Teodoro, o Siceota

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São Theodoro Sykeota

São Theodoro o Sykeota, Bispo de Anastasiopolis, viveu no século VI em seclusão desde a juventude, suportando muitas dificuldades em nome do Senhor. São Theodoro era venerado ainda enquanto vivo, e repousou no ano de 613. Ele é comemorado pela igreja em 22 de abril.

Vida

Theodoro nasceu em meados do século VI, na aldeia de Sikea, não muito longe da cidade de Anastasiopolis, na Ásia Menor, em uma família piedosa. Quando sua mãe o concebeu, teve uma visão num sonho: uma estrela muito brilhante escondeu seu ventre. Um ancião perspicaz explicou que a estrela representava a Graça Divina que acompanharia o infante que dela nasceria.

Quando o garoto fez seis anos, sua mãe o presenteou com uma cinta dourada, pois tinha intenção de que ele seguisse carreira militar. Mas o Grande Mártir São Jorge lhe apareceu numa visão em um sonho, e avisou que o rapaz estava destinado a servir a Deus. O pai do santo, Kosma, havia sido mensageiro do Santo Imperador Justiniano [527-565], faleceu cedo. O garoto foi criado pela mãe, com quem também vivia a avó materna Epídia, sua tia Dispenia e sua peque irmã Vlatta.

Na escola, São Theodoro demonstrava grandes talentos para o estudo, com grande habilidade para o raciocínio e sabedoria. Na casa de sua mãe vivia também o ancião Estêvão. Imitando-o, Thedoro passou a jejuar severamente desde os oito anos de idade e visitar cada vez mais a Igreja de São Jorge, onde o Grande Mártir apareceu a ele em uma visão.

Aos 10 anos de idade, o garoto ficou gravemente doente. Levaram-no para a Igreja de São João o Precursor, e o colocaram em frente ao altar. Ali ele foi curado por duas gotas de orvalho que caíram da face do Salvador gravada no domo da nave. Neste período, São Jorge aparecia a Theodoro e instava-o a permanecer em oração na Igreja desde a manhã. Como sua mãe se irritasse com esse comportamento do menino, o Grande Mártir também apareceu em sonho a ela, a Elpídia e a Dispenia. Sua mãe não mais se interpôs contra a vocação do filho, e a pequena Vlatta começou a tomar o irmão como exemplo.

Aos 12 anos, Theodoro recebeu uma visão em sonho, em que Cristo lhe ordenava o ascetismo. A partir de então, ele se esforçou cada vez mais, passando a Grande Quaresma em completo silêncio. O diabo buscou tentá-lo e destruí-lo, mas o santo se manteve impassível aos ataques do adversário. Outras vezes, foi salvo da malícia do diabo pela intervenção de seu protetor, São Jorge.

Certa feita, o rapaz passou um tempo no deserto com o ancião Glykerios. Uma seca atingiu toda a região, e o ancião lhe pediu que orassem juntos por chuva, pois assim saberiam se seus esforços eram bem recebidos por Cristo. Quando iniciaram a oração, a chuva caiu. O ancião disse a São Theodoro que sobre ele pairava a Graça de Deus e o abençoou para que se tornasse um monge quando o tempo chegasse.

Aos catorze anos de idade, o santo passou a viver próximo à paróquia e se alimentar somente de parte da prósfora durante o dia. Ainda muito jovem, foi agraciado com o dom da cura e do exorcismo. O monge fugia da glória humana e chegou a se trancar em uma caverna com a ajuda de um diácono na paróquia. Ali viveu em seclusão e quietude sem que ninguém soubesse durante anos.

As notícias sobre o jovem se espalharam, e chegaram ao bispo local, Theodosios, e Theodoro foi ordenado diácono e padre com apenas 17 anos. Após uma peregrinação a Jerusalém, o jovem aceitou a tonsura monástica em um mosteiro próximo ao rio Jordão. Mais tarde retornou à sua cidade natal, continuando a viver próximo à paróquia em rígida ascese. Sua vida atraía a muitos, e logo uma comunidade se formou ao seu redor. Tamanha era a ascese do santo que recebeu de Deus o poder sobre as feras selvagens: ursos e lobos comiam em sua mão. O monge também tinha o dom da profecia, e previu que o comandante militar Maurício, que passava pela região, tornar-se-ia Imperador. Quando a profecia se cumpriu, o Imperador Maurício [582 a 602] passou a enviar para o mosteiro pão para a multidão de pessoas que lá se alimentava.

Quando os mensageiros do metropolita trouxeram a notícia do falecimento do bispo de Anastasiopolis, convidando-o a assumir a cátedra, Theodoro teve de ser arrastado de sua cela para que fosse levado à cidade. Tando sido ordenado bispo, o santo dedicou-se com afinco pelo bem estar de seu rebanho. Depois de muitos anos nesta função, pediu para dela ser liberado e retornar à sua vida monástica. Sua santidade era tão evidente que, certa feita, durante a celebração dos santos mistérios, uma luminosidade radiosa brilhava das sagradas ofertas, que chegaram a levitar quando consagradas por Theodoro.

Toda a Igreja venerava-o como santo estando ele ainda em vida. Em 613, o santo monge expirou em paz no Senhor.