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(Transferência do Manto para Blaquerna)
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A arca revestida de joias que continha o Manto foi transferida para Constantinopla. São Genádio, Patriarca de Constantinopla, e o imperador, tendo sabido do tesouro sagrado, convenceram-se da incorruptibilidade do santo Manto, e confirmaram sua autenticidade. No subúrbio de Blaquerna, próximo ao litoral, foi construída uma igreja em honra à Mãe de Deus. Em [[2 de junho]] de 458, São Genádio transferiu o Manto sagrado para a igreja, após uma solenidade. O Manto foi posto num relicário.
 
A arca revestida de joias que continha o Manto foi transferida para Constantinopla. São Genádio, Patriarca de Constantinopla, e o imperador, tendo sabido do tesouro sagrado, convenceram-se da incorruptibilidade do santo Manto, e confirmaram sua autenticidade. No subúrbio de Blaquerna, próximo ao litoral, foi construída uma igreja em honra à Mãe de Deus. Em [[2 de junho]] de 458, São Genádio transferiu o Manto sagrado para a igreja, após uma solenidade. O Manto foi posto num relicário.
  
Com o passar do tempo, o Mafório (a túnica) e o Cinto também foram postos no mesmo relicário. Essa circunstância influenciou a iconografia da Festa, conectando a Colocação do Manto com a Colocação do Cinto em Blaquerna. O peregrino russo Estêvão de Novgorod, visitando Constantinopla em meados de 1350, testifica: “Chegamos em Blaquerna, onde o Manto repousa acima de um altar num relicário lacrado.”
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Com o passar do tempo, o Mafório (a túnica) e o Cinto também foram postos no mesmo relicário. Essa circunstância influenciou a iconografia da Festa, conectando a Colocação do Manto com a Colocação do Cinto em Blaquerna. O peregrino russo Estêvão de Novgorod, visitando Constantinopla em meados de 1350, testifica: “Chegamos em Blaquerna, onde o Manto repousa acima de um altar num relicário lacrado.” Nas invasões dos inimigos, mais de uma vez a Santíssima salvou a cidade para a qual ela havia dado seu santo Manto. Assim ocorreu no tempo dos cercos a Constantinopla pelos avários em 626, pelos persas em 677, pelos árabes em 717 e pelos russos em 860. Este último está intimamente conectado com a história da Igreja Russa.
  
Nas invasões dos inimigos, mais de uma vez a Santíssima salvou a cidade para a qual ela havia dado seu santo Manto. Assim ocorreu no tempo dos cercos a Constantinopla pelos avários em 626, pelos persas em 677, pelos árabes em 717 e pelos russos em 860.
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Em 18 de junho de 860, uma esquadra russa de mais de duzentas embarcações lideradas pelo Príncipe Ascold de Kiev, após ter devastado as regiões costeiras do Mar Negro e do Bósforo, entrou no Corno de Ouro, ameaçando Constantinopla. As embarcações navegaram contornando a cidade, colocando em terra tropas estendendo suas espadas à cidade. O Imperador Miguel III (842–867) interrompeu sua campanha contra os árabes para retornar à capital. Todas as noites ele prostrava-se nas pedras da igreja de Blaquerna e orava. São Fócio, Patriarca de Constantinopla, pedia ao seu rebanho lágrimas de arrependimento, para que seus pecados fossem apagados, e que pedissem fervorosamente pela intercessão da Eleusa.
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A tensão aumentava a cada hora. Em uma de suas homilias, o patriarca relatou: “A cidade mal conseguia ficar de pé contra uma lança.” Sob essas condições, decidiu-se salvar os objetos sagrados da igreja, especialmente o santo Manto. Após servir uma vigília noturna, carregou-se o Manto numa procissão pelos muros da cidade e mergulhou-se uma ponta dele no Bósforo. Então, levaram-no para o centro de Constantinopla, na igreja de Santa Sofia. A Mãe de Deus protegeu a cidade e reprimiu a fúria dos guerreiros russos. Isso culminou numa trégua, e Ascold desistiu do cerco.
  
