ecumênico, são registrados inúmeros santos dessa região, como [[Perpétua de Cartago|Santa Perpétua]] e São Cipriano, Bispo de Cartago.
Devido à disposição das províncias romanas, a Diocese de Cartago fazia parte da Igreja de Roma. A partir da vida de São Cipriano, sabe-se que Agripino e Donato foram seus antecessores, tendo governado a sé na primeira metade do séc. III. Um certo Optato é mencionado como Bispo de Cartago nos manuscritos do diário de Santa Perpétua, florescendo-o em 203, mas é incerto se esse realmente era o bispo ou uma metonímia a Santo Optato de Milevo (séc. V) inserida pelo copista. O que é possível saber de fato é que diversos sucessores de Santo Epêneto, dos quais somos indignos de conhecer, deram suas vidas por Cristo durante as longas perseguições aos cristãos.
 
Após São Cipriano, a heresia do novacianismo – a qual negava o arrependimento aos cristãos lapsados durante as perseguições – tomou para si uma quantidade considerável de sacerdotes e paróquias. Entre São Cipriano e Ceciliano, presente no Primeiro Concílio Ecumênico, houveram três arcebispos, dos quais pouco se sabe além de seus nomes: Luciano, Carpóforo e Ciro. A partir de Ceciliano, a heresia do donatismo – a qual negava a validade dos sacramentos e a sucessão apostólica dos clérigos lapsados mesmo após seu período de arrependimento – tornou-se muito forte na cidade, só vindo a cair com a queda desta para os islâmicos.
 
Seu sucessor Rufo participou de um sínodo que confirmava o anátema ao arianismo – os quais negavam a Santíssima Trindade –, e o sucessor de Rufo, Grato, presidiu um sínodo em Cartago. Esse sínodo foi convocado após a rebelião dos donatistas com uma doação que o Imperador Constante (337–350) havia feito para os empobrecidos da região, a qual julgaram ser uma tentativa de convertê-los de volta à Verdadeira Fé. A rebelião foi vencida pelo exército da província, e a heresia foi quase completamente suprimida, permitindo a realização de um sínodo para tratar dela.
 
O sínodo proibiu que sacerdotes aplicassem o rebatismo aos lapsados, uma vez que seu primeiro batismo havia sido feito na Igreja e não podem haver mais de um batismo administrado pela Verdadeira Igreja. Outra medida aplicada foi que todo visitante de uma diocese que não a sua precisaria apresentar uma carta de recomendação de seu bispo para poder comungar nas paróquias de outra diocese.
 
Após Grato, é mencionado um certo Restituto, o qual aceitara a doutrina ariana no Sínodo de Rimini em 359 mas que se arrependeu depois. Ele foi sucedido por Genéthlio, o qual presidiu dois sínodos em Cartago no final do século. Ao início do séc. V, toda a região era majoritariamente cristã. Santo Aurélio, oponente dos donatistas e próximo de [[Agostinho de Hipona|Santo Agostinho de Hipona]], presidiu outro sínodo cartaginense em 421.
 
Após a captura de Cartago pelos vândalos em 439, o arianismo tornou-se a religião do governo, e a Igreja foi duramente perseguida e martirizada. O Arcebispo Capreulo não conseguira estar presente no Quarto Concílio Ecumênico devido aos ataques, e São Quodvultdeus, seu sucessor, foi exilado na Itália. A Igreja ficou privada de um hierarca durante quinze anos, até a eleição de São Deográcias, e, após seu repouso, o Estado ariano privou-a por mais vinte e quatro anos.
 
Santo Eugênio foi eleito em 481, porém exilado duas vezes. Após o fim da perseguição, decretado pelo Rei Hildérico em 523, Bonifácio foi feito arcebispo e presidiu outro sínodo em Cartago. Nesse sínodo, realizado em 525, sessenta bispos das províncias africanas estiveram presentes, e foi reafirmada a condição de Primaz da África para o Metropolita Missor da Numídia.
 
Após a reconquista da África em 534, sabe-se que o Arcebispo Reparato foi exilado pelo seu envolvimento com os miafisitas, sendo sucedido por Primoso, o qual não pôde estar presente no Quinto Concílio Ecumênico. Seus sucessores foram Publiano, Domínico, Fortúnio e Vitor. Em algum período, a Arquidiocese de Cartago foi transferida para o Patriarcado de Alexandria, aparecendo em uma lista do séc. VIII. Quase nenhum registro sobreviveu após o Arcebispo Vitor em meados do séc. VII devido à conquista islâmica do norte da África.
 
Em 1152, o Califado Almóada conquistou o Magrebe, e impôs a pena de morte aos cristãos que não se convertessem ao islamismo. Novamente, não fomos dignos de conhecer as miríades de santos martirizados naquele ano.
 
