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Polieuto e Nearco de Melitene

O Santo Mártir Polieuto de Melitene (m. 259) foi o primeiro mártir da cidade de Melitene. É considerado o santo padroeiro dos votos, acordos e tratados. Sua memória é comemorada pela Igreja no dia 9 de janeiro.

Vida

Em 249, Décio (249–251), após suas vitórias militares contra a rebelião de Pacaciano no Danúbio, assassinou o Imperador Filipe (244–249) e assumiu seu posto, acrescentando ao seu nome também o nome “Trajano” devido a sua grande admiração pelo imperador homônimo. Essa admiração também viria a se refletir na perseguição aos cristãos. No ano seguinte, Décio assinou um édito exigindo que todo o império oferecesse sacrifícios aos deuses pagãos pelo bem-estar do imperador.

Polieuto, um pagão de vida virtuosa da cidade armeniana de Melitene (atual Turquia), havia se tornado soldado durante o reinado de Décio, e tinha como colega e amigo Nearco, um cristão. Quando Décio deu inicio à perseguição, Nearco lhe disse: “Amigo, em breve seremos separados. Quando me levarem para ser torturado, terás que renunciar tua amizade comigo.”

Polieuto disse-lhe que havia visto Cristo num sonho, e Ele, despindo-o de seu sujo manto militar, vestiu-o com um manto radiante. “Agora, estou pronto para servir ao Senhor Jesus Cristo”. Inflamado com zelo, Polieuto foi até a praça central da cidade e rasgou o édito de Décio. Em seguida, viu uma procissão de doze ídolos pelas ruas da cidade. Com coragem, Polieuto atirou-os todos ao chão e os pisoteou.

Seu sogro Felício, que era juiz do Império, horrorizou-se com o que São Polieuto havia feito, e ordenou que fosse morto por isso. “Vai, dai adeus aos teus filhos e esposa”. Paulina, sua esposa, correu em sua direção com lágrimas por toda a face, suplicando que renunciasse a Cristo. Felício também se lamentou, mas o santo mártir permaneceu convicto em sua decisão de sofrer por Cristo. Após ser torturado pelas autoridades, que ignoraram o choro de sua esposa, com alegria, ele inclinou a cabeça sob a espada do carrasco e, em 259, foi batizado com seu próprio sangue.

Pós-vida

Cinquenta anos depois, quando a Igreja triunfou durante o reinado de São Constantino, o Grande (306–324), uma igreja foi construída em Melitene em honra ao santo mártir. Muitos milagres foram realizados através da intercessão de São Polieuto. Foi nessa mesma igreja que os pais de Santo Eutímio, o Grande, oraram fervorosamente por um filho. O nascimento desta grande chama da ortodoxia em 376 na cidade de Melitene ocorreu com a ajuda de São Polieuto.

No século VI, durante o reinado de Justino I (518–527), a Princesa Anícia Juliana ordenou a construção da Igreja de São Polieuto. Foi a maior e mais ornamentada basílica da capital bizantina até a construção da Igreja de Santa Sofia por São Justiniano, o Grade (527–565). Durante as Cruzadas, os latinos destruíram várias de suas colunas e as levaram para a Europa. Durante o período otomano, casas e até uma mesquita adentraram no terreno da igreja. Entre 1964 e 1969 escavações arqueológicas descobriram esculturas de mármore e textos de antes da Queda de Constantinopla, os quais foram transferidos para um museu arqueológico. Atualmente, suas ruínas se encontram vandalizadas e com restos de lixo por todo o canto.

Hinos

Tropário

(Tom 4)

Teu mártir Polieuto,
em sua luta por Ti, Senhor,
de Ti recebeu a coroa eterna.
Recebendo forças de Ti, ó nosso Deus,
derrotou os tiranos,
e destruiu a pretensão impotente dos demônios.
Por sua intercessão,
ó Cristo Deus,
salva nossas almas.

Condáquio

(Tradução livre)

Quando o Salvador curvou Sua cabeça no Jordão,
as cabeças dos dragões foram esmagadas.
Quando Polieuto foi decapitado,
o enganador foi envergonhado.

Ligações externas