 
== Ligações externas ==
 
== Ligações externas ==

Revisão das 00h36min de 3 de julho de 2019

Pós-vida

Transferência do Manto para Blaquerna

No século V, durante o reinado do Imperador Romano do Oriente Leão I, o Trácio (457–474), os irmãos Gálbio e Cândido, ligados ao imperador, partiram de Constantinopla para a Palestina com a intenção de venerar os lugares santos. Lá, ficaram num pequeno assentamento próximo a Nazaré, na casa de uma senhora judia. Naquela casa, os irmãos notaram que havia uma sala com várias lamparinas acesas e incenso sendo queimado, além de haverem vários enfermos lá reunidos.

Nas várias vezes que foi questionada sobre o que havia naquela sala, a piedosa senhora refreou-se de revelá-los o que havia lá, mas após muitos pedidos, ela os contou que lá havia um item sagrado muito precioso: o Manto da Mãe de Deus, que realizara muitos milagres e curas. Antes de sua Dormição, a Panágia teria confiado uma de suas vestimentas a uma piedosa virgem judia, ancestral daquela senhora, instruindo-a a deixá-la a outra virgem após sua morte, e assim de geração em geração o Manto da Mãe de Deus foi preservado naquela família.

A arca revestida de joias que continha o Manto foi transferida para Constantinopla. São Genádio, Patriarca de Constantinopla, e o imperador, tendo sabido do tesouro sagrado, convenceram-se da incorruptibilidade do santo Manto, e confirmaram sua autenticidade. No subúrbio de Blaquerna, próximo ao litoral, foi construída uma igreja em honra à Mãe de Deus. Em 2 de junho de 458, São Genádio transferiu o Manto sagrado para a igreja, após uma solenidade. O Manto foi posto num relicário.

Com o passar do tempo, o Mafório (a túnica) e o Cinto também foram postos no mesmo relicário. Essa circunstância influenciou a iconografia da Festa, conectando a Colocação do Manto com a Colocação do Cinto em Blaquerna. O peregrino russo Estêvão de Novgorod, visitando Constantinopla em meados de 1350, testifica: “Chegamos em Blaquerna, onde o Manto repousa acima de um altar num relicário lacrado.” Nas invasões dos inimigos, mais de uma vez a Santíssima salvou a cidade para a qual ela havia dado seu santo Manto. Assim ocorreu no tempo dos cercos a Constantinopla pelos avários em 626, pelos persas em 677, pelos árabes em 717 e pelos russos em 860. Este último está intimamente conectado com a história da Igreja Russa.

Em 18 de junho de 860, uma esquadra russa de mais de duzentas embarcações lideradas pelo Príncipe Ascold de Kiev, após ter devastado as regiões costeiras do Mar Negro e do Bósforo, entrou no Corno de Ouro, ameaçando Constantinopla. As embarcações navegaram contornando a cidade, colocando em terra tropas estendendo suas espadas à cidade. O Imperador Miguel III (842–867) interrompeu sua campanha contra os árabes para retornar à capital. Todas as noites ele prostrava-se nas pedras da igreja de Blaquerna e orava. São Fócio, Patriarca de Constantinopla, pedia ao seu rebanho lágrimas de arrependimento, para que seus pecados fossem apagados, e que pedissem fervorosamente pela intercessão da Eleusa.

A tensão aumentava a cada hora. Em uma de suas homilias, o patriarca relatou: “A cidade mal conseguia ficar de pé contra uma lança.” Sob essas condições, decidiu-se salvar os objetos sagrados da igreja, especialmente o santo Manto. Após servir uma vigília noturna, carregou-se o Manto numa procissão pelos muros da cidade e mergulhou-se uma ponta dele no Bósforo. Então, levaram-no para o centro de Constantinopla, na igreja de Santa Sofia. A Mãe de Deus protegeu a cidade e reprimiu a fúria dos guerreiros russos. Isso culminou numa trégua, e Ascold desistiu do cerco.

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