=== História recente ===
No séc. XIII, os muçulmanos almóadas foram vencidos pelos haféssidas, e Cartago passou a fazer parte do Sultanado da Tunísia. No séc. XVI, o Império Otomano conquistou a Tunísia. No séc. XIX, Cartago foi conquistada pelo império colonial da França, o qual manteve o islamismo como religião de Estado.
 
Em [[9 de dezembro]] de 1931, o Santo Sínodo do Patriarcado de Alexandria, presidido pelo Patriarca Melécio II (Metaxakis), reestabeleceu a diocese como '''Metrópole de Cartago e Toda a Mauritânia'''. No dia 20, o Hieromonge Constantino (Katsarakis) foi eleito Metropolita de Cartago. Ele governou a Sé de Cartago durante oito anos, até o repouso do Patriarca Nicolau V (Evangelides). Em [[21 de junho]] de 1939, o Metropolita Cristóvão (Danielides) de Leontópolis foi eleito patriarca, e o Metropolita Constantino foi eleito como sucessor de Cristóvão em Leontópolis.
 
Com isso, a metrópole ficou vacante por dezenove anos, até 1958. A Tunísia declarou sua independência do poderio francês em 1956, e uma série de combates impediu que um hierarca pudesse chegar em Cartago. Em [[27 de novembro]] de 1958, o Santo Sínodo, ainda sob a presidência de Cristóvão II, uniu as metrópoles de Cartago e Trípoli, formando a '''Metrópole de Cartago e Toda a África Setentrional''', porém com sede em Trípoli, na Líbia.
 
Em [[5 de dezembro]], o hieromonge egípcio Parthênios (Koinides) foi eleito Metropolita de Cartago. Ele serviu por vinte e nove anos, até ser eleito Patriarca de Alexandria em [[27 de fevereiro]] de 1987. Em [[14 de junho]] de 1990, o Metropolita Irineu (Talambekos) de Accra foi eleito seu sucessor em Cartago, permanecendo no cargo durante quatro anos.
 
Em 1997, com a eleição do Patriarca Pedro VII (Papapetrou), a vacância de Cartago foi solucionada com a eleição do Bispo Crisóstomo (Papadopoulos) de Nicópolis, bispo auxiliar, como Metropolita de Cartago. Ele permaneceu nessa posição até o seu repouso em 2004, quando foi sucedido pelo Bispo Aléxios (Leontaritis) da Nítria, também auxiliar do patriarcado. Nesse ano, a Metrópole de Trípoli foi reestabelecida, e a diocese passou a se chamar '''Metrópole de Cartago e África Setentrional'''.
 
Em [[10 de outubro]] de 2016, o Metropolita Aléxios foi transferido para a Igreja da Grécia. Em [[17 de novembro]], o Bispo Melécio (Koumanis) de Náucratis, bispo auxiliar do patriarcado, foi eleito Metropolita de Cartago. A Divina Liturgia de consagração foi concelebrada pelo Patriarca Theodoro II (Horeftakis) e o Metropolita Paulo (Tsaousoglou) de Glyfada, da Igreja da Grécia.
 
== Lista de hierarcas ==
* Santo Epêneto: ''fl.'' séc. I
* Agripino: ''fl.'' 240
* Donato: ''fl.'' 248
* São Cipriano: 248–258
* Luciano: ''fl.'' séc. III
* Carpóforo: ''fl.'' séc. III
* Ciro: ''fl.'' séc. III
* Ceciliano: 311–325
* Rufo: ''fl.'' 337
* Grato: ''fl.'' 349
* Restituto: ''fl.'' 359
* Genéthlio: ''fl.'' 390
* Santo Aurélio: ''fl.'' 419
* Capreulo: ''fl.'' 431
* São Quodvultdeus: 437–454
* São Deográcias: 454–457
* Santo Eugênio: 481–491
* Bonifácio: 523–535
* Reparato: ''fl.'' 551
* Primoso: ''fl.'' 553
* Publiano: ''fl.'' 570
* Domínico: ''fl.'' 600
* Fortúnio: ''fl.'' 640
* Vitor: ''fl.'' 646
; Bispos recentes
* Constantino (Katsarakis): 1931–1939
<small>Ganha território da Metrópole de Trípoli</small>
* Parthênios (Koinides): 1958–1987
* Irineu (Talambekos): 1990–1994
* Crisóstomo (Papadopoulos): 1997–2004
<small>Perde território para a Metrópole de Trípoli</small>
* Aléxios (Leontaritis): 2004–2016
* Melécio (Koumanis): 2016–
 
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[[Categoria:Dioceses do Patriarcado de Alexandria]]
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